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“E é por aqui a porta e o caminho mais certo e seguro para entrar nas gerações do sertão”
24 de dezembro de 1553, quinta-feira. Há 471 anos
 Fontes (3)
finalmente, em car- ta de Piratininga, em 1554, o padre José de Anchieta assignalava que « agora descobriu-se uma grande có- pia de ouro, prata, ferro e outros metaes, até aqui inteiramente des- conhecida { como affirmam todos), a qual julgamos ser um óptimo e fací- limo negocio, de que já por experi- ência estamos instruídos.» []0

amados aqueles em São Paulo, esclarece Capistrano de Abreu (1963:126). As razões topográficas que ensejaram a primeira fundação de São Paulo porMartim Afonso de Sousa, ao dar execução ao plano geopolítico de D. João III, eram as mesmas agora que guiavam os passos de Nóbrega, “com a única diferença de que, no primeiro caso, se tratava de uma expansão territorial e econômica e, no segundo, duma expansão religiosa”, adverte Cortesão (1955:201). É o próprio Nóbrega (2000:190) quem afirma: “E é por aqui a porta e o caminho mais certo e seguro para entrar nas gerações do sertão”, ou, nas palavras de Anchieta, em carta escrita de Piratininga em 1554 (1988:48), “entrada a inúmeras nações, sujeitas ao jugo da razão”. Foi “uma intuição verdadeiramente 81 profética”, como bem diz Sérgio Buarque de Holanda (1978:96), não se podendo deixar de admitir que não lhe tenha escapado “a alta significação histórica de um esforço expansionista que outros iriam retomar para dano da Companhia”.

Apesar disso, logo, entretanto, ele e Nóbrega já tinhamamanhecido para a convicção de que a inflexibilidade da norma canônica no Novo Mundotornava-a inexeqüível, o que era ostensivamente contraditório com o senso estrito deautoridade e legalidade que exigiam dos índios: “parece grandemente necessário que odireito positivo se afrouxe nestas paragens”, escreve o canarino já em 1554 de Piratininga(1988:56).

Um trecho de Anchieta contido em Informação do Brasil...(1988:325) é muitopertinente a esse respeito:No ano de 1554, mudou o padre Manuel da Nóbrega os filhos dos Índiosao campo, a uma povoação nova chamada Piratininga, que os Índiosfaziam por ordem do mesmo Padre para receberem a fé. Também 120mandou alguns 12 irmãos para que estudassem gramática e juntamenteservissem de intérpretes para os Índios. Cortesão (1955:206) pondera que, “dadas as proporções demográficas dos cristãosno planalto, poder-se-ia dizer que o padre Nóbrega levou consigo, naqueles dias iniciais,um exército de intérpretes. Na verdade, na lista de dois Padres e catorze Irmãos que oacompanharam, nove dos segundos são intérpretes”. Mas o historiador português, aoafirmar, linhas abaixo, que “desses irmãos e intérpretes merecem muito especial mençãoPero Correia, Antônio Rodrigues e Mateus Nogueira”, em relação a este último tropeça emequívoco, posto em evidência pela informação de Anchieta (1988:184):Quis Nosso Senhor levar para si o nosso Irmão Mateus Nogueira ferreiro,que era homem de idade, e muito mais velho por contínuas enfermidadesque padecia, em as quais nunca deixava de trabalhar, sendo contínuo naoração, com mui especial zelo da conversão desses Brasis, pelos quaiscontinuamente rogava a Deus, porque ignorando sua língua não podiapregar.Relacionando os intérpretes em outro passo, exclui expressamente MateusNogueira (1988:48). No mesmo sentido, Nóbrega: Diálogo sobre a conversão do gentio, inCartas do Brasil... (2000:226) em que coloca a seguinte fala na boca de Mateus Nogueira:“Que aproveita conversar se não os entendo?”

: “Ainda que com tanta contradição dos brancos não se pode fazer nada mais que desacreditar cada vez o nosso ministério”. Anchieta em carta escrita de Piratininga em 1554 também registra esse reiterado propósito por parte dos ramalhenses de Santo André da Borda do Campo. Em Informação do Brasil... (1988:342) igualmente assinala:

Outros não a proíbem [a doutrinação dos índios pelos padres], edesta maneira os que pior vivem são os que mais tratam com osPortugueses, ensinados de seu mau exemplo, e muitas vezes piordoutrina, em que os admoestam que não tenham dever com adoutrina dos Padres; posto que destes não são senão algunsdesalmados, mas os de mau exemplo e pouco zelo são muitos. ["A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos" 2005]

São muitos os escritores que afirmam que foi no Morro de Araçoiaba o local que Anchieta anunciou a descoberta do ferro, do ouro e da prata.

Alguns escriptores, entre outros o Dr. Francisco Lobo, têm querido localisar essa descoberta no morro de Biraçoyaba no qual mais tardo se estabelecen uma fabrica, e onde enecti vã- mente se encontrou o metal precioso nas proximidades do mi- nério ferruginoso, além do que julgaram ahi achar se prata em rochas que Frei Pedro de Souza, em 1680, foi analysar, Nâo é, entretanto, inatacável essa tentativa de restituição geogra— phica[2]



Assim, fato contado não é fato consumado, fazendo-nos divagar que à margem oposta ao Rio Pinheiros pode estar enterrada a história do “primeiro engenho das Américas”, anterior ao engenho de Araçoiaba, da Fábrica Real do Ipanema. Podem ter existido antigas vilas, arraiais, núcleos pequenos de grandes homens, que viram antes de nós os morros atuais do atual Bairro do Jardim São Luiz e seu rio, antes sinuoso, a conter um volume imenso de água e, ao lado, as belezas do sítio Guarapiranga, circundante como um jardim de matas verdejantes. Neste local, porta de entrada para a “Cidade de Santo Amaro” onde aportou a primeira expedição, que consta ter sido em 1552, embora não se encontra em anais oficiais para confirmação desta informação verbalizada ao longo do tempo, deslocou-se a primeira expedição rumo a “Boca de Sertão” e que daria origem a cidade de São Paulo, com anuência dos autóctones locais, que teve a inter locução de algum naufrago ou desterrado deixado nestas paragens na expedição ao Brasil com supervisão de Américo Vespúcio, custeada pelos investidores de Veneza, os Médici, os maiores investidores de então. A intenção primeira da Expedição de Exploração da armada portuguesa comandada pelo fidalgo Martim Afonso de Sousa foi apenas pretensão para aproximar-se da entrada do Rio da Prata, possessão espanhola, disso resultando as fundações de vilas litorâneas auxiliado pelo prático de navegação Henrique Montes[2]. Deste modo começa a saga da interiorização, pelos rios, as primeiras estradas do Brasil e que o Rio Tietê e seus afluentes tiveram suma importância. [Varnhagen, Francisco Adolfo de (Visconde de Porto Seguro). História Geral do Brasil-Antes da Separação e Indepêndencia de Portugal. Rio de Janeiro, Casa E&H. Laemmert, 2ª edição]

Para Aloísio de Almeida (1904-1981): Da passagem de índios dos grupos tupi por Sorocaba, em seu nomadismo, a certeza é completa. No século da descoberta havia indígenas transitando por Sorocaba, por um caminho terrestre-fluvial que ligava o litoral Atlântico, onde seria São Vicente, ao Paraguai.

O Peabiru era mais do que um caminho. Fala de um “sistema viário”, “feixe de comunicações no qual Sorocaba era o ponto de passagem: São Vicente-Piratininga, Cananéa-Itapetininga, Paranaguá-Curitiba, Santa Catarina-Tibagi era descidas do planalto para o mar. Tronco: São Paulo-Tibagi. Ligando-se a este, dois novos ramais, um começando nos Campos Gerais (Paraná), outro em Itapetininha, para alcançarem o Guairá e o Paraguai...”

Em 1940 ele concorda que "Sorocaba era de fato aquele povoado o mais próximo, então dos castelhanos e dos imensos povos de nativos contra quem era mister previdência, tal como Piratininga foi também fortificada". [Segundo o mapa atribuído a Ruy Diaz de Guzman (1559-1629), autor da "Argentina", e exumado do Arquivo das Índias de Sevilha por Zeballos, parece ter sido feito entre 1606 e 1608, segundo me informa Sérgio Buarque de Holanda, baseado em Paul Groussac]

“Peabiru” de Hernâni Donato do IHGSP
Data: 01/10/1971 1971
Página 12

1° de fonte(s) [24646]
“Peabiru” de Hernâni Donato (1922-2012) do IHGSP*
Data: 1 de outubro de 1971, ver ano (75 registros)

Nos fins de 1553, o mesmo Nóbrega que tanto insistia em jornadear o caminho e tanto lamentaria o seu fechamento, enviou padres e irmãos que se juntassem aos nativos e erguessem o colégio que logo seria povoação. [Página 12]


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2° de fonte(s) [28700]
Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Caderno nº 7, série “Documentos Históricos: Carta de São Vicente, 1560”
Data: 1997, ver ano (89 registros)

Da Baía, em outubro de 1553, partiram para São Vicente, com escala pelo Espirito Santo, os padres Leonardo Nunes, Vicente Rodrigues e Braz Lourenço com os irmãos José de Anchieta, Gregorio Serrão e (segundo é corrente) um terceiro, cujo nome se ignora. Anchieta, entretanto, diz “eu e quatro irmãos”. É assim muito provavel que fossem realmente cinco os jesuitas que embarcaram na Baía, e não seis, como pretende S. de Vasconcelos (o. c., 1. 1, n. 143). Com a tempestade, que na noite de 20 para 21 de novembro surpreendeu a missão nos Abrolhos, a embarcação de Anchieta ficou bastante danificada e a de Leonardo Nunes inteiramente perdida. É esse o sucesso que Anchieta narra.


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3° de fonte(s) [25003]
“A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos”. João Batista de Castro Junior, Universidade Federal da Bahia - Instituto de Letras - Programas de Pós-graduação em Letras e Lingüística
Data: 2005, ver ano (253 registros)

As razões topográficas que ensejaram a primeira fundação de São Paulo por Martim Afonso de Sousa, ao dar execução ao plano geopolítico de D. João III, eram as mesmas agora que guiavam os passos de Nóbrega, “com a única diferença de que, no primeiro caso, se tratava de uma expansão territorial e econômica e, no segundo, duma expansão religiosa”, adverte Cortesão (1955:201). É o próprio Nóbrega (2000:190) quem afirma: “E é por aqui a porta e o caminho mais certo e seguro para entrar nas gerações do sertão”, ou, nas palavras de Anchieta, em carta escrita de Piratininga em 1554 (1988:48), “entrada a inúmeras nações, sujeitas ao jugo da razão”. Foi “uma intuição verdadeiramente profética”, como bem diz Sérgio Buarque de Holanda (1978:96), não se podendo deixar de admitir que não lhe tenha escapado “a alta significação histórica de um esforço expansionista que outros iriam retomar para dano da Companhia”. [80 e 81]

A chegada de Anchieta a Piratininga, que ocorre em 24 de dezembro de 1553, dará novo impulso ao projeto lingüístico de aprendizado da língua geral, muito embora Nóbrega, quatro anos antes, mostrasse algum desânimo com esse plano em razão do reduzido volume lexical que avaliou ter a língua indígena. São dele as seguintes palavras: “Tem mui poucos vocábulos para lhes poder bem declarar a nossa fé”, diz em carta escrita da Bahia em 1549 (2000:66), repetindo o que já dissera noutra meses antes no mesmo ano: “São eles tão brutos que nem vocábulos têm” (2000:21). Mas será ele próprio quem comandará “um exército de intérpretes”, que dava larga dianteira à Capitania de São Vicente, explicável, segundo Cortesão (1955:206), pela existência do Campo, povoado desde 1532. Além disso, o aprendizado da língua nativa era um dos direcionamentos da Companhia de Jesus para os seus missionários pelo mundo, uma espécie de prius lógico do plano catequético. Como lembra Serafim Leite (2004-I: 29): “os que fossem destinados aos mouros ou turcos deveriam aprender a língua arábica ou caldaica; os que fossem para a Índia, a índica, e assim para as outras”. [p. 119]


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