Serafim Leite afirma expressamente que, no ano de 1554, ainda não tinham começado a residir em Piratininga moradores portugueses, daí não existirem filhos deles na Escola de Meninos, em que o Irmão Antônio Rodrigues ensinava a ler, escrever e cantar - 01/01/1554 de ( registros)
Serafim Leite afirma expressamente que, no ano de 1554, ainda não tinham começado a residir em Piratininga moradores portugueses, daí não existirem filhos deles na Escola de Meninos, em que o Irmão Antônio Rodrigues ensinava a ler, escrever e cantar
1554. Há 470 anos
Fontes (2)
Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo
Créditos / Fonte: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Página 174
1° de fonte(s) [23548] Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo Data: 1895, ver ano (62 registros)
Simão de Vasconcelos diz que em 1554 os mamelucos filhos de João Ramalho foram até essa aldeia, perturbaram tudo e conseguiram que aqueles catecúmenos abandonassem os padres convencendo-os que os mesmos eram estrangeiros que foram degradados para a colônia como gente sem ocupação e que seria mais honroso obedecer a quem fosse tão valente no arco e na flecha como eles.
Acrescente em seguida "não só disseram como fizeram; porque os pobres nativos, suposto que mandos por natureza enganados da eloquência e eficácia dos mamelucos, em cujos corpos parece falava a diabo, assim se foram embravecendo e amotinando que houveram os padres de deixa-los em quando não esperava mais fruto.No testamento de Domingos Fernandes, se vê, nas disposições que faz com referência á capela que erigiu a Nossa Senhora da Candelária, nos Campos de Pirapitinguy, no distrito de Itú-Guassú, alusão ao povoado que aí já tivesse havido na parte que diz "salvo se pelos meus pecados, Deus ordenar que isso se torne a despovoar".
2° de fonte(s) [25003] “A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos”. João Batista de Castro Junior, Universidade Federal da Bahia - Instituto de Letras - Programas de Pós-graduação em Letras e Lingüística Data: 2005, ver ano (253 registros)
Serafim Leite (1953b:39) afirma expressamente que, no ano de 1554, ainda não tinham começado a residir em Piratininga moradores portugueses, daí não existirem filhos deles na Escola de Meninos, em que o Irmão Antônio Rodrigues ensinava a ler, escrever e cantar.
Em outro trecho da mesma obra (p.51), ele reafirma que “a não ser os que se englobam na categoria de Irmãos, não havia brancos (portugueses), nem mamalucos”.
Essa afirmação só se compatibiliza com o que diz Cortesão e, principalmente, Nóbrega, em trechos já citados, se for entendida como referência à freqüência das atividades jesuíticas, porque efetivamente portugueses havia em Piratininga, remanescentes da época de Martim Afonso de Sousa, inclusive com filhos mamelucos.
Por outro lado, é de notar que havia aí um tráfego duplo de equivalência no processo de aquisição de língua, já que se os meninosíndios aprendiam o português, os órfãos de Lisboa tinham que necessariamente se entregar ao aprendizado da língua da terra, como informa o mesmo Anchieta (1988:324).
Um desses meninos-órfãos, tendo sido “criado no meio dos indígenas, aprendeu-lhes a língua e prestou assinalados serviços na conversão”, informa A. Alcântara Machado em nota à obra de Anchieta (1988:295).
Essa obra pedagógico-catequética, entretanto, viria a ser comprometida com o desfazimento do papel de casa de meninos que o Colégio detinha até então. Serafim Leite (2004-I: 105) analisa os efeitos desse acontecimento na obra missionária:
Infelizmente, os fatos não corresponderam às esperanças, no que toca aos estudantes. Assim como em S. Vicente, com o contato com os de fora, tinha havido o escândalo dos mamalucos, também em S. Paulo o viverem os meninos em casa de seus pais fez que eles, ao vir a crise da idade, juntando-se ao pendor da natureza o ambiente ancestral, ainda não purificado, dessem nisto. Citando Nóbrega, ele adita:
“Não vinham à missa, conclui Nóbrega, porque, andando agora nus e estando habituados com os Padres a andarem vestidos, tinham vergonha”. Como resultado, o Colégio retornou a S. Vicente, mas “nem por isso deixou de haver sempre escola de ler, escrever e contar em Piratininga, que subiria de novo a Colégio, mas já no século seguinte”, informa o mesmo Serafim Leite (p.106).