Manuel da Nobrega é ainda mais severo em seu juízo sobre os clérigos
14 de setembro de 1551, sexta-feira. Há 473 anos
O clero secular, a impressão que deixou em Nóbrega foi claramente negativa. Ojesuíta encontrou seus membros imersos em absoluta irresponsabilidade. Em carta escritada Bahia já em 15 de abril de 1549, afirma (2000:26): “Cá há clérigos, mas é a escória quede lá vem”. (Em cartas escritas a 11 de agosto (2000:89), 13 (2000:92) e 14 de setembro de1551 (2000:98) ele é ainda mais severo em seu juízo sobre aqueles clérigos.) Deles,portanto, não se tem nenhuma notícia de deliberada contribuição seja quanto à língua geral,seja quanto à difusão do português.É esse domínio da língua geral que permitirá aos jesuítas uma reputaçãosobranceira perante os índios, em algumas situações de forma absolutamente invulgar,como no caso do Padre Manuel de Chaves, cuja facilidade com a língua, certamente aliadaao carisma pessoal, fazia-o ser tido à conta de acabar com estado de guerra entre índios ebrancos. Serafim Leite (2004-I:104), tratando do levante dos Tupinaquim em 1590, ressaltasua figura, que faleceu a 18 de janeiro daquele ano. Conclui desta última data que o ataquedeve ter sido posterior a essadata, porque, segundo Anchieta, enquanto morou em S. Paulo o P.Chaves, só uma vez, houve guerra entre os Índios e os Portugueses; nuncajamais, enquanto esteve em Piratininga, se abriu guerra entre uns eoutros. Uma só vez se ausentou e foi o mesmo que rompesse a guerra, quecom sua presença depois parou, durando a paz toda a sua vida, eacabando-se com a sua morte. [1]Ora, nao existia fazenda sem escravos. Com a maior naturalidade Nobrega escrevia ao rei Dam Joao III no dia 14 desetembro de 1551:E mande dar alguns escravos de Guine 11 casa para fazerem mantimentos, porque a terra e tao Iertil que facilmente se manterao e vestirao muitosmeninos, se tiverem alguns escravos que racam rocas de mantimentos e algodoais. [2]