“os moradores são pola maior parte Mamalucos e raros Portugueses; e mulheres [portuguesas] há só uma, a que chamam Maria Castanha {Castanho]” - 01/01/1610 de ( registros)
Apesar de todo o esforço dos genealogistas, que procuraram esconder estamestiçagem, a convivência e intercâmbio entre estas duas comunidades foi tal que, em1610 o Pe. Monteiro, ao passar por São Paulo, escrevia:os moradores são pola maior parte Mamalucos e rarosPortugueses; e mulheres [portuguesas] há só uma, a que chamamMaria Castanha {Castanho] 1364Relação da Província do Brasil, 1610 (HCJB, T. 8, apênd., p. 360).
Era emblemático que Antônio de Proença fosse casado com Maria Castanho, portuguesa de linhagem, isolada em sua procedência unicamente europeia das demais mulheres mestiças de São Paulo na primeira década do século XVII, como preciosamente informou Jácome Monteiro em sua Relação da província do Brasil, de 1609, dada à publicação no ano seguinte:
“Os moradores são pela maior parte mamalucos e raros portugueses; e mulheres há só uma, a que chamam Maria Castanha.”
Se o marido não falava tupi, não há por que crer que a esposa, de boa cepa lusa, detivesse tal aptidão, embora isso não significasse, uma vez que existiam outras mulheres falantes de português, isolamento lusófono, nem que seus filhos fossem monolíngues, uma vez que a descendência de homens e mulheres portugueses desenvolvia aptidão bilinguística em razão do meio em que estava inserida.
Nem a boa filiação linhagística fomentava escrúpulos exclusivamente lusófonos entre colonos, como narra Ambrósio Pires em carta da Bahia, a 12 junho de 1555: “Ci è anco un´altro nostro chiamato Pietro de Goez, giovane nobile, e sa bene la lingua delli indiani per essere venuto piccolo con suo padre” (MB, II, 238)81