A Coroa espanhola emitiu uma Real Cédula em favor de Gregório de Pesquera de Burgos “concedendo-lhe o título de Governador do Território entre a Cananea e Santa Catarina” autorizando-o ainda, por Capitulação de mesma data - 09/09/1536 de ( registros)
A Coroa espanhola emitiu uma Real Cédula em favor de Gregório de Pesquera de Burgos “concedendo-lhe o título de Governador do Território entre a Cananea e Santa Catarina” autorizando-o ainda, por Capitulação de mesma data
9 de setembro de 1536, quarta-feira. Há 488 anos
Por parte de a Espanha, dois anos após a concessão da capitania de Santana, em 9 desetembro de 1536, a Coroa emitiu uma Real Cédula em favor de Gregório de Pesquera deBurgos “concedendo-lhe o título de Governador do Território entre a Cananea e SantaCatarina” autorizando-o ainda, por Capitulação de mesma data,”para plantar e extrairespeciarias” no mesmo território (Real Cédula a Pesquera e Capitulação com Gregório dePesquera de Burgos. In NETO, 1966:105-6).Hoje sabemos que, de forma inexplicável, tanto a reivindicação de Espanha quanto ade Portugal não entravam em conflito com os termos do Tratado de Tordesilhas. Em relação àEspanha, segundo cálculos feitos por Jaime Cortesão (1958:29), a região Iguape-Cananéiaestaria situada na porção mediana da faixa divisória, sendo, portanto, essa a alternativaequânime.Contudo, quanto à reivindicação de Portugal, verifica-se que o paralelo de 28° 20´Sintercepta nosso litoral na longitude de 48° 42´W. Por outro lado, ao calcular oposicionamento extremo ocidental do meridiano divisor, concluímos que o valor de sualongitude seria de 48° 26´ W. Levando-se em conta que tomamos por base o valor atualmenteadotado para o raio médio terrestre, podemos considerar como inexpressiva a diferençaapontada. Deste modo, concluímos que a adoção da região de Laguna como ponto extremomeridional da América portuguesa foi feita a partir de cálculos corretos que, apesar de tercomo objetivo ampliar ao máximo possível o espaço da América portuguesa, não transgrediao expresso nos termos do Tratado de Tordesilhas (Cf. BRANDÃO, 2000:129). [1]
Segundo o historiador Pedro Calmon, em “História do Brasil”, vol. I, pág.177, depoisdisso não há mais sinal do homem misterioso de Cananéia. Rui Mosquera seguiu paraSanta Catarina. Dois anos depois da pilhagem em São Vicente de 1534, a rainha daEspanha lhe escrevia, encarecendo o seu auxílio à missão de Gregório de Pesquera, que foiinspirada pelos receios causados pelos aprestos, em Viana, da frota de Pero do CampoTourinho. A carta da rainha ao Bacharel, em 1536 considerava incontestável o litoralvicentino, dentro da jurisdição espanhola, e estimava-se a sua colaboração. Expressava-seassim:“Real cédula al bachiller de la Cananea para que preste su ayuda a Gregório de Pesquera,Valladolid, 9 de setiembre de 1536. La reina...bachiller... que residia en la Cananea que esen la tierra que hay en la del Rio de La Plata, sabe que yo hé mandado tomar cierto asientoe capitulación con Gregório de Pesquera Rosa sobre el hacer e crear e grangear ciertaespeceria en esa tierra e le he proveydo de la governación della en cual se va a servir eldicho oficio y entender en la dicha grangeria como del sabreis e por lo que yo he sidoinformado que vos a que estais en esa tierra muchos dias e teneis en ella vuestra mujer yhijos yo vos ruego y encargo que persona que estareis informando la calidad de ella deyesal dicho Gregório de Pesquera todos los avisos que vierdes que convienen para el bien dela dicha grangeria e le ayudeis en todo aquello que buonamente podeys, comoa personaque va en nuestro servicio y en lo demás que os vierdes que nos podays servir em esatierra lo hagays teniendo por cierto que mandaré tener memória de vuestros servicios paraos hacer a vos y a vuestros hijos la merced que oviere lugar de Valladolid a nueve dias delmes de setiembre de quinientos y trenta e seis años / y ola Reina / Refarendada samanoseñalada de Beltran y Velásquez.”(Humanidades” , tomo XXV, 1ª. Parte, Buenos Aires –1936.) A viagem de Pesquera não chegou a ser realizada. (E. de Gandia, na citada revista).Depois foi comissionado, em 1557, Jaime Resquin, para fundar povoações em SãoFrancisco e São Gabriel, trazendo como prático Gonçalo da Costa. Os espanhóis queriamentão impedir que os franceses, instalados no Rio de Janeiro, fossem até lá. Ramón deCastro Esteves, em “Jaime Resquin y su Expedición” - Revista del Instituto deInvestigaciones Históricas, nº 61-63, Buenos Aires – 1935. Também malogrou estaexpedição. De 1540 é “The Voyage of the Bárbara to Brazil”, edited by R.S. Marsden, TheNaval Miscellany, II, London – 1912.Pelo que observamos neste documento, o Bacharel continuava ainda, em 1536, emCananéia e, por outro lado, a Espanha considerava a região como parte de suas terras,esperando ter no Bacharel um aliado. Outra prova de que os espanhóis acreditavam quetoda essa costa estava dentro dos seus domínios, é o que consta em “Comentários”, ÁlvaroNunes Cabeza de Vaca:“Em 1541 foi mandado para socorrer a recente povoação de Buenos Aires”; chegou aCananéia, bom porto, e “... tomó el governador la posesión de él por Su Majestad”. Seguiuaté Santa Catarina e também “... tomó la posesión de ella em nombre de su Majestad”. [2]
1° de fonte(s) [29106]
A Demarcação da Raia Divisória do Tratado de Tordesilhas e a Devo...
3° de fonte(s) [24614] “A Guerra de Iguape”, Eduardo Bueno, youtube.com/watch?v=vqUklpmKSiA Data: 15 de maio de 2019, ver ano (202 registros)
Porque em 1536 ele enviou uma carta pra rainha Isabel de Castela, dizendo que ele era senhor desses domínios e que ele poderia atacar os portugueses e transformar esse território num território espanhol. O fato é que a partir de 1537, o Bacharel some da história tão misteriosamente quanto havia entrado. Então se supõe que ele havia morrido, alguns acham que foi vítima dos Carijós, os índios que viviam imediatamente ao sul daqui.
4° de fonte(s) [29451] Consulta em peabirucalunga.blogspot.com Data: 11 de julho de 2019, ver ano (202 registros)
A carta da rainha ao Bacharel, em 1536 considerava incontestável o litoral vicentino, dentro da jurisdição espanhola, e estimava-se a sua colaboração. Expressava-se assim:
“Real cédula al bachiller de la Cananea para que preste su ayuda a Gregório de Pesquera, Valladolid, 9 de setiembre de 1536. La reina...bachiller... que residia en la Cananea que es en la tierra que hay en la del Rio de La Plata, sabe que yo hé mandado tomar cierto asiento e capitulación con Gregório de Pesquera Rosa sobre el hacer e crear e grangear cierta especeria en esa tierra e le he proveydo de la governación della en cual se va a servir el dicho oficio y entender en la dicha grangeria como del sabreis e por lo que yo he sido informado que vos a que estais en esa tierra muchos dias e teneis en ella vuestra mujer y hijos yo vos ruego y encargo que persona que estareis informando la calidad de ella deyes al dicho Gregório de Pesquera todos los avisos que vierdes que convienen para el bien de la dicha grangeria e le ayudeis en todo aquello que buonamente podeys, comoa persona que va en nuestro servicio y en lo demás que os vierdes que nos podays servir em esa tierra lo hagays teniendo por cierto que mandaré tener memória de vuestros servicios para os hacer a vos y a vuestros hijos la merced que oviere lugar de Valladolid a nueve dias del mes de setiembre de quinientos y trenta e seis años / y ola Reina / Refarendada samano señalada de Beltran y Velásquez.”(Humanidades” , tomo XXV, 1ª. Parte, Buenos Aires – 1936.)
5° de fonte(s) [24611] O Misterioso “Bacharel de... Data: 29 de julho de 2021, ver ano (148 registros)
Personagem intrigante da história brasileira do século XVI, narrada por Pero L. de Sousa, e sua expedição a terras brasileiras para combater franceses que roubavam Pau-Brasil.Segundo Jaime Cortesão, o Bacharel era Duarte Perez, degredado em 1498, Jaime baseou sua teoria na viagem de Bartolomeu Dias que, em 1498, se encontrava em Cabo Verde e lá existia um homem de nome “Bacharel”. Jaime acredita que o navegador veio ao Brasil e, como o limite das terras portuguesas era entre São Vicente e Cananéia, ele foi deixado ali.Outro possível Bacharel seria Cosme Pessoa Fernandes, um nobre português, posteriormente degredado por crime civil em seu país. Foi trasladado para a ilha-prisão de São Tomé e Príncipe durante um ano, lá servindo como ouvidor-geral, acabou enviado ao sul do litoral de São Paulo, região de Cananéia, para ser garantidor das possessões portuguesas ganhas pelo Tratado de Tordesilhas. O Bacharel viveu entre os Carijó da área, ganhou liderança e respeito na então aldeia de Maratayama, servindo durante décadas como intérprete, traficante de escravos e guia para navios que começavam a aflorar por aquelas águas. Ainda temos Antônio Rodrigues, que alguns historiadores afirmam ser o “Bacharel de Cananéia”. Poucos documentos se referem a esse personagem, ele é nomeado tão somente como “Bacharel”. Foi assim que a ele se referiu Diego Garcia, quando o encontrou na costa de São Vicente e lhe encomendou um carregamento de escravos, em 1527. Também foi chamado pelo irmão de Martim Sousa, o escrivão da Armada Pero Lopes de Sousa, quando foi encontrado em Cananeia, em 1531. Ainda com esse apelido foi citado pela rainha da Espanha quando solicitou o seu auxílio, em 1536, para o navegador Gregório Pesquera, que pretendia fazer uma viagem ao Brasil. E também num documento, anônimo, de 1540, que se referia ao fato do Bacharel ter deixado plantações em Cananeia. Apenas estes quatro documentos se referem à existência do Bacharel, particularmente em Cananéia e Iguape. Em 1895 o historiador Ernesto Guilherme Young, baseado em farta documentação garimpada nos arquivos de Iguape, identificou o Bacharel como Cosme Fernandes, também chamado Bacharel Mestre, teoria aceita por boa parte dos historiadores dos primórdios da colonização portuguesa na América. (Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá, 29.07.2021)