' Foi tradicionalmente habitada, povoada e plantada, desde antes de 1532 pela gente do "bacharel" - 01/01/1532 de ( registros) Wildcard SSL Certificates
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Foi tradicionalmente habitada, povoada e plantada, desde antes de 1532 pela gente do "bacharel"
1532. Há 492 anos
Quanto á ilha Barnabé (antiga ilha Pequena, depois ilha de Braz Cubas, depois ainda ilha dos Padres e por fim ilha Barnabé) esta sim, podemos garantir, sempre foi tradiccio- nalmente habitada, povoada e plantada, desde antes de 1532 pela gente do "bacharel"; de 1532 a 1534 por Henrique Mon- tes, de 1537 a 1540, com intervallos, por João Pires Cubas, de 1540 em diante por Braz Cubas (como se vê pela es- criptura de 25 de Setembro de 1536, transcripta ao final desta óbra), depois pelos padres do Carmo, e assim pelo tempo a dentro até que Barnabé Vaz de Carvalháes, que no século passado foi Presidente da Camara de Santos e ve- reador algumas vezes, nella residiu e teve fazenda, deixan- do-lhe o nóme. E como a história se repete, vemos na des- cripção dessa ilha em 1817 ordenada pelo Régio Aviso de 21 de Outubro daquelle anno, e reproduzida na "Revista Nacional" de 1877, Vol. I pelo Dr. Inglez de Souza, que a mesma ilha "vinha servindo de pasto para gado vaccum". Henrique Montes, companheiro de Melchor Ramirez e como elle sobrevivente da Expedição Solis, viveu por muitos annos em S. Vicente e na região do "Prata" (1), onde Diogo Garcia e outros expedicionários foram encontral-o por vezes, e foi companheiro e collaboradôr de Gonçalo da Costa e do "bacharel". A ambição paréce, foi o que provocou a sua desgraça, levando-o a pôr-se em desaccordo com os seus ami- gos e protectores, por desejar umas terras que estariam em poder do mesmo "bacharel" ou de um dos seus genros. Essas terras éram as de Jurubatuba e principalmente as da actual ilha Barnabé, onde podiam-se fazer todas as criações ima- gináveis sem necessidade de cercas e sem o perigo dos ani- maes do matto que naquelle tempo infestavam todos os lo- gares. {jdjk]

Jurubatuba (antigamente Jarabatiba ou Geribatiba) - Nome do rio, da cachoeira e do recanto, fronteiros à cidade. È um dos pontos históricos da terra, onde tinha pouso a tribo de Caiubi. Foi doado em 1532 por Martim Afonso a Henrique Montes, prático da expedição, o qual foi assassinado em 1535 pelas forças do "Bacharel", que invadiram S. Vicente e sua região. Consideradas devolutas as suas terras, obteve-as Braz Cubas, de d. Anna Pimentel, em doação de 25 de setembro de 1536, em Lisboa, para onde embarcara em 1535 e de onde voltou somente em 1540, tendo mandado de lá para tomar posse delas, a seu pai, João Pires Cubas.

Jurubatuba não procede, como erroneamente interpretaram até bem pouco tempo, de GERIBA-TY-BA ou TUBA - "abundância de jaruvás" (espécie de coqueiros) e sim de YERE-ABATY-BAE, contraído de YER´ABATY-BAE, que, na pronúncia indígena, parecia aos primeiros colonizadores JERIBATIBA ou JUBATUBA. Significa "atado e de muitas voltas" e refere-se ao rio, que corre todo entre montanhas, é encachoeirado e dá realmente muitas voltas num trajeto bastante curto, o que alonga a distância aos canoeiros.

Caneú - Nome do lagamar fronteiro ao Valongo de Santos, cujas águas apresentam uma largura de alguns quilômetros, onde vêm desembocar quase todos os rios, cachoeiras, gamboas, furados e ribeirões formados na serra de Paranapiacaba, da parte de dentro, desde Jurubatuba até S. Vicente, ou formados nos morros centrais da ilha de S. Vicente.

Esta última circunstância é exatamente que lhe dá o nome, significando CANEÚ, segundo o sapiente Frei Francisco dos Prazeres Maranhão: "ONDE AS ÁGUAS SE REÚNEM", que é o que acontece no lagamar santista, como já dissemos.

Todas as demais versões são inconsistentes e abstrusas.

Ilha Barnabé - Pequena ilha imperfeita, fronteira ao Valongo de Santos. Em 1532 denominava-se ILHA PEQUENA, em 1600 já era ILHA DE BRAZ CUBAS, em 1700 passava a ser ILHA DOS PADRES, por pertencer aos padres do Carmo (em parte, ao que parece) e, finalmente, em meados do século passado chamava-se ILHA BARNABÉ, por pertencer a Barnabé Francisco Vaz de Carvalhaes, chefe de importantíssima família local, que foi presidente da Câmara algumas vezes, e nela construiu solar de moradia, cujas ruínas ainda lá estão, em péssimo estado.

Esta ilha é um dos pontos históricos do território santista, e nela a gente do "Bacharel" criava porcos e galinhas da Espanha de 1516 a 1530, vivendo em perfeita harmonia com os índios de Cayubi, Piqueroby e Tibiriçá, que dominavam desta parte do litoral ao planalto, e viviam na ilha de S. Vicente em grande número, conforme depoimento da época.

Foi seu primeiro proprietário, após a chegada de Martim Afonso, o ambicioso Henrique Montes, em 1532. Em 1536 passava à propriedade de Braz Cubas. Cerca de 1630 passava à propriedade parcial dos padres do Carmo, por doação de Pedro Cubas, filho de Braz Cubas; no século passado já figurava como propriedade (parcial) de Barnabé Francisco Vaz de Carvalhaes, pasando deste a dª. Anna Zeferina Vaz de Carvalhaes, e desta aos seus descendentes, dos quais parece ser o último o Barão de Carvalhaes, residente em Pau, na França, que a negociou por alto preço há poucos anos, com a Cia. Docas de Santos, tendo esta transferido para lá os seus enormes depósitos de inflamáveis e corrosivos (gasolina, óleos etc.). [Toponímia Santista: Origem e significado das denominações brasílicas e portuguesas aplicadas aos lugares e bairros mais conhecidos da cidade e do município de Santos. 26.01.1939. Jornal “A Tribuna”]

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