1° de fonte(s) [24418] “História de Santos”. Francisco Martins dos Santos Data: 1937, ver ano (77 registros)
Apezar da verdade destes factos; apezar de ter-se na attitude de Portugal de 1491, negando-se a auxiliar Colombo, a prova flagrante de que elle não éra navegador, como acon- teceria ainda hoje a qualquér hómem que se dirigisse a um governo solicitando recursos para effectuar um descobri- mento, sem que entretanto, apresentasse provas de competen-portuguezes na nóva região. Esta altitude de D. João II e o empenho com que defendeu naquelle momento aquillo que elle achava um direito de Portugal, dá-nos hoje a impressão, e mais do que isso, a certeza, de que a existência das terras da futura América do Sul e do futuro Brasil já não éra se- gredo para elle, confirmando ao mesmo tempo, tudo quanto desenvolvemos no inicio deste capitulo. Portugal aprestou-sc para a guerra, ante o espanto do povo que não podia compréhender o porquê de tal movi- mento. Sabedores os reis da Hespanha do que se estava passan- do em Portugal, e sentindo a imminencia de um rompimento perigoso com o irmão da península, para lá enviaram imme- diatamente, os embaixadores Gáreiá de Caryagal e Pedro d´ Ayala, que conseguiram por fim, de D. João, fazer sustar os seus preparativos béllicos. Foram, consequentemente, no- meados os plenipotenciários para uma Convenção que evi- tasse os extremos da guerra, e que ajustasse para isso, os limites definitivos dos futuros domínios "adivinhados" de uma e outra Nação, sob forma consentânea. Pela Hespanha apresentaram-se devidamente credenciados : D. Henrique Henriques, Dom Jorge de Cardines e o Dr. Maldonado; por Portugal: Ruy de Souza, D. João de Souza, filho do primeiro, e o Dr. Ayres d´ Almada. (1)