1° de fonte(s) [25397] A trajetória silenciosa dos escravos e a abolição em Sorocaba: uma história ilustrada 350 anos Data: 2004, ver ano (62 registros)
(...) No tropeirismo de muares chucros, bem como nas estâncias gaúchas, os peões eram gente livre, e mestiça em maioria , mestiçagem que Couto de Magalhães ainda notou, lá por 1870, de preferência indiático. É de cerca de 1750 a existência de uma Irmandade do Rosário dos Pretos.Sobre a Irmandade de Nossa Senhora Rosário dos Homens Pretos em Sorocaba o documentário do jornal assinala: (...) a Irmandade se Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos acaboucomo vimos, se transformando na Irmandade da Boa Morte.
A piedosa organização, mais à frente integrada também por homens livres, tinha entre suas principais finalidades a missão de acompanhar os enforcamentos de escravos condenados pelo júri.
Por que só acompanhavam os escravos? Aluísio de Almeida dá uma resposta curta e esclarecedora: “Branco não era enforcado”. Segundo a tradição, se a justiça divina, divergindo da humana, considerasse os condenados inocentes, a corda da forca rebentaria,impedindo que o condenado morresse. Nesse caso, a Irmandade da Boa Morte colocava sobre sua cabeça o estandarte e ele voltava para a cadeia, à espera de nova sentença.
Por três vezes a Irmandade foi acionada para essa tarefa, quando de enforcamentos determinados pelo júri e realizados no enorme campo do Piques, entre as atuais ruas Comendador Oeterer e Hermelino Matarazzo, local em que, em 1863, se construiu o cemitério municipal, hoje da Saudade.
A primeira foi em 1835, quando se enforcou um escravo, condenado por haver assassinado com muita crueldade uma escrava de Francisco Ferreira Braga.
Em 1842, foram enforcados três escravos por haverem morto, na véspera do Natal de 1841, em legítima defesa, o feitor da fazenda de dona Gertrudes Eufrosina de Aguirre, no Passa Três - local em que se situa o casarão do Brigadeiro Tobias, sede daquela propriedade.