“um grande canhão fundido no Ypiranga em 1840 e tomado aos revoltosos de 1842, em Sorocaba”
dezembro de 1922. Há 102 anos
Um dos canhões presenciou a reinauguração do Museu Paulista, em 1922. A edição de dezembro de 1922 da revista Ilustração Brasileira, o órgão oficial da Comissão Executiva do Centenário da Independência, que inclui um artigo de Affonso de Taunay, o registra numa foto, com a legenda “galeria da direita, no andar térreo”. No texto do artigo, em certo ponto Taunay refere-se a “um grande canhão fundido no Ypiranga em 1840 e tomado aos revoltosos de 1842, em Sorocaba”. Certamente houve um engano entre “Ypiranga” e “Ypanema”. [1]
Ainda não foi encontrada nos arquivos do museu, documentação sobre a entrada daqueles objetos no acervo. Nele há o registro de um canhão com a identificação 1-15-02-03734-00-00, e a menção: “construído pela antiga fábrica de ferro de Ipanema”. Entretanto, não é do tipo Blomefield. Por outro lado, faz parte do acervo um outro canhão, identificado pelo código 1-15-02-000-03741-00-00, que é do mesmo tipo dos dois canhões de Sorocaba, tem a inscrições 23 de julho de 1840 em relevo, dom Pedro II e uma letra B.
Não há dúvida de que esse é um dos três canhões fabricados por Bloem, até por ter alma de quase 10 centímetros, completando o conjunto. O quarto, que seria um canhão de salva (ou de festim), pode não ser aquele citado nos arquivos do museu, mas isso merece mais investigação. Em 1994, para a comemoração dos 200 anos do nascimento de Tobias de Aguiar, foram retirados os lacres dos dois canhões de Sorocaba e foram disparadas duas salvas comemorativas. [2]