O espolio mineralógico de Fernão Dias, cuidadosamente "cosido" e lacrado em um saquinho, foi solenemente aberto pela câmara de S. Paulo - 11/12/1681 de ( registros)
O espolio mineralógico de Fernão Dias, cuidadosamente "cosido" e lacrado em um saquinho, foi solenemente aberto pela câmara de S. Paulo
11 de dezembro de 1681, quinta-feira. Há 343 anos
O espolio mineralógico de Fernão Dias, cuidadosamente "cosido" e lacrado em um saquinho, foi solenemente aberto pela câmara de S. Paulo em n de dezembro de 1681, e do auto que se lavrou nada constia além das suppostas esmeraldas. Aexpedição transitou por muitas léguas por terrenos que depois foram reconhecidos como ricamente aíiriferos, mas, com a pre- occupação de prata e pedras preciosas, parece que não foi lembrado o expediente de levar na comitiva alguns faiscadores de ouro de lavagem, que nesta epoca não faltavam em S. Paulo. [1]Viera este executar uma commissão especial com a qual nada tinha. Assim o deixasse a Camara em paz que não iria de modo algum. E não foi! “non segiu viaje”, que era mais amigo da in- tegridade de sua rica pelle do que do serviço real. A intimação relativa ás esmeraldas sonegadas surtiu efíeito. Compareceram perante a Camara vários indivíduos “para manifestarem” as que possuíam. Exhibiu Luiz Porrate Penedo tres pedras pesando menosde 5 grammas; Diogo Bueno uma deste peso, Domingos Car- doso duas que declarou pertencerem ao thesoureiro Vieira, tão pequenas que mal pesavam gramma e meia. Supomos que a ausência do thesoureiro denuncia algumapressão sobre elle exercida pelos officiaes. Teria partido pa- ra a selva a cumprir com a sua obrigação? Provavelmente, mais que provavelmente, não! Com certe- za se retirara para o littoral. Mandou a Camara que os dfec’a- rantes conservassem as pedras até chegar ordem especial de Sua Alteza a tal respeito. Depois destes factos silenciam as Actas e o Registo Geralsobre as passadas de Dom Rodrigo de Castel Blanco em SãoPaulo.A onze de dezembro de 1681 se deu um acontecimento do maior vulto na vida paulistana. Exhibia Garcia Rodrigues Paes, á Camara, quarenta esete pedras verdes, grandes e equenas, algumas delias transparentes pesando uma arratel e cinco oitavas (47Ógrs.930) ; umsacco de agulhas finas pesando 552grs.23Ó; outro de pedras meudas, e mais nove grandes imperfeitas com quasi kilo e meio, outro das meudas com quasi um kilo. Uma das peças principaes da col’ecção, vinha a ser certa “pedra seistavada, comprida, branqua, de seis oitavas.” Explicava o moço bandeirante : Aceitassem Suas Mercêsas esmeraldas que “apresentava e manifestava descubertas porseu pay, o governador femão dias Pais, as quais lhe restarão das que tinha oferesido ao administrador geral dom Rodrigo [2]
Historia geral das bandeiras paulistas: escripta á vista de avultada documentação inédita dos archivos brasileiros, hespanhoes e portuguezes
1° de fonte(s) [25206] Historia Geral das Bandeiras Paulistas Escrita á vista de avultada documentação inédita dos arquivos brasileiros, hespanhoes e portuguezes Tomo Sexto - Ocupação do Sul de Motta Grosso - Agrande jornada Esmeraldina de Fernão Dias Paes - Pesquiza Infructifera da prata - A connquista do Nordeste e a "Guerra dos Barbaros". Data: 1930, ver ano (105 registros)
O espolio mineralógico de Fernão Dias, cuidadosamente "cosido" e lacrado em um saquinho, foi solenemente aberto pela câmara de S. Paulo em n de dezembro de 1681, e do auto que se lavrou nada constia além das suppostas esmeraldas. A expedição transitou por muitas léguas por terrenos que depois foram reconhecidos como ricamente auríferos, mas, com a preoccupação de prata e pedras preciosas, parece que não foi lembrado o expediente de levar na comitiva alguns faiscadores de ouro de lavagem, que nesta epoca não faltavam em S. Paulo. [131]
Viera este executar uma comissão especial com a qual nada tinha. Assim o deixasse a Camara em paz que não iria de modo algum. E não foi! “non segiu viaje”, que era mais amigo da integridade de sua rica pele do que do serviço real. A intimação relativa ás esmeraldas sonegadas surtiu efeito. Compareceram perante a Camara vários indivíduos “para manifestarem” as que possuíam. Exibiu Luiz Porrate Penedo três pedras pesando menos de 5 grammas; Diogo Bueno uma deste peso, Domingos Cardoso duas que declarou pertencerem ao thesoureiro Vieira, tão pequenas que mal pesavam gramma e meia. Supomos que a ausência do thesoureiro denuncia algumapressão sobre elle exercida pelos officiaes. Teria partido pa- ra a selva a cumprir com a sua obrigação? Provavelmente, mais que provavelmente, não! Com certe- za se retirara para o littoral. Mandou a Camara que os dfec’a- rantes conservassem as pedras até chegar ordem especial de Sua Alteza a tal respeito. Depois destes factos silenciam as Actas e o Registo Geralsobre as passadas de Dom Rodrigo de Castel Blanco em São Paulo. A onze de dezembro de 1681 se deu um acontecimento do maior vulto na vida paulistana. Exhibia Garcia Rodrigues Paes, á Camara, quarenta e sete pedras verdes, grandes e equenas, algumas delias transparentes pesando uma arratel e cinco oitavas (47Ógrs.930) ; um sacco de agulhas finas pesando 552grs.23Ó; outro de pedras meudas, e mais nove grandes imperfeitas com quasi kilo e meio, outro das meudas com quasi um kilo. Uma das peças principaes da colecção, vinha a ser certa “pedra seistavada, comprida, branca, de seis oitavas.” Explicava o moço bandeirante : Aceitassem Suas Mercês as esmeraldas que “apresentava e manifestava descubertas por seu pay, o governador Fernão Dias Pais, as quais lhe restarão das que tinha oferecido ao administrador geral dom Rodrigo [206]