“Os hespanhóes no salto do Avanhandava no século XVI”, 20.04.1899. Eduardo Prado
20 de abril de 1899, quinta-feira. Há 125 anos
Entre os escritores que, no século passado ou no começo deste século, trataram o Rio da Prata, o mais célebre, o mais simpático é, sem dúvida; D. Feliz de Azara. Dos trinta e cinco anos de idade aos cinquenta e cinco, durante vinto longos anos, aquele fidalgo espanhol, que em 1781 viera ter á América do Sul na qualidade de um dos comissários encarregados da delimitação territorial entre os domínios espanhóis e portugueses, percorreu e estudou com zelo a região do globo, á qual consagrou toda a sua atividade e todas as suas forças da sua inteligência. (“Os hespanhóes no salto do Avanhandava no século XVI”, 20.04.1899. Eduardo Prado. p.1)
Na parte póstuma da obra de Felix de Azara, que seu sobrinho D. Augustin de Azara, marques de Nibbiano, publicou em Madrid, em 1847, sob o título "Description é Historia del Paraguay y del Rio de la Prata" (“Os hespanhóes no salto do Avanhandava no século XVI”, 20.04.1899. Eduardo Prado. p.2,3)
Da afirmativa de Azara, porém, podemos tirar uma lição, que servirá para não ficar sem a obrigada moralidade esta pequena anedota histórica-geográfica que tendes tido a bondade de ouvir. A moralidade que na História e na Ciência, como na vida, as violências feitas á verdade são sempre seguidas de uma ou mais tardia reparação. Assim: Quase cem anos depois da morte de Azára, estamos aqui reunidos e temos estado a nos convencer de que aquele sábio foi, pelo menos uma vez, infiel á verdade. Para a glória de Azára seria melhor que ele não tivesse fornecido ao obscuro critico de uma página da sua bela obra esta ocasião de ser instrumento do destino restaurador da verdade da História. (“Os hespanhóes no salto do Avanhandava no século XVI”, 20.04.1899. Eduardo Prado. p.14)