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“A Guerra de Iguape”, Eduardo Bueno, youtube.com/watch?v=vqUklpmKSiA
15 de maio de 2019, quarta-feira. Há 5 anos
A GUERRA DE IGUAPE - EDUARDO BUENO314.211 visualizações • 15 de mai. de 2019 • Se você acha que a história dos Estados Unidos parece um filme de caubói, é porque você ainda não conhece o tiroteio e os bandoleiros que construíram os primórdios do Brasil. A Guerra de Iguape foi a primeira e inacreditável luta entre portugueses e castelhanos travada no Novo Mundo. Saiba quem saiu ganhando e quem perdeu num episódio que certamente jamais vai cair no Enem.

Depois de estar a 12 dias ancorado em Cananéia, sobe a bordo um cara chamado bacharel de Cananéia. Era um cara que estava morando ali, segundo diz o irmão dele. Essa expedição é minuciosamente contada pelo irmão de Martim afonso de Souza, Pedro Lopes de Souza, que fez O Diário da Navegação de Martim Afonso de Souza, que é um livro sensacional, é um diário de bordo. Chega esse dia 12 de agosto, a bordo o bacharel de Cananéia, que o Pero de Góis escreve "estava morando há mais de 30 anos no Brasil". Estamos em 1531, ele estava morando há mais de 30 anos no Brasil, portanto, estava morando antes do Descobrimento do Brasil? Ou havia chegado no exato momento do Descobrimento do Brasil? Ninguém sabe.

Junto com ele tinha um outro cara também incrível, chamado Francisco de Chaves, que também era um desertor espanhol, ops, também não, porque não sei o bacharel era um desertor espanhol. Não sei se ele é a português, se ele era espanhol, ninguém sabe.

Provavelmente era português. Francisco de Chaves também era português, mas tinha desertado de uma expedição espanhola. E esses dois caras e outros, que estavam morando a mais de 10 anos em Cananéia. Todos cheios de mulheres indigenas, e todos sob a égide, sob o poder do bacharel, dizem para ele o seguinte:

"Tem uma trilha que sai daqui e ai até um território repleto de montanhas enormes, cobertas de neve, onde vive um povo riquíssimo, cheio de ouro e prata."

Ele já tinha ouvido falar dessa HistóriaJá se comentava dessa história desde 1524, quando Aleixo Garcia percorreu este caminho, sabiam que essa história existia, sabiam que esse reino existia, e o tal Francisco de Chaves diz para ele o seguinte:

"Se tu me der uma tropa, com 50 soldados, eu saio daqui de Cananéia, vou até este lugar e daqui a 10 meses eu estarei de volta com 400 escravos indigenas carregados, cada um deles com um cesto, grande, cheio de ouro e prata."

Em janeiro de 1533, portanto mais de 10 meses depois, o Martim Afonso volta para Cananéa e descobre que os os soldados sumiram. Não tem notícias deles. Ele sai de Cananéa e vai para São Vicente/SP, que era chamado Porto dos Escravos. Era o lugar onde morava João Ramalho e outros portugueses, todos traficantes de escravos. Todos uns homens meio estranhos, embora menos estranhos que os de Cananéa.Então Martim Afonso fica alí aguarando a volta da expedição.Martim Afonso deixa em seu lugar-tenente Pero de Góis

Em outubro de 1533 chegam as notícias de que a expedição de Pero Lobo e Francisco de Chaves teria sido atacada pelos índios carijó e morta logo alí no Paraná, perto da foz do Iguassú, ou seja, longe ainda do Perú. E diz, há o boato, de que quem teria ordenado a morte dessa expedição tinha sido o Bacharel de Cananéa.

Então Pero Lopes manda um emissário até Cananéa. Chegando em Cananéa o emissário diz ao Bacharel:

"O teu degredo", ou seja, ele era degredado, é a primeira vez na História que há o registro de que ele era um degredado por que diz

"O teu degredo sera a partir de agora, não em Cananéa, mas sim em São Vicente."

E além de tudo, tinha lá junto com ele, um cara que aparece na História, chamado Ruy Garcia Moschera, que era um espanhol "pica das galáxias", que tinha desertado da expedição do Sebastião Caboto, que era um cara tão inacreditável que deu origem a palavra "cabotino", um italiano, que navegava sob bandeira espanhola, que tinha passado por alí em 1526.

Este Ruy Garcia Moschera tinha desembarcado alí, mas em vez de se instalar em Cananéa, se instalou em Iguape, mas com as bençãos, com a permissão do Bacharel, que manda alí naquela área. Mas esse Ruy Garcia Moschera também não era "mole". Quando os emissários de Pero de Góis chegam lá, para dar o ultimato ao bacharel, o Ruy Garcia Moschera estava lá, e era meio-nobre, disse assim:

"Essa terra pertence a Espanha!". E era bem na divisa mesmo, talvez fosse da Espanha. Ele diz: "Essa terra não pertence a Portugal, essa terra pertence a Espanha, eu estou aqui em nome do imperador Carlos V."

"Não vou sair daqui não, e nem o Bacharel irá sair daqui!"

Então o emissário diz:

"Se você (Bacharel) não estiver em São Vicente em duas semanas, viremos busca-o a força."

Inclusive o Pero Góis não morre, o Pero de Góis, mas leva uma flechada no olho e14:35perde o olho pra sempre.14:37Quando ele virou o donatário lá de São Tomé... que é outra história incrível14:40também, a vida desse cara, que ninguém conta pra gente.. ele vira donatário lá sem um14:45olho!14:46Porque ele perdeu um olho nesse, nesse confronto, que foi no verão de 1534.14:54

Não se sabe exatamente quando, entre janeiro e fevereiro de 1534. O que se sabe é que logo depois disso, logo depois disso cara, sabendo que São Vicente só tinha cento e tantos... duzentos.. menos de duzentos habitantes... e que oitenta tinham atacado Iguape e tinham sido quase todos mortos... que que o Bacharel e o Ruy Moschera fazem?

Pegam o barco francês, botam toda a tropa deles e vão até São Vicente, cara. E chegam em São Vicente, que tá desguarnecida... e destroem a cidade inteira, cara! Destroem a cidade inteira! A cidade que era a primeira cidade brasileira, primeira vila fundada no Brasil, em 1532, dois anos antes, pelo Martim Afonso de Sousa...

Mas com todo o dinheiro do Martim Afonso, com todo o apoio do Martim Afonso... portantojá era uma vila bem estabelecida, de certa forma, pros padrões da época, com duzentoshabitantes... Destroem, botam fogo na vila inteira, cara. Destroem o pelourinho, que é o lugar onde os malfeitores eram punidos... E acima de tudo, cara: queimam o cartório!

Porque no cartório já tavam registradas todas as escrituras de posse.. né, porque os portugueses chegavam num lugar e tomavam posse dum lugar que era indígenas há milhares de anos e aí dividem, assim, em terrenos.. "esse terreno é teu, esse terreno é teu, esse terreno é teu"... e aí vão no cartório, pum, pum..

E o cara fica ali com a escritura, sou dono desse lugar aqui... O Brás Cubas, o Henrique Montes, um monte de personagem que depois viria a ser famoso na história do Brasil, né. E eles queimam o cartório, cara, acabam com as escrituras... Eles queimam a IGREJA, cara, eles destroem a cidade inteira, cara! É inacreditável!

É a primeira luta, o primeiro confronto entre europeus travados, com certeza, na América do Sul. Aí voltam pra... pra Cananeia... e ninguém mais ataca eles em Cananeia, né, cara! E esse evento atrasa em mais de dez anos a colonização do sul do Brasil, né. Sendo que em 1542, dez anos, oito anos depois, quando eles tentam recriar São Vicente, vem um MAREMOTO! Teve um MAREMOTO, um maremoto GIGANTE em São Vicente, com ondas de dez metros de altura, tsunami, que devastou o pouco que eles tinham construído de novo.

E sabe que que é o melhor dessa história, cara? É que ela não tem fim! Porque ninguém sabe que que aconteceu com o Bacharel, ninguém sabe o que que aconteceu com o Ruy García Moschera. Ninguém sabe nada, cara!17:31O fato é que esses caras continuaram vivendo anos em Cananeia, e o fato que até hoje Cananeia17:38é isolado, cara, Cananeia continua cercada de matas e de mistérios, cara...17:42Que nem é a tua cabeça sobre a história do Brasil: é só mata e é só mistério.17:49Ainda bem que eu sou um desbravador de trilhas e aí entra um pouco de luz nesse cérebro17:54cheio de musgo, né cara.17:56Hahaha.17:57Tá bom, cara, é isso, acabou a história da guerra de Iguape.18:00É legal, né, cara.18:01É legal.18:02Tá, tchau.18:03“O que você acaba de ver está repleto de generalizações e simplificações, mas18:09o quadro geral era esse aí mesmo!18:11Agora, se você quer saber como as coisas de fato foram...18:17Ah, então você vai ter que ler!".

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