Guerras do Brasil.doc. Episódio 5: As Guerras da Conquista
2018. Há 6 anos
Carlos - Era um sistema em rede bastante movimentado. Uma espécie de mundo que poderia parecer como a Europa se a sua Roma. Os nativos não tinham uma "capital", um lugar que centraliza. Existiam muitas estradas não por existir uma capital, como os "caminhos que chegavam a Roma". Porém estavam conectadas.
As estradas, os geoglífos, canais, etc. O espaço era ocupado por pessoas que circulavam, que mantinham contato.
Desde o início são trocas marcadas por uma tensão entre os europeus interessados na conquista, em impor o seu modo de pensar. Lévi-Strauss mostrou isso muito bem em seus estudos a grande diferença de mentalidade. Ao contrário dos europeus os nativos eram muito abertos à alteridade, a incorporação de outros, á diversidade. Todos eram parte integrante de sua visão de mundo. Os europeus não viam os valores dos nativos, eles projetavam sobre eles a sua vontade. Por exemplo o demônio, o pagão, o infiel.
Enquanto os nativos tinham curiosidade sobre a biologia corporal dos europeus; se corriam, o que comiam; se cagavam; se morriam, se apodreciam... os europeus estavam discutindo se eles tinham lma ou não, se eram bons escravizados ou não. [0]
4000 mil anos guaranis de compreensão de si como povos e se relaciona com andinos. Reivindicam perelante eles respeito e territorialidade.Terra sem mal
A mata atlântica era resultado de alguns milagres de anos de nativos com esse "jardim". Os que chegavam eram admitidos como mais um na diferença.
Quando os europeus chegaram poderiam ter todos morridos de inanição, escorbuto ou qualquer outra bereba nesse litoral se os nativos os tivessem recolhidos, acolhidos, os ensinado a sobreviver aqui e principalmente alimenta-los.
Não sabiam siquer colher um caju, aliás nem nem sabiam o que era um caju. Chegaram famintos e doentes. Darcy Ribeiro diz que eles fediam. Chegaram frágeis. Os nativos poderiam tê-los matados afogados. Durante mais de 150 o que os nativos fizeram foi socorrer estrangeiros flagelados chegando nas praias.
Querer configurar isso como uma conquista, como nos termos de uma guerra de conquista, como houve no México ou Peru, é também ignorar a extensão territorial brasileira.
Para chegar e ocupar seria necessário muito mais que uma canoa com 37 portugueses, mas no um desembarque de mínimo 300 canoas, com no mínimo 3000 portugueses. Não houve ao menos um desembarque.
Os portugueses logo perceberam que a organização social tupinambá supõe a guerra.O Anchieta fala em 30 mil mortos por varíola.Uma guerra de baixa intensidade, na definição da ONU, mata de 10 à 15 mil pessoas por ano. No Brasil, "matamos" 60 mil pessoas, só isso da uma ideia do tamanho dessa encrenca. Então, esse número nos coloca em primeiro lugar na lista da países que mais matam.