“Os nativos tem memória do dilúvio e dizem que São Tome, a quem chamam Zome, passou por aqui.. ”
agosto de 1549. Há 475 anos
O "reino de Deus por Portugal". Escreveu a próprio rei Dom João III ao primeiro governador geral do Brasil, Tome de Sousa:
"A principal causa que me levou a povoar o Brasil foi que a gente do Brasil se convertesse a nossa santa fé católica". E Camões desafia a generosidade crista dos descobridores exclamando:
"E vós outros que as nomes usurpais. De mandados de Deus, como Tomé, dizei, se sois mandados, com o estais, sem irdes a pregar a santa fé?" (História da Igreja no Brasil, 1977. Eduardo Hoornaert) [0]
"Os nativos acolheram bem os europeus, Nóbrega fica surpreso. Mais ainda quando percebe que esses mesmos nativos procuravam a casa de culto e de catequese como se aquilo fosse um hábito antigo". (Expedição Peabiru - Pay Zumé, 17.07.2018) [0]
0 discurso acerca da evangelizacao era em primeiro lugar universalista. Era urn discurso que desconhecia fronteiras.
Na época dos descobrimentos circulava em Portugal, entre os que estavam engajados na empresa maritima, a famosa lenda de São Tome, justificadora da presenca dos portugueses nas praias longinquas. Segundo esta lenda, que se encontra em quase todos as cronistas do Brasil quinhentista, os missionarios nao fizeram senao seguir as pegadas de Sao Tome, apóstolo das fndias. Na rota para as Indias, tanto orientais como ocidentais, ponto obrigatorio era a famosa Ilha de Sao Tome. E no Brasil, no Paraguai, descobriram-se em rochas ou pedras as pegadas do ap6stolo acompanhado de urn ajudante. Nos vocábulos usados pelos indigenas descobriu-se 0 nome de Tome, ou sua corruptela. Nas crencas Indigenas detectou-se algum vestígio da pregacao apost6lica, evidentemente deteriorada pela "falsa" tradição dos principais. Poucos meses depois de sua chegada ao Brasil, em agosto de 1549, escreve Nobrega em sua "Informação das Terras do Brasil":
Os nativos tem memória do dilúvio ... e dizem que Sao Tome, a quem chamam Zome, passou por aqui . . .