Anais do VII Simpósio Nacional dos Professores Universitários de História, 1974
1974. Há 50 anos
Na parte superior do escudo bi-partido a panóplia (Panóplia designava, na Grécia Antiga, a armadura completa do soldado hoplita, composta pelo escudo, elmo, couraça e cnêmides, pesando entre 22 e 31 kg. De maneira análoga, na Idade Média, o termo foi aplicado à armadura dos cavaleiros europeus) composta do gibão, do arcabuz e do machado pintados ao natural sobre fundos vermelhos (ou goles), relembram os grandes bandeirantes sorocabanos Pasqual Moreira Cabral, Fernão Dias Falcão, os irmãos Paes de Barros e tantos outros mais.
A parte inferior relembra a primitiva mineração de ferro, a primeira que se realizou no Brasil, nos arredores de Sorocaba, no morro do Araçoyaba, uma montanha negra (ou de sable), sobre o fundo de ouro. Os suportes do escudo, os dois unicórnios, que são os cavalos heráldicos, recordam as feiras que tão notável papel representaram para a conservação da unidade nacional no Sul do Brasil.
O pequeno escudo, com a flor de lis sobre a porta principal da coroa mural, lembra que a cidade tem por orago Nossa Senhora da Ponte. A divisa "Sempre combati por uma pátria una e livre" ou "Pro una libera Patrla pugnavi" recorda o papel de Sorocaba pelas feiras e ainda a parte que tomou nos acontecimentos da Independência com a criação do Batalhão dos Sorocabanos, e outros fatos relativos ao pendor de Sorocaba pela implantação da liberdade do Brasil. A roda dentada estampada no listão, lembra a notável preeminência obtida em nossos dias pela indústria sorocabana.
Em 1601 o governador geral envia habitantes para Araçoiaba ao povoado que também se denominou Ipanema. Alguns anos mais tarde, em 1611, o pelourinho foi mudado para a beira do rio Sorocaba, para Itavuvú, sob a invocação de São Filipe, em homenagem ao rei da Espanha. [[Anais do VII Simpósio Nacional dos Professores Universitários de História, 1974. Pégina 24]
Aí falta muita documentação, devido a um fato muito singular, que nos é contado pela Abadessa: Em 1901, durante a epidemia de Febre Amarela, a superiora do Convento, naquela época, com o nobre e louvável intuito de proteger as irmãs que se encontravam no Convento, temendo que fossem também atingidas pelo grande mal, queimou muita coisa no interior do imóvel e também jogou ao fogo, uma caixa contendo muitos papéis velhos e livros do Mosteiro, inclusive documentos de posse das terras. Para assegurar a posse das terras, foi feito um processo de usucapião há poucos anos atrás, com testemunhas da população que o Convento estava instalado ali, pelo menos há mais de 100 anos. (Página 1495)
Em 1661, Balthazar Fernandes, o fundador de Sorocaba, manda construir a Igreja de Nossa Senhora no local onde hoje é o mosteiro de São Bento, legando-a aos padres Beneditinos do parnaíba, pois ele era bandeirante que com toda sua fazenda e escravizados veio de Parnaíba para Sorocaba. A nova matriz teve o início de sua construção em 1770 e em 1773 foi solenemente inaugurada. (Anais do VII Simpósio Nacional dos Professores Universitários de História, 1974. Página 1490.)