Embarcou para a Europa em princípios de 1852, e no ano seguinte, já publicava a obra que ora aparece pela primeira vez em versão portuguesa, decorrido quase um século, graças à iniciativa do editor José de Barros Martins. O título da edição original é: “Reise nach Brasilien, durch die Provinzen von Rio de Janeiro und Minas Geraes, mit besonderer Rücksicht auf die Naturgeschichte der Gold und Diamantendistrickte”, Berlin, Georg Reimer, 1853, VIII mais 608 p. e mapa. [0]
Tive ocasião de ver um animal desses, vivo ainda, coberto com uns ramos, tentando, em vão esforço, levantar a cabeça de quando em vez. Os brasileiros costumam deixar as pobres bestas no próprio lugar em que tombavam, sem se importarem com a morte delas, sem tirá-las do caminho. Um vez caído o animal, aliviam-no da carga a fim de lhe facilitar os movimentos; se, mesmo assim, não consegue por-se de pé, sinal evidente de sua fraqueza e inutilidade e, mais ainda, de sua morte próxima, abandonam-no. Ninguém se incomoda mais com a pobre besta; a carga é posta num dos outros animais, que, sempre em grande número, acompanham a tropa, e o vencido é coberto com alguns ramos. Eis o cuidado único que se toma para advertir as outras tropas que passam, pois tanto as mulas como os cavalos tem uma grande aversão pelos cadáveres dos companheiros, e nada os faria passar junto de um lugar desses. [1]