Os primeiros troncos Paulistas e o Cruzamento Euro-Americano, 1936. Alfredo Ellis Júnior (1896-1974)
1936. Há 88 anos
A documentação mandada publicar pelo dr. Washington Luis nos tem revelado não só informes magníficos para a reconstituição da epopeia das bandeiras, como também nos dá ótimos elementos para o pleno conhecimento do estado social dos antigos moradores de São Paulo.
Pela publicação dos documentos dos "Inventários e testamentos", bem como das "Sesmarias", verifica-se que São Paulo no século XVII foi o centro de um enxame de fazendolas de pequena cultura e de pastoreio de diminutos rebanhos. De fato, o perímetro circundante da pequena área territorial que englobava as redondezas paulistanas, onde se estendiam essas fazendas, passava por Parnahyba, Araçariguama, Apotribú, Caucaia, Quitaúna, Virapueiras, Cotia, Itapecerica, Jurubatuba, Itaquaquecetuba, São Miguel, Conceição dos Guarulhos, Tremembé, Orubupiara (Guapira), Juquery e Atibaia.
Além de, com grande facilidade, se poder por estes documentos conhecer o tipo social do homem paulista de antanho, também por eles se consegue determinar o regimento da propriedade, a fisiologia e o caráter dessa gente monumental.
Quanto ao regimento da divisão da propriedade, interessantíssima questão já abordada por Oliveira Viana, nos seus estudos sobre as populações paulistas dos séculos primeiros, esses documentos vêm revelar coisas completamente novas, destruindo velhas ficções dos nossos cronistas antigos. [Os primeiros troncos Paulistas e o Cruzamento Euro-Americano, 1936. Alfredo Ellis Júnior (1896-1974). Páginas 249 e 250]
Entre as maiores criações de gado bovino figurava a de Manuel João Branco, (o velho famoso que foi a Portugal oferecer o cacho de bananas de ouro ao rei), nos pastos de Tujucussú. Essa fazenda de Pinheiros levava a palma com 500 cabeças, número certamento muito respeitável para a época. Isso entretanto não foi senão mera exceção, como também o foi a criação bovina de Lourenço Castanho, o velho, na sua fazenda de Parnahyba, com 200 cabeças; a de Francisco Barreto teve 150 cabeças; a de Francisco de Proença, no Ypiranga, que teve 115; a de Christovam da Cunha, no seu sítio de Saboó (Apotribú), que teve 136; [Páginas 256 e 257]