| 30 de janeiro de 1917, terça-feira. Há 107 anos |
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| | | De qualquer forma, a proibição do canto dos carros “calou fundo” na alma dos carreiros e foi suficiente para precipitar a greve. Certamente tal medida foi vista pelos condutores dos carros de bois como uma forte provocação, pois tocava num costume arraigado. O jornal A cidade de Sorocaba publica um poema tratando de toda a situação, intitulado Greve dos Carreiros:
O Perfeito da cidade/agora deu de muitá/o carrero que fizé/O carro de boi cantá. [...] É uma barbaridade, não se pode trabaiá;/Puis no que é que incommoda/O carro de boi cantá. [...] É só mermo in Sorocaba/Que os carrêro tem azá,/O povo já injuô de vê/O carro de boi cantá? [...] Puis intão com é que dexam/Os gramophone tocá?/deviam dexá também/O carro de boi cantá [...] Quando nuè falta de lenha,/Não tê com que cuzinhà/Dexarão cum muito gosto,/O carro de boi cantà. [Fisionomia da cidade: Sorocaba – cotidiano e desenvolvimento urbano – 1890-1943, 2008. Rogério Lopes Pinheiro de Carvalho. Página 169] | |
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