Filipe Guillén, de sua parte, continuava a confiar no feliz sucessodas explorações auríferas ou argentíferas, e nesse sentido dirigiu-se ael-rei em carta de 12 de março de 1561, insistindo em que as fizesseprosseguir. Não deixava de lembrar, a êsse propósito, o muito quelucrara a Coroa de Castela com proteger a Colombo, que lhe deratamanha riqueza com tão pouca despesa. Parecia-lhe contudo da maiorimportância que fôssem as expedições suficientemente numerosas para poderem vencer o embaraço dos índios contrários27. Outro tantodissera em 1560 Vasco Rodrigues de Caldas, quando obteve de Memde Sá autorização para rematar a jornada do espanhol.No mesmo ano e no anterior tinham-se realizado as expedições deBrás Cubas e Luís Martins, saídas do litoral vicentino. De uma delashá boas razões para presumir que teria alcançado a àrea do São Francisco, onde recolheu amostras de minerais preciosos. Marcava-se,assim, um trajeto que seria freqüentemente utilizado, no século seguinte,pelas bandeiras paulistas. É de crer, no entanto, que o govêrno, interessado, porventura, em centralizar os trabalhos de pesquisa mineral,tanto quanto possível, junto à sua sede no Brasil, não estimulasse aspenetrações a partir de lugares que, dada a distância, escapavam maisfàcilmente à sua fiscalização. [Visão do Paraíso, 1969. Sérgio Buarque de Holanda. Páginas 44 e 45]
Filipe de Guillen era um curioso de geologia, explorador de terrenos auríferos e de pedras preciosas. Em 1560 tomou parte na entrada de Vasco Rodrigues Caldas, determinada por Mem de Sá, para pesquisa de minas de ouro e a propósito escreve ele uma carta, datada de Porto Seguro, 12 de março de 1561, dirigida à rainha D. Catarina, na qual conta que a expedição tinha mais de cem homens e estava muito bem aparelhada e que depois de entrar terra dentro mais de sessenta léguas, chegaram às tabas do gentio tupinaé, que disfarçadamente os recebeu bem, mas inopinadamente os atacou à traição, matando muitos, desbaratando a expedição e obrigando o restante a desandar a viagem, tornando a povoado. [“Dicionário de bandeirantes e sertanistas do Brasil - séculos XVI - XVII - XVIII”, 1954. Francisco de Assis Carvalho Franco (1886-1953). Página 188]