O Colégio das Irmãs do Patrocínio; o imponente edifício do ex-Colégio São Luiz, dos Jesuítas, onde muitas gerações se enriqueceram de sãos conhecimentos. Nas tradições lendárias, quem desconhece a origem do Bom Jesus de Pirapóra, imagem em tamanho natural, que deu á margem do Tietê, cuja fama de milagrosa leva, anualmente, milhares de devotos e romeiros de todas as procedências?
Indo de Parnahyba para Pirapóra, encontra-se fincada á margem esquerda da estrada uma grande cruz de madeira. Quando foi encontrada a margem no Tieté, reza a lenda, os Parnahybanos reclamaram a posse, por serem dessa cidade dois pescadores que primeiro a viram. Travou-se, então, forte pendência entre Parnahybanos e Pirapórenses. Depois de muita celeuma, concordaram que devia ser transportada para Parnahyba. Colocada em uma espécie de andor, rumaram de Pirapóra a Parnahyba. Feitos quatro quilômetros e meio, mais ou menos, os carregadores, exaustos pelo peso da imagem e pelo mal estado do caminho, descansaram-na sobre o leito deste.
Desanimados e excessivamente supersticiosos, interpretaram a fadiga extrema como uma recusa á transladação e um castigo do santo. Entre os quatro e meie quilômetros vencidos e os 6 e 1/2 a fazer, resolveram voltar com a imagem para Pirapóra, ai ficando definitivamente o milagroso santo.
Esse fato foi muito comentado e no local levantaram os crentes a cruz acima referida e conhecida por "cruz dos ciúmes de Parnahyba". Havendo a facilidade, que a nova estrada proporcionava, dar-se-á um completo aproveitamento das fertilíssimas terras do vale do Tieté, região ora beneficiada, onde a cana de assucar e o algodoeiro desenvolveram-se exuberantes.