Quando se pretende ir a Mato-Grosso pela via fluvial, embarca-se no Tietê, em Porto Feliz, em grande pirogas ou barcas. A quatro léguasdesta cidade, encontra-se a paróquia da Santa Trindade de Pirapora, aqual, em 1842 a 1844, foi elevada a vila, sob a denominação de Vila dePirapora; a partir daí, percorre-se uma imensa extensão de terras desertas.
Ao fim de 25 ou 26 dias atinge-se a confluência do Tietê com o Paraná, descendo-se por este cerca de 30 a 35 léguas; depois sobe-se o rio Pardo, e, muitas vezes, empregam-se até dois meses para viajar 80 léguas por este último, entravado, tal qual o Tietê, por uma sucessão de corredeiras e cascatas.
Chegando-se ao rio Sanguexuga, que desagua no rio Pardo, as embarcações são levadas para terra, sendo carregadas, bem como as cargas que transportam, em carros de quatro rodas, puxados por 6 a 7 juntas de bois. Esses carros são fornecidos pelo proprietário do primeiro estabelecimento luso-brasileiro situado, depois dePirapora, naquelas imensas solidões, estabelecimento denominado fazenda de Camapuan. É nessa fazenda, situada às margens de um pequenorio do mesmo nome — rio Camapuan — (461), que os carros, depois deterem percorrido cerca de três léguas através de matas e campos, transportam as embarcações. Em Camapuan, que já depende da provínciade Mato-Grosso, são encontradas diversas provisões — milho, toucinho,
Viagem a provincia de São Paulo e resumo das viagens ao Brasil, Provincia Cisplatina e Missões do Paraguai