Problemática assistencial, sociocultural e educativa nas Aldeias e Missões do Real Colégio de Olinda (séculos XVII e XVIII) Ana Rita Bernardo Leitão, Lisboa - 01/01/2011 de ( registros)
Problemática assistencial, sociocultural e educativa nas Aldeias e Missões do Real Colégio de Olinda (séculos XVII e XVIII) Ana Rita Bernardo Leitão, Lisboa
2011. Há 13 anos
De Pernambuco, encontra Lins no Arquivo Distrital de Braga uma primeirareferência na década de sessenta do século XVII, a propósito da angariação de mão-deobra indígena da Aldeia do Camarão “para desentulharem o dormitório do Mosteiro deOlinda, que se encontrava em ruínas, após a expulsão dos holandeses”143.
É igualmentedeste período a primeira notícia conhecida por este autor quanto à presença beneditinana região Sudoeste, a propósito da fundação do Mosteiro de Sorocaba. Surge bastanteevidenciado o recurso aos índios para trabalhar em tarefas domésticas, “"pera serviço dadita Igreja [de N.ª S.ª da Ponte], e pera o serviço da sachristia, lhe dava mais hum moçoGentio da terra, e huma moça pera cozinha"”144. Nota ainda o autor uma denúncia aoRei datada de 1696, de autoria do administrador dos índios da aldeia do Jococa, Fr.Isidoro, isto porque as terras que haviam sido concedidas aos índios estavam a sertomadas por "brancos".
No cuidado prestado junto dos ameríndios, o seu trabalho apostólico foi maisacentuado nas fazendas da Ordem, situadas nas proximidades dos povoados indígenas.Na direcção dessas fazendas encontrava-se entre 1-2 sacerdotes. Contudo, defende Linsexistir um tratamento variável consoante se estivesse no nordeste ou no sudoeste, sendoque nesta última, por vias de uma economia mais pobre, sem recursos que pudessemdinamizar um mercado esclavagista com África, se fazia necessário recorrer ao cativeirode índios, ainda que tal contrariasse as disposições régias. Daí, por exemplo, se darconta do seu recurso nas fazendas anexas ao Mosteiro do Rio de Janeiro, obrigando,obviamente, a que o Rei se impusesse ao tomar disso conhecimento: style='text-decoration:none;'>\\windows-pd-0001.fs.locaweb.com.br\WNFS-0002\brasilbook3\Dados\resumos\
.txtGovernador, e Capitão Geral do Rio de Janeiro. Por ser informado que os Rellegiozosde são Bento tem muytos Indios nas suas fazendas afastados daqquella parte em quepossão ter o parto espiritual uzando delles como captivos // e contra aquella boa formatam recomendada nas Provizõens, Regimento, e minhas Leys, a favor da liberdade. Mepareceo ordenar vos por esta que logo os facais tirar dos dittos citios, lugares, e fazendasonde estão, ouvindo ao Procurador dos Indios para o seu comodo, e para onde se devemaldear em que possão fazer as suas lavouras destribuindosse lhe terras para tratarem doseu sustento. Escrita em Lisboa a 18 de Junho de 1706 = Rey =
Biblioteca Pública Municipal do Porto – BPMP-MS n.º 370, f. 56. Prova ainda a conivência dosbeneditinos com os «
, pelas Notícias do Mosteiro de Sorocaba, enviadas à Academia Real deHistória Portuguesa em 1734:“[...] no anno de 1668 pello que se infere da era que se acha na sepulturados ossos do Padre Frey Mauro da Trindade Vieyra, foi este Monge ao certão em companhia doscertanistas que costumavão hir todos os annos ao Gentio, ver se podia em boa paz adquerir pera oGremio da Igreja, e a administração deste Hospicio algum Gentio pera trazer [...]”. (BPMP-MS n.º370, f. 58v) apud LINS, Eugênio de Ávila, op. cit., p. 194. [Página 213]