BN. Biblioteca Nacional do Brasil. 22/04/1609 Carta de Dom Diogo de Menezes, governador do Brasil, escrita da Bahia ao rei D. Felipe II em que se lhe queixou de prover Dom Francisco de Souza as Fortalezas do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Vicente desobrigando-o da homenagem que delas tinha e lhe apontou alguns inconvenientes pertencentes ao governador daquela província e a sua fazenda como dela se podem ver] - 22/04/1609 de ( registros)
BN. Biblioteca Nacional do Brasil. 22/04/1609 Carta de Dom Diogo de Menezes, governador do Brasil, escrita da Bahia ao rei D. Felipe II em que se lhe queixou de prover Dom Francisco de Souza as Fortalezas do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Vicente desobrigando-o da homenagem que delas tinha e lhe apontou alguns inconvenientes pertencentes ao governador daquela província e a sua fazenda como dela se podem ver]
22 de abril de 1609, quarta-feira. Há 415 anos
Não obstante esta investida, também foram as preocupações com as minas de ferro, que deveriam atender às necessidades emergentes pós-Revolução Industrial. O berço da siderurgia no Brasil surgiu com a implantação da fábrica de ferro de São João de Ipanema na província de São Paulo, cuja primeira fundição foi atribuída a Afonso Sardinha, segundo histórico apresentado por Friedrich Ludwig Wilhelm Varnhagen em 1818.
D. Diogo Botelho Entendente das Minas, (...) chegando em S. Paulo em 1609, desiludido de encontrar o Sabarabussú, a serra resplandecente, incentivou o trabalho nas minas de ouro de lavagem e dedicou-se à exploração do ferro em Biraçoyaba; associando-se ao Provedor Mór da Fazenda, Diogo de Quadros e ao cunhado deste, Francisco Lopes Pinto, explorou a mineração de ferro em Santo Amaro, na fabrica construída em 1601, no local chamado Ibirapuera, à margem do rio Jeribatiba (rio Pinheiros) (Martins 1943).[Histórico apresentado por Friedrich Ludwig Wilhelm Varnhagen (1783-1842), 1818]
Os dois governadores gerais subsequentes, D. Diogo Botelho e D. Diogode Menezes, também não foram simpáticos a D. Francisco. Para eles, as aventuras minerais empreendidas por Souza representaram um desperdício de energia e recursosda Real Fazenda. Nesta direção, bastante eloquente é a carta escrita por Menezes, naqual reforçava que as verdadeiras riquezas do Brasil eram o açúcar e o pau-brasil.Contudo, esta carta também deve ser analisada à luz do despeito, já que o tom geral deseu conteúdo é queixoso em relação à divisão da colônia estabelecida com a criação da“Repartição Sul”, que atingia diretamente a jurisdição de Menezes. [“São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga, 2010. Página 122 e 123]
Na segunda ida de D. Francisco ao Brasil, um tal Manuel Vandale, flamengo, que também se dizia morador da Bahia de muitos anos, pediu em Madri para ir com o governador como “morador y poblador de las minas del Brasil y lengua de los mineros estrangeros”.
Identificado como cunhado de um mercador rico da Bahia, o tal Manuel foi acusado, num papel anônimo endereçado ao Conselho, desses que “são providenciais e enviados por Deus”, de que suas intenções eram ruins. As acusações davam conta de que ele queria se embrenhar no sertão com seus escravos e passar de engenho em engenho promovendo levantes de escravos contra seus amos.
Por fim, sugeria-se que ele fosse “apertado” para confessar. (AGS, Secretarias Provinciais, Libro 1463). O tal Manuel, sem se dar por vencido, ainda foi a Lisboa, solicitar para ir ao Brasil buscar sua mulher, mas lá também suas pretensões lhe foram negadas (Biblioteca D´Ajuda. Códice 51-VII-15).
Seja como for, o postulante embarcou assim mesmo, já que o governador Diogo de Meneses comunicava, em carta ao rei, que remetia a Lisboa, preso, o tal Vandale, conforme sugeria provisão de VM. (Carta de Diogo de Meneses de 22/04/1609 in CORTESÂO..op.cit.).
Mas nosso sujeito estava longe de esmorecer, pois Paul Mers identifica um tal Manuel Van Dale, vivendo em Santos em 1612, como representante da família Schetz nos pleitos movidos por essa família contra os herdeiros de Jerônimo Leitão em torno do Engenho dos Erasmos. [“São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga. Página 135]