Curioso e inesperado incidente ocorreu então: apresentou-se ao comandante castelhano certo licenciado d. Juan Mongel Garcez, dizendo-se espanhol, natural do bispado de Pamplona, reino de Navarra, e morador de São Paulo. Acompanhavam-no dois filhos e uns escravos. Contava este personagem, enigmático e estrambótico, que largo tempo vivera na vila brasileira, prisioneiro! Era médico, físico, e si ao Paraguay acompanhara a expedição, do caudilho paulista, fizera-o com o único fito de poder fugir ao cativeiro, e passar a viver com os seus compatriotas...
Era bem exato contudo o que este indivíduo relatava, a saber, que vivera em São Paulo. Nas ata da Câmara paulistana nós lhe vemos o nome diversas vezes como fiador e sócio de contratadores de impostos, os escrivães municipais lhe chamavam de "João de Mongelos", como na ata de 6 de junho de 1665 em que figura como procurador de uma mulher que demandava com os jesuítas. [Historia Geral das Bandeiras Paulistas Escripta á vista de avultada documentação inedita dos archivos brasileiros, hespanhoes e portuguezes Tomo Quarto - Cyclo de caça ao indio - Luctas com os hespanhoes e os Jesuitas - Invasao do Paraguay - Occupação do Sul de Matto Grosso - Expedições á Bahia - Desbravamento do Piauhy (1651-1683), 1928. Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958). Páginas 82 e 83]