Los padrones de indios guaraníes de las misiones jesuíticas (1656-1801): análisis dinámico y comparativo desde la óptica de los cacicazgos. Kazuhisa Takeda - 01/01/2016 de ( registros)
Los padrones de indios guaraníes de las misiones jesuíticas (1656-1801): análisis dinámico y comparativo desde la óptica de los cacicazgos. Kazuhisa Takeda
2016. Há 8 anos
A terceira pista, mais persuasiva, refere-se à função social dos bairros dentro daespaço da missão. O Arquivo Geral da Nação em Buenos Aires tem uma listados caciques guaranis existentes na cidade de Loreto datados de 1657.19foi um documento elaborado pelos jesuítas a pedido do Governadordo Paraguai Juan Blázquez de Valverde por ocasião da inspeção preliminar de seuVisita. No documento, os nomes dos caciques pora unidade dos bairros a que pertenciam.
Seguindo a ordem mencionada nodessa lista, Loreto tinha os seguintes 4 bairros: (1) bairro das [cidades] de Pirapó,(2) bairro das cidades de Los Angeles, (3) bairro da cidade de La Encarnación,e (4) bairro da cidade de São Xavier. A palavra “Pirapó” em (1) indicava anome completo de "Nossa Senhora de Loreto del Pirapó". Considerando ografia de (2), (3) e (4), o pronome de “los” em (1) significava “povos”e neste caso, todas as palavras "cidade" indicam "chefe".
Originalmente, onome de cada bairro correspondia ao da antiga cidade missionária de onde vieramna região do Guayrá durante a década de 1620, de onde foram evacuadospor ocasião das invasões bandeirantes. Essa região correspondia aproximadamente ao atual estado do Paraná no Brasil. O nome completo de "Los Angeles" referia-seà redução jesuíta chamada "Os Sete Arcanjos", fundada em 1629.
Da mesma maneira,a palavra “encarnação” correspondia à “encarnação de Nuatynguay” (1625) eSan Xavier para "San Xavier del Yupabay e Ybyty (1622)". Todas essas cidades tinhamdestruída pelos ataques portugueses e em 1631, o padre jesuíta Antonio Ruizde Montoya havia realizado um lendário “êxodo” com os sobreviventes em direção aodireção sul onde se estabeleceu a vila de Loreto, na região denominadaParaná (atual província de Misiones da República Argentina).
Como inferido decitado documento, no novo Loreto, os refugiados guaranis foram agrupados não sópor unidade cacicazgo, mas também por unidade de bairro com o mesmo nomeda ex-aldeia destruída pelos bandeirantes, provavelmente para manter e transmitir sua memória coletiva à próxima geração.Na lista de Loreto de 1657 há uma nota indicando que o “bairro das [vilas]del Pirapó” é a “parte principal” da cidade de Loreto. Para outros bairros com nomes diferentes, a mesma coisa não é indicada. Essa pista nos permite sugerir que acacicazgos referentes ao bairro de Pirapó tiveram uma classificação superior aos demais, eque essa diferença foi uma invenção artificial delineada pela política de reduçãodos jesuítas.
A análise comparativa entre esta lista de Loreto de 1657 e o padrón escritopor ocasião da visita espanhola no mesmo ano nos traz um resultado extremamente interessante. Neste censo, foram registrados 47 cacicados. Apesar de algunsexceções, basicamente os cacicazgos com a ordem numérica de 2 a 30 eram relacionados ao bairro de Pirapó, e os de no. 32 a 43 pertenciam ao bairro deos anjos. Chefia nº. 44 e não. 47 dizia respeito ao bairro de Encarnacióne São Xavier, respectivamente.
O resultado desta análise indica que ocacicazgos pertencentes à “parte principal” foram registrados pela primeira vezno cadastro e outras relacionadas aos demais bairros se seguiram. Em outras palavras,a ordem dos cacicados no registro não era uma simples enumeração aleatória,mas representa a posição social visualizada entre diferentes cacicazgos dentrodo mesmo espaço de missão. [Página 29 do pdf]
1 Bartolomé Pana Los Ángeles Capitán, Corregidor2 Marcos Tacu Loreto3 Pablo Yacareaty Loreto4 Juan Yaguay s/d5 Juan Caypu Loreto6 Hernando Maracana Loreto 7 Pablo Uruñaro Los Ángeles del Yruguazu8 Thomas Taguato s/d9 Simon Ararica s/d10 Lorenzo Guasu Loreto11 Esteban Martin s/d12 Cristóbal Casares Loreto13 Juan Antonio Bargas s/d14 Antonio Ñandabu Loreto15 Lorenzo Guiyu Loreto16 Francisco Benites s/d17 Agustín Tarima Loreto18 Franciaco Ñaguari s/d19 Domingo Mendoza Loreto20 Pablo Abayero Loreto21 Joseph Aye Loreto22 Mauricio Guasu s/d23 Pablo Guiri Loreto24 Francisco Ytamimby Loreto25 Francisco Teyupa Los Ángeles26 Pascual Pindo s/d27 Thomas Aroy s/d Capitán28 Francisco Ruis Loreto Capitán, Teniente deCorregidor29 Cristóbal Guabayru Loreto30 Marcos Peres Loreto31 Felipe Xavier s/d32 Domingo Maendi Los Ángeles33 Pedro Ygasapa s/d34 Rodrigo Ytacuru Los Ángeles35 Juan Guyrayu Los Ángeles36 Juan Ytapanda Los Ángeles37 Rodrigo Morombay s/d38 Marcos Guaycho Los Ángeles39 Rodrigo Piray Los Ángeles40 Simon Cabure Los Ángeles41 Bernabé Caaysa s/d42 Francisco Tayao s/d43 Rodrigo Piray Los Ángeles44 Nicolás Ruis Moroata Encarnación45 Alonso Mboguya s/d46 Ignacio Mbaero s/d47 Joseph Ariapu S. Xavier [Página 30 do pdf]
As relações entre os cacicazgos e os bairros são claramente notadas nos registros referentes a outras cidades missionárias, elaborados ao mesmo tempo que ovisita do Governador do Paraguai Blázquez de Valverde durante 1656-57. O povochamada San Ignacio Miní, fundada originalmente em 1610 na região do Guayrá,sofreu também uma forte invasão portuguesa. Como os refugiados de Loreto,os moradores de San Ignacio Miní decidiram emigrar para o sul, onde reconstruíramuma nova cidade com o mesmo nome em 1631.
Apesar de algumas exceções, como as encontradas no caso de Loreto, a análise comparativa entre o padrón e a lista de nomes de caciques com seu bairro correspondenteEle nos aponta para o mesmo sinal. San Ignacio Miní no ano de 1657 consistia em 28 cacicazgos. oAs principais chefias numeradas 1-11, 14-17 e 26 pertenciam ao bairro de San IgnacioMini. Outras minorias, não. 12, 18-19 e do n. 13, 20-25 e 27-28, dizia respeito ao bairroSan José del Tucuti e San Xavier, respectivamente. Os cacicados do bairro de SanIgnacio Miní aparecem nas primeiras partes do registro e as pertencentes às demaisbairros são mencionados em partes posteriores. Os dois nomes de San José del Tucuti eSão Xavier eram as das antigas cidades missionárias destruídas pelos portugueses. [Página 31 do pdf]