1° de fonte(s) [27675] Vocabulário Nheengatú, 1936. Afonso A. de Freitas Data: 1936, ver ano (68 registros)
O nome do rio, em todo seu curso era - Tietê -, não obstando, entretanto, tal circunstância, que em mais de um estiram tivesse ele denominação peculiar, como ainda hoje acontece em quase todos os cursos de água paulistas e no próprio Tietê, assinalando acidentes locais; se o seu nome regional em Piratininga era Anhamby, pela circunstância referida, já um pouco abaixo e antes de sua confluência com o Pinheiros chamava-se - rio da Emboaçava -, isto é, rio do váu da passagem, originada na particularidade de existir ali, atravessando o álveo do rio, uma afloração de rocha permitindo o travessio do rio (emboaçava) quase a pé enxuto nas grandes estiagens, e seguro váu nos volumes normais da torrente.
Os portugueses fixados em Piratininga, ouvindo repetidamente o nome Anhamby, aplicado a rio no trecho que lhe corria ao pé das moradias, acreditavam que aquele seria o nome geral da torrente e, nesse sentido empregavam, se bem que uma vez por outra, com a cautela de o chamarem também e cumulativamente, - Rio Grande - tradução ao pé da letra, de Tietê:
- "... e correrá avante até dar no rio grande de Anhamby..." (Carta de sesmaria passada por Gaspar Conqueiro a 10 de novembro de 1610): ... e da barra do dito ribeiro pelo rio abaixo de Anhamby, rio grande..." (Carta de sesmaria concedida a Clemente Alvares e Martim Rodrigues em 1612).
Se os nossos maiores europeus, em vez de se localizarem em Piratininga tivessem feito em Emboaçava, em Boigy, em Ururay ouy na primeira parnahyba que lhe ficava mais próxima rio abaixo, e não em Anhamby, certo de que o rio Tietê teria sido, de princípio, conhecido por eles, pela denominação de rio Emboaçava, Boigy, Ururay ou Parnahyba.