' Aspectos da Diretoria Geral dos Nativos de São Paulo: Civilização e o aldeamento de Itariri (1847-1867). GABRIELA PIAI DE ASSIS - 01/01/2013 de ( registros) Wildcard SSL Certificates
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Aspectos da Diretoria Geral dos Nativos de São Paulo: Civilização e o aldeamento de Itariri (1847-1867). GABRIELA PIAI DE ASSIS
2013. Há 11 anos
Vemos nesse trecho a frequente comparação dos selvagens às crianças mastambém a alguns povos Europeus. Essas duas comparações indicam que mesmo aquelesmais preocupados com o trato “brando” dos grupos indígenas no país, buscavam adominação cultural seguindo um modelo evolucionista social e monogenista(SCHWARCZ, 1993, p.112). Isso significa dizer que, se os selvagens eram como crianças,eles poderiam se desenvolver e se formar um dia semelhante à população branca cristãeuropeia. Eles deveriam ser habituados aos temperos, mesmo que a princípioprejudicassem sua saúde, e ao uso de aguardente e fumo, contanto que em pequenasquantidades. A visão de Rohan assumia que o sal, a princípio, prejudicaria a saúde e queexistia o problema do vício ao álcool, mas não eram problemas exclusivos dos povosindígenas.Rohan defendia que, juntamente às mudanças das práticas alimentares, os fiaresselvagens deveriam ser trocados, por serem muito morosos e imperfeitos, pela roda defiar e pelo tear. Além disso, deveriam possuir uma roda e um forno de fazer farinha,uma engenhoca para a fabricação do melaço e do açúcar e uma casa de ferragem demodo que os indígenas produzissem o suficiente para fazer comércio. Ele propôs queessas negociações entre índios e traficantes fossem feitas pelo intermédio do diretor doaldeamento a fim de evitar abusos(ROHAN,1852, p.100). No entanto, no aldeamento de Itariri, nesse período não houve nenhum tipo de investimento em equipamentos, provavelmente devido à pouca verba a ele destinada para esse fim.

No dia 10 de março de 1853, José Innocencio Alves Alvim, diretor do aldeamento de Itariri, respondeu em ofício a Machado de Oliveira sobre acusações de extorsões de terras dos aldeamentos dos índios (ALVIM, 1853). A Câmara Municipal de Iguape, que abrangia o aldeamento de Itariri, acusou mais de 70 homens de outro município de se apoderarem, esbulharem terras indígenas e se recusarem a dar satisfações às autoridades municipais. [Página 5 do pdf]

O diretor do aldeamento negou tal acusação, dizendo que a ocupação havia acontecido na margem do Rio do Peixe, e o Aldeamento, na margem esquerda do rio Itariri. Explicou que Sorocaba organizou uma Sociedade para buscar ouro na Serra do Botucabaru, na Lagoa Dourada e em outros possíveis terrenos auríferos no Município de Iguape, afirmando ainda que:

Nas margens deste rio [Rio do Peixe] e em terrenos Nacionais devolutos, fezo Diretor levantar, por ordem da Sociedade, um grande rancho e plantar 7alqueires de milho, e um de feijão. O fim da Sociedade proporcionou àBandeira um ponto fixo de partida para as explorações, e provê-la demantimentos, cuja falta mui embaraçava, e atracava as diligencias. (ALVIM,1853, p.4)E ainda assegurou que os índios estavam(...)em pacífica posse das terras do seu Aldeamento; e bem assim que tiveremem harmonia com o Diretor da Bandeira, por que este lhes tem dado dinheiroa ganhar, já em trabalhos de lavoura, já levando-os consigo como guias pelossertões. Se os Índios tivessem sido perturbados por alguém, teriam vindoimediatamente a esta Cidade procurar a minha intervenção para a defesa deseus direitos; e eu lhes não faltaria. (ALVIM, 1853, p.4)O que se nota desse documento é uma concordância com as bandeiras, nessecaso, para receber ajuda da mão-de-obra indígena na exploração de ouro em regiõespouco conhecidas e na agricultura utilizando o discurso da tentativa de assimilaçãofísica e social dos indígenas, na sua inserção nas relações comerciais ou agrárias paraprendê-los à terra e aproximá-los da civilização.A ideia de trabalho e civilização que Machado de Oliveira evidenciou, em seurelatório, estaria ligada à concepção de propriedade privada e trabalho individual. Esseconceito começou a ser trabalhado pelos fisiocratas e economistas do século XVIII, queacreditavam ser somente a ação do homem sobre a natureza (trabalho) responsável peloseu desenvolvimento como ser social(TURIN, 2006, pp.92-94).No entanto, o historiador Rodrigo Turin afirma que “Essa noção de propriedadeprivada seria ao mesmo tempo o critério para avaliar o grau de desenvolvimento de umasociedade (o nomadismo implica o não reconhecimento dos frutos do trabalho) e umfim a ser buscado por meio de uma estratégia pedagógica” (TURIN, 2006, p.93).De fato, a propriedade privada era um dos critérios considerado, pelos homensde letra, como importantes no desenvolvimento do Brasil. Machado de Oliveira, emartigo “Qual era a condição do sexo feminino entre os indígenas do Brasil”, afirmou que [Página 6 do pdf]

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