Entre os documentos que relatam essas dificuldades, está uma representação, semdata, de Luís Castelo de Morais ao governador Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão, ondeaparece a denúncia da má administração da fazenda que fora dos padres jesuítas por AntônioMadureira Calheiros.42 Também em carta dos oficiais da Câmara da Vila de São Vicente aogovernador Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão, de 1767, o protesto é contra o aforamentoilegal de terras confiscadas aos jesuítas, que consideravam um prejuízo para os lucros daquelacâmara, pedindo providências. O governo de Morgado de Mateus foi denunciado sobre suascondutas para com os bens jesuíticos. Em Ofício do Bispo de S. Paulo, D. frei Manuel daRessurreição, ao secretário do reino Marques de Pombal, Sebastião José de Carvalho e Melo,temos a queixa contra o ex-governador de São Paulo, Morgado de Mateus, D. Luís Antônio deSousa Botelho Mourão. O documento explicita que este retirou objetos valiosos de prata doedifício que fora dos jesuítas e que o clérigo, que os entregara só naquele momento, já nogoverno de Martim Lopes Lobo de Saldanha, dispôs-se a fazer a acusação. Além disso, o ofíciorelata o mau estado do edifício que fora o colégio dos jesuítas devido às ações do mesmoMorgado de Mateus, que destruiu celas para ali instalar fundição de ouro, casa de ópera,armazéns.43 Essa crítica reforça também o encaminhamento dado por Martim Lopes L. deSaldanha para a arrematação dos bens, iniciado no seu governo. Para Gama “a despesa fixada folha da casa do Governador Martim Lopes Lobo de Saldanha somava 4:400$000 (quatrocontos e quatrocentos mil réis). Assim, a mesma importância equivalia a 15, 2% dessetotal”.44Gama tem uma percepção diferente sobre o Morgado de Mateus:Apesar dessas medidas iniciais, o levantamento dos bens da Companhia deJesus e o respectivo sequestro arrastaram-se por vários anos. Na verdade, sóobservamos algum avanço, nesse particular, no período do Morgado de Mateus(1765-1775). Com a seriedade e com as preocupações burocráticas que lheeram peculiares, decidiu aquele Governo dinamizar os negócios da Capitania deSão Paulo.45 [Página 14 do pdf]