“Rio Sorocaba: Políticas Públicas e suas Potencialidades Turísticas”, Stefania Duran Ponce. Trabalho de Conclusão de Curso do Bacharelado em Turismo da Universidade federal de São Carlos, campus Sorocaba, sob orientação da Profa. Dra. Maria Helena Mattos Barbosa dos Santos e do Prof. Dr. Sílvio César Moral Marques - 01/01/2020 de ( registros)
“Rio Sorocaba: Políticas Públicas e suas Potencialidades Turísticas”, Stefania Duran Ponce. Trabalho de Conclusão de Curso do Bacharelado em Turismo da Universidade federal de São Carlos, campus Sorocaba, sob orientação da Profa. Dra. Maria Helena Mattos Barbosa dos Santos e do Prof. Dr. Sílvio César Moral Marques
2020. Há 4 anos
CAPÍTULO 1CONTEXTUALIZAÇÃO DE SOROCABAO Rio Sorocaba, que deu origem ao nome da cidade, nasce na serra de São Francisco econstitui-se de pequenos córregos que deságuam na represa Itupararanga, na bacia hidrográfica doTietê (CAMPOS, 2018)Após percorrer estreitos trechos da serra, forma uma enorme cachoeira chamada pelosíndios de Itupararanga, passa pelo Jurupará, forma uma nova cachoeira de Votorantim e, depois decompor sinuosas curvas, deságua no rio Tietê. O rio Sorocaba recebe água de toponímia indígena e osalto de Votorantim foi registrado em aquarelas por Jean-Baptiste Debret, em 1827; na tela Cascata doVotorantim, elaborada por Almeida Junior, em 1891; na fotografia de Guilherme Gaensly, no início doséculo XX e em trabalho elaborado por Miguelzinho Dutra, perto de 1940. O mais antigo e ilustrevisitante do salto foi o imperador dom Pedro II, que a cada vez que visitava Sorocaba, fazia questão deir ao Salto do Votorantim (FRIOLI, 2003).Sorocaba, terra rasgada que foi um dos polo de produção de animais de carga, Prosperoueconomicamente com o bandeirismo, quando os povos do atual território sorocabano aprofundaram-sealém das linhas de Tordesilhas, montando entrepostos comerciais e de mineração. Outro ciclo dedesenvolvimento marcante para a atual cidade iniciou-se com o Coronel Cristóvão Pereira de Abreu,que conduziu por Sorocaba a primeira tropa de muares (OLIVEIRA, 2002).Essa história parece começar quando, retornando do Rio Grande do Sul, em 1639, já naaltura de seus 60 anos, Baltazar Fernandes decidiu estacionar. Mas, quem foi Baltazar Fernandes?Ele foi o colonizador de Sorocaba em 1645, saindo de Parnaíba com alguns de seusgenros, fundou nesse lugar a capela de N. Senhora da Ponte de Sorocaba e, com o desenvolvimento dapovoação, esta foi elevada à categoria de vila, em 1661. Essa capela foi doada por BalthazarFernandes, por escritura pública lavrada em 1660, em Parnaíba, aos frades de S. Bento, juntamentecom uma parte de terras e com a terça do doador, sob a condição de rezarem os frades uma missa cadamês.Numa expressão que harmoniza a hora de dedicar-se aos negócios, em Santana deParnaíba, onde exercia certa liderança política e tinha a sua fazenda, apressadamente também inicia asua missão de povoador, uma tradição de família. Mas era hora de pensar em Sorocaba. Nas suas idase vindas do Paraguai, conheceu a Paragem de Sorocaba, onde os bandeirantes costumavam fazer umpouso, antes de chegarem em casa - isto é, em Parnaíba ou São Paulo. E foi aí “nessas datas de terrassesmaria de uma légua de terra em quadra; outra légua de terra nessa mesma paragem de Sorocaba, daoutra banda do rio, correndo da ponte para cima até a cachoeira”, que o empreendimento começou(OLIVEIRA, 2002).Parte doada por sua mãe e por seu irmão André, parte conquistada por ele mesmo, decidiuestabelecer uma fazenda de criação de gado e plantação, o embrião da futura Vila de Nossa Senhora daPonte de Sorocaba. Essa ponte a que se refere o documento não foi construída por Baltazar, mas jáexistia desde o final do século XVI, mandada construir por Dom Francisco de Souza, governador geral do Brasil, quando em visita as minas do Morro Araçoiaba. Era uma ponte pequena, estreita, porém nomesmo local da atual, na rua XV de novembro (FRIOLI, 2003).
A utilização do rio Sorocaba pode ser reconhecida a partir do mapa de navegação do Tietêfeito por Luiz de Céspedes y Xeria, em 1628, no qual a denominação Sarapuí é atribuída ao rioSorocaba e há menção que, rio acima, há povoadores; ou seja, registra-se os de Araçoiaba e Itavuvu(ALMEIDA, 1969, p.22)
Vamos entender que nessa primeira fase de colonização das terras, através de algumasfontes secundárias, a transição da vila de Sorocaba, de 1589 a 1645, evidencia ocupação nasproximidades do rio Sarapuí (situado cerca de 35km a sudoeste de Sorocaba), pelos arredores domorro de Araçoiaba (situado cerca 15km a oeste de Sorocaba) e junto ao rio Sorocaba, na altura doatual bairro Itavuvu (situado cerca 10km a noroeste de Sorocaba), demonstrando a existência defamílias que residiam de forma dispersa pela região na qual Baltazar Fernandes resolveu fixar moradiae iniciar um novo povoado. O sesmeiro, quando efetivava sua posse, logo destacava alqueires emquadras, para o patrimônio, implantando aí a capela (LEITE, MARIO APUD ZAMBONI, 1978,p.30; OLIVEIRA, 2002).
Em fins do século XVI, Afonso Sardinha, “O Velho” e seu filho, “O Moço”, juntamente com Clemente Álvares, estiveram no morro Araçoiaba à procura de ouro. Encontraram minério de ferro e comunicaram o fato ao Governador Geral, que levantou o pelourinho da Vila de Nossa Senhora do Monte Serrat, mandando mineiros explorarem a região. Nada encontrando, transferiu a Vila para Itavuvu, ficando sob a invocação de São Felipe, em homenagem ao Rei da Espanha (OLIVEIRA, 2002).
Isso fazia com que, ao denotar a paragem ao longo do rio, os sinais de novas pertenças surtissem interesse nas famílias que residiam de forma dispersa pelas redondezas, em construir ranchos nas proximidades. [Páginas 6 e 7]