' “A catequese colonial jesuítica na região do Itatim no século XVII”. Neimar Machado de Sousa, Universidade Federal de São Carlos - UFSCAR - Programa de Pós-graduação em Educação - 01/01/2009 de ( registros) Wildcard SSL Certificates
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“A catequese colonial jesuítica na região do Itatim no século XVII”. Neimar Machado de Sousa, Universidade Federal de São Carlos - UFSCAR - Programa de Pós-graduação em Educação
2009. Há 15 anos
autorizou. Melgarejo194 estabeleceu relações com Cipriano de Goes e seu irmão Vicente deGoes, filhos de portugueses, vecinos195 de São Vicente, que planejavam viajar paraAssunção. O grupo era composto por Salazar, Melgarejo, com suas mulheres, dozecastelhanos e seis portugueses. Esses irmãos Goes, com o capital que receberam de seu paicomo parte do engenho “Madre de Deus”, adquiriram gado vacum e levaram ao Paraguai.Foram os introdutores da pecuária no Prata, pois o próximo lote veio de Charcas, trezeanos depois. Essa viagem foi facilitada por Manuel da Nóbrega, que conseguiu guias Tupiaté o Guairá. A partida ocorreu no início de 1555 e a chegada a Assunção em setembro.(QUEVEDO, 2001, p. 445)Luis de Góes, com seu irmão Pero de Goes e o menor Gabriel, chegaram ao portode São Vicente, em agosto de 1531, com a armada de Martim Afonso de Souza,provenientes de Lisboa. Eram fidalgos da Casa Real e receberam sesmarias nos portos deSão Vicente e Santos. No primeiro, fundaram um engenho de açúcar, chamado de “Madrede Deus”. Pero de Goes chegou a ser capitão em São Vicente, devido a sua proximidadecom Martim Afonso. Viajou e trouxe o irmão Luis, com esposa e filhos. Em 1539, nasceuseu filho Vicente de Goes. São Vicente, neste tempo, era ameaçada por franceses e Carijó.A região era estratégica para a consolidação do assentamento português.No quarto decênio do século XVI, São Vicente era isolada e pobre, além deameaçada por franceses e índios Carijó. Roberto Quevedo cita o historiador Francisco deVarnhagen para afirmar que era o clamor de região que dava uma dimensão sobre asituação do Brasil. Um dos portadores desse clamor era Luis de Goes, irmão do donatáriode Campos, depois jesuíta, a quem a Europa deve a primeira planta de tabaco que recebeuda América (VARNHAGEN, I, 1981, p. 229).

Luis de Goes escreveu uma carta ao rei D. João III em 12 de maio de 1548, ondedizia:

Si con tiempo y brevedad Vuesta Alteza no socorre estas capitanías y costas de Brasil que aún no perdimos la vida y nuestras haciendas...V. Alteza pederá la tierra, los franceses con su naves y corsários ellos serán los señores de Ella, y antes que ello ocurra vuestra alteza con brazo fuerte... debe actuar, pues ellos llegarán por el Sur a Oriente y la India. (QUEVEDO, 2001, p. 446)

Essa carta teve peso na decisão do rei de centralizar o governo, nomeando Tomé de Souza como primeiro governador geral. Luis de Goes, radicado em Lisboa desde 1553, ingressou na companhia de Jesus, quando sua esposa faleceu. Ficaram no Brasil seus filhos: Ciprian e Vicente de Goes, os irmãos Goes que mantiveram relações com as vilas de Santiago de Xerez e Ciudad Real, caracterizando uma sociedade híbrida na fronteira.

Os irmãos Goes chegaram a Asunção em outubro de 1555. Ciprian de Goes levou sua mulher, María de Brito, com quem posteriormente trasladou-se a Ciudad Real Del Guayrá (V. Mapa 09), onde faleceu, sem deixar filhos. Seu irmão mais novo, Vicente de Goes, vizinho196 de Assunção, onde mantinha propriedade, aparece na documentação em 1556. A família da mulher de Vicente de Goes foi para o Peru, em 1564, segundo informe de seu contador, Felipe de Cáceres, em 1568 (Citado por Quevedo, 2001, p. 447). O testamento de Vicente de Goes foi redigido em 1568, Assunção, e constava de encomienda de índios. Vicente casou naquela cidade com a filha do governador197, Maria de Mendoza Manrique.

Os filhos desse casamento foram: Luis de Goes, nascido em 1565, que viajou com seu pai à Europa, voltando ao Paraguai em 1583. Luis casou em Assunção e voltou ao Brasil. Francisco de Mendoza, natural de Assunção, Pedro de Goes, Catalina de Mendoza Manrique, casada com Antonio Gonzáles do Rego, natural da Ilha Terceira dos Açores. Um dos filhos desse casamento foi frei Lucas de Mendoza (1584-1636), poeta que faleceu em Lima, como provincial do convento de Santo Agostinho.

Outro filho de Vicente de Goes foi Gonzalo de Mendoza, vecino de Assunção, que teve dois filhos, Diego e Pedro. Don Diego de Orrego y Mendoza, também filho de Vicente de Goes, nasceu em 1609, atuou na defesa do Guairá, província de Vera e foi o último governador de Santiago de Xerez (V. Mapa 09) até que foi destruída/abandonada pelo paulista Ascenso Quadros em 1632. Após esse episódio, estabeleceu-se em São Paulo. Destino parecido não ocorreu com os índios escravizados e expulsos de suas terras que, para não serem aprisionados, se deslocaram gradativamente em direção ao atual Paraguai, como deixa claro o mapa da OEA de 1973 (MAPA 13), elaborado com base na documentação colonial.

Essa situação de traição foi caracterizada por cédula do Rei da Espanha, dada em Madri em 16 de setembro de 1639. Don Diego de Orrego y Mendoza foi condenado a desterro perpétuo no Brasil, por influência dos jesuítas, segundo detratores. A condenação incluía sequestro de bens com outros oito vecinos. Casou-se com Mariana de Proença, filha de Baltazar Fernández, fundador de Sorocaba. Morreu em 1668 na cidade de Santana do Parnaíba. [Páginas 176 e 177]

Outro descendente dos Goes foi Pedro de Orrego e Mendoza, natural de Assunção, em 1612. Foi mestre de campo geral e tenente governador. Fruto dessas relações geográficas e de parentesco foi o resultado ocorrido no século XVII: a contração das fronteiras e de populações no Guairá e no Itatim. Uma conclusão é a de que esses colonizadores valorizavam mais suas haciendas e a obtenção de índios para movimentá-las que a hacienda real. Os povoados incipientes das reduções da Companhia, no mínimo, desassistidos pelos vecinos, pouco puderam fazer frente aos colonos aliados, além de lutar pelas próprias vidas.

O Itatim, dos séculos XVI e XVII, era uma fronteira étnica de imaginários permeáveis a migrações de pessoas e sentidos, tanto para índios quanto para colonizadores, tendo em vista uma condição fronteiriça em que nasceu a região, de modo que a identidade dos índios desse lugar deve ser considerada híbrida. [Página 178]

DEL TECHO, Nicolás – Jesuíta que escreveu História de La Provincia del Paraguay dela Compañia de Jesús.

DIEGO DE ORREGO Y MENDOZA, DON – Irmão de Luis de Goes e filho de Vicente de Goes, encomendeiros de índios no Paraguai colonial. Último governador de Santiago de Xerex na ocasião dos ataques de Ascenso Quadros (1632). Condenado pelo Rei daEspanha a desterro perpétuo no Brasil e sequestro de bens com mais oito ex-moradores. Casou com a filha do fundador de Sorocaba, Baltazar Fernández. Faleceu em Parnaíba. (Fonte: QUEVEDO, 2001, p. 448)

DIEGO DE TORRES BOLLO – Provincial dos jesuítas, no Peru. Responsável pelafundação da Província Jesuítica do Paraguai.ESCOBAR, Juan (Franciscano) – Custódio do Paraguai, autor da Instruccion para losConfesores.ESTEVANICO (1500-1539) – Conhecido também como Mustafa Zemmouri, negroEstevanico, Estevanico, o mouro, Estevão, Estevão Dorantes, devido ao seu proprietárioAndres Dorantes de Carranza. Foi a primeira pessoa, nascida da África, que em temposmodernos chegou aos Estados Unidos continental. Foi um dos quarto sobreviventes daexpedição espanhola de Narváez e viajou com o explorador Álvar Núñez Cabeza de Vacaatravés do norte da Nova Espanha.FERNÁNDEZ, Mateo – Coadjutor temporal. Foi morto pelos índios, em 22 de março de1645, na Missão do Itatim. Fonte: MAEDER, Ernesto. Cartas Anuas de la ProvinciaJesuitica del Paraguay (1632-1634). P. 90.FERRER, Diego – Nome castelhano de Diego Ransonnier. O sacerdote jesuíta nasceu em11 de novembro de 1600, em Borgoña e ingressou na Companhia, na Província de FlandroBelga, em 17 de outubro de 1619. Chegou a Buenos Aires, em 29 de abril de 1628.Missionário entre os Itatim. Faleceu na redução de San Ignacio de Itatim (Santiago deCaaguaçu ou San Ignácio de Caaguaçu), em 7 de outubro de 1636, aos 36 anos de idade.Fonte: MAEDER, Ernesto. Cartas Anuas de la Provincia Jesuitica del Paraguay (1632-1634). P. 90.FILDS, Thomaz – Missionário escocês no Itatim.FRANCA, Leonel (1893-1948) – Jesuíta. Tradutor e comentador da edição brasileira doRatio Studiorum.FRANCISCO DE TOLEDO (vice-rei) – Vice-rei do Peru que organiza as primeirasreduções jesuítas entre os indígenas e dissemina na América o projeto da monarquiaespanhola de ensinar a ler e a escrever com condição para doutrinar, pacificar os índios e,com eles, garantir as fronteiras. Os jesuítas chegam ao Peru, em 1567.GADELHA, Regina – Historiadora, professora titular na PUC-SP. Mestre e doutora emHistória Econômica pela Universidade de São Paulo. Especialista em Brasil e AméricaLatina, possui vários trabalhos sobre as missões do Brasil e Paraguai, entre eles As [Págian 214]

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