1° de fonte(s) [28319] JUAN DE TORRES DE VERA Y ARAGÓN NUEVA HISTORIA DE LA FUNDACIÓN DE LA CIUDAD DE VERA, GUSTAVO MIGUEL SORG Data: 2007, ver ano (72 registros)
A cidade era constantemente assediada pelas tribos bárbaras que a cercavam. Os índios inimigos não só atacaram os espanhóis, mas também as tribos do povo Matará que estavam confiadas aos espanhóis. Em 1632, o vice-governador Calderón e vinte e dois espanhóis foram assassinados pelos índios do Vale Calchaquí, deixando os habitantes completamente indefesos. Enquanto isso Don Francisco de Ledesma Valderrama se dirigia à cidade de Assunção para assumir o governo, em seu caminho por Concepción del Bermejo encontrou esta triste situação. Os moradores imploraram para que ele permanecesse na cidade, mas como não podia mais adiar a viagem, decidiu de comum acordo com todos os moradores pela transferência dos moradores para a cidade de Vera. Calderón não foi o único vice-governador de Concepción del Bermejo que perdeu a vida nas mãos dos índios Don Francisco de Vera y Aragón, irmão de Cara de Perro.
Todos os historiadores se referem a um despovoamento violento, com ataques de índios e a população fugindo aterrorizada. Não foi assim e isso é corroborado pelas informações de Méritos e Serviços do general Francisco de Ledesma Valderrama e pelas medidas adotadas pelo governador Pedro Esteban Dávila na cidade de Santa Fé em 28 de outubro de 1633.
2° de fonte(s) [28302] “Fundação de municípios no planalto de São Paulo em um contexto de integração entre América Portuguesa e Espanhola (sé. XVI-XVIII)”. Fernando V. Aguiar Ribeiro. XXVIII Simpósio Nacional de História Data: 2015, ver ano (121 registros)
Após a destruição das reduções jesuíticas pelos paulistas e diante da definitiva decadência do Guairá, várias famílias migraram para São Paulo. Jensen descreve que Antonio Gonzáles do Rego, um dos fundadores de Concepción del Bermejo e de San Juan de Vera, “Com a chegada dos portugueses a Santiago de Xerez juntou-se a eles, servindo de guia no saque de Itatín, e posteriormente fugiu com os bandeirantes para São Paulo.” (2009:408). [Página 8]
Antonio Gonzáles do Rego “estuvo casado con doña María de Zúñiga, a la cual embarcó rumbo a San Pablo junto con su casa y servicio en compañía de sus cunados Gabriel Ponce de León y Sebastián de Peralta. Estos estaban casados con las hermanas de doña María de Zúñiga” (JENSEN, 2009:480 e FRANCO, 1989:250-1)Após a morte de Gonzáles do Rego, “María de Zúñiga casó con Baltazar Fernández, hermano del famoso corsario de los sertones André Fernández. De este matrimonio nació María de Torales. Esta casó con Gabriel Ponce de León” (JENSEN, 2009:380).A interpretação de que o Guairá correspondia a uma região de integração entre o Paraguai e a capitania de São Vicente é corroborada pela migração dos vizinhos da região a São Paulo após o conflito com os jesuítas. Inclusive o apoio dado aos bandeirantes demonstra que a relação das elites locais guairenhas estava mais ligada aos paulistas do que aos padres inacianos.Sobre essa questão, Carlos Jensen conclui que “estos Guaireños radicados en San Pablo eran miembros de tres familias de Ciudad Real, los Orrego y Mendoza, los Torales y los Contreras, quienes transmitieron apellidos maternos como ser Zúñiga, Ponce de León, Guzmán y Espinosa” (2009:381).O Guairá atuou, desde seus primórdios no século XVI até sua destruição e êxodo em meados do XVII, como uma zona de trânsito entre o Paraguai e São Paulo. Uma região fluida, marcada pela integração das elites locais através do estabelecimento de contratos matrimonias e interesses comuns. Tal panorama afasta, portanto, a interpretação de dois impérios ibéricos com fronteiras americanas definidas e consolidadas e do isolamento das empresas de conquista e colonização no Novo Mundo nos primeiros séculos. [Página 9]
3° de fonte(s) [28306] Vilas e cidades em trânsito: assentamentos urbanos, agência indígena e fronteira colonial na formação do espaço platino (séculos XVI e XVII), JOSÉ CARLOS VILARDAGA Data: 2021, ver ano (145 registros)
A história de Bermejo cedo se vinculou a Santiago de Estero, e a governação de Tucumã buscou atraí-la para sua jurisdição até a criação da Província do Rio da Prata, em 1617, que encerrou a questão. Como já dissemos, Bermejo e Estero partilhavam e disputavam encomiendas de índios Toconoté, e também as ameaças de Guaicuru e Paiaguá, que assediavam continuamente a povoação. O Chaco, espaço insubmisso às pretensões coloniais espanholas, funcionou como uma fronteira entre o Rio da Prata, Paraguai, Tucumã e Santa Cruz de la Sierra, esta última, resultado da fundação de 1561, mas também com história de itinerância. Assediada fortemente pelos Paiaguá, a vila de Bermejo foi abandonada em 1633 e seus moradores se refugiaram em Corrientes [Torre Revello (1943)]. As ruínas do antigo assentamento foram encontradas na década de 1940, num sítio hoje conhecido como Km 75. Atualmente há uma cidade com o mesmo nome, fundada no século XX, nas proximidades da antiga cidade, que a emula.
De todo modo, no balanço deste primeiro século, fica claro que a década de 1630 foi um “período crítico” em grande parte da espacialidade platina:79 o abandono das vilas guairenhas e do Itatim em função dos assédios bandeirantes, a grande rebelião Calchaquíe que abalou Tucumã neste mesmo ano e a destruição de Concepción de Bermejo representaram importantes refluxos das fronteiras coloniais espanholas na espacialidade platina. Em todas elas, de uma forma ou de outra, a questão indígena cumpriu um papel fundamental.