' A organização espacial das atividades econômicas em Minas Gerais nos séculos XVIII e XIX, Nádia Pereira Daian - 01/01/2011 de ( registros) Wildcard SSL Certificates
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A organização espacial das atividades econômicas em Minas Gerais nos séculos XVIII e XIX, Nádia Pereira Daian
2011. Há 13 anos
3 MINAS GERAIS E A ATIVIDADE MINERADORA3.1 A descoberta de pedras e metais preciosos na Capitania de Minas GeraisDesde o início da civilização nos longínquos horizontes da história, o ouro, aprata e as pedras preciosas encontram-se incorporados às necessidades humanas.Com a chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500, a busca por pedras e metaispreciosos sempre foi uma prioridade. Nessa mesma época, os espanhóis ocupavamoutras partes da América e logo passaram a encontrar abundantes riquezasminerais. Motivados pela mentalidade mercantilista ibérica e pela descoberta degrandes quantidades de ouro e prata na América Espanhola, vários portugueses seaventuraram no interior do Brasil em busca das minas20.No caso dos espanhóis, pouco mais de 50 anos se passaram entre adescoberta e a extração de uma quantidade de prata sem precedentes,advinda da região de Potosí. Para os portugueses, entretanto, uma dosebem maior de persistência foi necessária. Ainda no século XVI, as primeirasexpedições partiram no litoral do nordeste e adentraram no território até osvales dos rios Jequitinhonha, Pardo, São Francisco e Doce. Não obtiveramsucesso, apesar de conseguir laçar as bases para ocupação posteriordessas áreas. Além disso, ajudaram a fomentar lendas como a doSabarabuçu, uma serra inteiramente formada de ouro e prata, quealimentaria a cobiça e as esperanças de viajantes e da Coroa Portuguesaaté o final do século XVII, quando as minas foram finalmente descobertas(GIOVANINI, 2006, p.30).Desde o século XV, a expansão colonial e a formação do Império Portuguêsobtiveram no comércio colonial e nas possessões ultramarinas os rendimentosnecessários ao fortalecimento da soberania do Estado, que estava empenhado emcombater as reivindicações espanholas sobre o seu território na península. Nessehorizonte político e sociocultural é que se podem situar os discursos dos feitos dedescobrimento de metais e pedras preciosas nos sertões do Brasil. (ANDRADE,2008, p. 36).

Apesar do ouro ser extraído em pequenas quantidades desde 1552, em Cubatão, e 1572, em Sorocaba e Paranaguá, permanecia a convicção de que algo muito maior ainda estava por ser descoberto. De acordo com Soares (2009, p. 39), as esperanças de se encontrar riquezas minerais despenderam esforços expressivos em expedições de penetração no interior, sendo estas promovidas pelo impulso oficial da Coroa ou pelo interesse particular de seus executores.

Holanda (1996, p. 227), em “Visão do Paraíso”, apresenta inúmerasexpedições oficiais que adentraram o sertão a partir dos núcleos de Porto Seguro,Espírito Santo, São Vicente, Salvador e São Paulo21.

Dentre as entradas de reconhecimento de Sabarabuçu, Holanda (2000) cita algumas: 1) partindoda Bahia, as de Francisco Bruza de Espinoza (1554), Vasco Rodrigues Caldas (1561), Martim deCarvalho (1567 ou 1568), Sebastião Fernandes Tourinho (1572 ou 1573), Antonio Dias Adorno(1574), Sebastião Álvares (1574), João Coelho de Souza (1574), Gabriel Soares de Souza (1592); 2)de Sergipe, a de Belchior Dias Moreira, neto de Caramuru (1595 ou 1596 a 1603 ou 1604); 3) doCeára, a de Pero Coelho de Souza (1603); 4) de Pernambuco (período de invasão Holandesa),partiram Elias Hercksmans (1641) e Mathias Beck (1649); 5) do Espírito Santo, as de Diogo MartinsCão (1596) e Marcos de Azevedo (1664); 6) de São Paulo vão partir inúmeras expedições, dentre elas algumas sob instrução do governador-geral D. Francisco Souza, como as de João Pereira de Sousa (1597), André Leão (1601), Nicolas Barreto (1602).

De acordo com Barbosa (1979, p. 20), uma das maiores expedições que jádesbravaram o território mineiro foi a chefiada por Antônio Dias Adorno. “Constituase de cento e cinquenta brancos e cerca de quatrocentos índios mansos, e fazia-seacompanhar de sacerdotes e jesuítas”. Exploraram o vale do Mucuri, do Araçuaí,mas, devido as dificuldades, a expedição se dissolveu. Antônio Dias Adorno foi,talvez, o desbravador que mais contribuiu para alimentar as esperanças naexistência das riquezas minerais.

Foi essa obsessão que induziu o governo de Portugal a determinar a D. Francisco de Sousa, então Governador Geral do Brasil, que se transferisse para São Paulo e tentasse identificar os caminhos das ambicionadas riquezas minerais.

D. Francisco de Sousa, animado da esperança de que por Piratininga melhor se chegaria ao Sabarabuçu armou uma tropa e entregou o seu comando a André de Leão, para seguir em busca da famigerada serra (...). Ocorrida essa entrada em 1601-1602, ficava traçado o tronco do caminho que seria logo após, continuamente, trilhado pelos caçadores de índios, percussores da grande bandeira de Fernão Dias, que foi a definitiva descobridora das Minas Gerais e a origem do seu povoamento (LIMA JUNIOR, 1943, p. 34).

Diversas foram as expedições que adentraram pelo sertão à procura dos“fantásticos tesouros”. Entretanto, a Coroa só aceitava o descobrimento quando acondição social do descobridor não desabonava a ação vassálica exigida peloserviço real (ANDRADE, 2008, p. 42-43). Nesse sentido, Furtado (1999, p. 58),afirma que “[...] para preservar a fidelidade ao monarca e para que a Coroa fizessesua a voz dos colonos, era preciso reproduzir as cadeias informais de poder que se [Páginas 39 e 40]

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