' DA TERRA AO MAR: UM ESTUDO DE MICROTOPONÍMIA CAIÇARA EM IGUAPE/SP - 01/01/2015 de ( registros) Wildcard SSL Certificates
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DA TERRA AO MAR: UM ESTUDO DE MICROTOPONÍMIA CAIÇARA EM IGUAPE/SP
2015. Há 9 anos
Por estes dois primeiros documentos, que constam do livro de BeneditoCalixto, conhecemos os limites das capitanias de Martim Afonso e de seu irmão PeroLopes de Souza:A donataria de Martim Afonso de Souza primitivamente chamou-seCapitania de São Vicente e abrangia cem léguas de costa e sertãoilimitado, divididas em duas partes, uma das quais começava naBarra de Bertioga e terminava doze léguas ao Sul de Cananeia, nolugar denominado Ilha do Mel, na barra do Lagamar de Paranaguá.Aparte da donataria de Pero Lopes de Souza, denominada mais tardeCapitania de Santo Amaro, composta de cinquenta léguas de costa,estava assim dividida, conforme determinava o Foral de doação,passado pelo mesmo rei D. João III: “uma parte, ao Sul, que secompunha de quarenta léguas de costa, que começarão, de dozeléguas ao Sul da Ilha de Cananeia, e acabarão na terra de SantaAnna (Santa Catarina), que está na altura de vinte e oito graus e umterço, e na dita altura se porá um padrão, e se lançará uma linha, quesó correrá a l’Oeste”.Aqui o autor traz à luz o motivo de tal divisão:A razão desta extravagante e caprichosa divisão das duasdonatarias, de Martim Afonso e de Pero Lopes, em seçõesintercaladas umas nas outras, já foi dada pelo Dr. Theodoro Sampaioe baseia-se no fato de já ser conhecida nessa época, pelos doisirmãos, a notícia da existência de minas de metais preciosos nointerior desses sertões. A divisão, assim feita, viria evitar a possívelinjustiça de ficarem essas minas incluídas em uma só donataria.Neste trecho, Benedito Calixto lista as vilas da Capitania de São Vicente,em fins do séc. XVI, e cita Iguape:A donataria de S. Vicente, não obstante os esforços de MartimAfonso e de seus loco-tenentes, não fez também notáveisprogressos nesses primeiros tempos. Em fins do século XVI, sóexistiam nela quatro vilas pouco prósperas, que eram S. Vicente,Santos, S. Paulo e Conceição de Itanhaém, cujos predicamentosdatam de 1532, 1546, 1560 e 1561. Algumas dessas povoações,como a de S. Paulo e Itanhaém, que foram elevadas a vila em 1560e 1561, já haviam sido povoadas em 1532 e 1533, tempo em que odonatário aqui se achava. Outras povoações, como Iguape,Cananeia, que só receberam o predicamento de vila no começo doséculo XVII, já existiam também nessa época.Neste trecho, Calixto relata a expedição à procura de ouro e prata pelacapitania de Martim Afonso e o encontro com Tibiriçá:Daqui (do Rio de Janeiro), diz o Diário de Pero Lopes, mandou ocapitão irmão quatro homens pela terra a dentro; ali foram e vieramem dois meses, e andaram pela terra em cento e quinze léguas; e assessenta e cinco delas foram por montanhas mui grandes, e ascinquenta foram por um campo mui grande; e foram até darem comum grande rei, senhor de todos aqueles campos (talvez Tibiriçá?) que lhes fez muita honra e veio com eles até os entregar ao Capitãoirmão. E lhes trouxe muito cristal, e deu novas como no Rio deParaguai havia muito ouro e prata.Aqui, conta a decisão de ir direto para Cananeia, à procura dos metaispreciosos, que fez Martim Afonso:

E foi por isso, por terem de antemão boas notícias dessa famosa região, onde Antonio Rodrigues e João Ramalho possuíam já uma feitoria, a qual era “o fito principal – ou a meta – da expedição dos povoadores de 1531” – foi por isso, como íamos dizendo, que a armada de Martim Afonso, ao sair do Rio de Janeiro, depois de fazer escala pelos Alcatrazes, passou ao largo sem tocar em S. Vicente, dirigindo-se para Cananeia, onde fundeou “no dia de Santa Clara – 12 de agosto de 1531” – conforme escreve Pero Lopes de Souza em seu Diário.

Ao tratar da estadia da frota em Cananeia, relata o Diarista de Bordo o quedeve ter sido a primeira expedição à procura de ouro e prata:Por este rio arriba (mar pequeno, ou lagamar que vai a Ararapira e aRibeira de Iguape), mandou o capitão irmão um bergantim e a PedroAnnes Piloto que era língua da terra (N.E.: língua = tradutor deidiomas) que fosse haver fala com os índios. Quinta-feira dezessetedias do mês de agosto, veio Francisco de Chaves, e o bacharel(mestre Cosme) e cinco ou seis castelhanos. Este bacharel haviatrinta anos que estava degredado nesta terra, e o Francisco Chavesera mui grande língua desta terra. Pela informação que dela deu aocapitão irmão, mandou a Pero Lobo com oitenta homens, quefossem descobrir pela terra dentro; porque o dito Francisco deChaves se obrigava – que em dez meses tornaria ao dito porto deCananeia, com quatrocentos escravos carregados de prata e ouro.Toda a região da Ribeira de Iguape, com seus numerosos afluentes,distribuídos em todas as direções, foi a região que mais atraiu a cobiça dospovoadores e principalmente dos primeiros aventureiros, interessados no ouro e emaprisionar escravos.

São também conhecidos os caminhos de penetração que se dirigiam para osertão, por Juquiá, até as vertentes do Paranapanema. As vias fluviais e as veredasindígenas levavam a Xiririca, atual cidade de Eldorado, Iporanga e Apiaí, que jáeram muito cobiçadas pelas notícias da existência de ouro, que se ouviam desde osprimeiros dias do povoamento, atraindo lusitanos e castelhanos.O mar pequeno de Cananeia, ligando-se com o estuário de Superagui(Paranaguá), era também, nesse tempo, um ponto do litoral de muito interesse paraos “caçadores de tesouros e de índios”. [Páginas 40 e 41]

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