Geografia: espaço & memória (1994) 5o. Congresso Brasileiro de Geografia
1994. Há 30 anos
Sesmarias e Fazendas
A sesmaria foi um dos processos mais comuns de povoamento de São Paulo. Requeria-se uma sesmaria, alegando alguém não ter terras suficientes para manter a família, pretende ir povoar determinado lugar, etc. Assim Diogo de Unhatte em princípios do século XVII alegava, entre outras coisas, para obter sesmaria em São Sebastião, ter cinco filhos para casar. Francisco Rodrigues requer em 1601 que se lhe dê uma sesmaria perto de Sorocaba por estar a caminho dessetermo "a povoar e lavrar mantimentos". Uma vez concedida a terra mudava-se para ela o dono com sua família. É preciso considerar que quando se diz família nos primeiros séculos de nossa história, entende-se a "gens" toda, composta de toda a parentela e dos administradores. Era a tribo que se mudava e quando um paulista alegava que queria ir povoar com a família, povoava de fato. Estabelecia-se o povoador no lugar mais apropriado e começava a cultivar. Dessa fazenda é que vai nascer mais tarde o núcleo do povoamento. E preciso observar entretanto que nem sempre os povoadores se instalavam em terras cujas sesmarias já tinham obtido. Muitas vezes instalavam-se primeiro e, depois, de posse da terra, é que requeriam a sesmaria alegando serem "moradores antigos do lugar". Outras vezes o proprietário dava parte de suas terras. É o caso de André Fernandes proprietário de uma sesmaria que compreendia os atuais municípios de Paranaíba, São Roque, Itú e Sorocaba. André Fernandes dava terras "de amor em graça" [Geografia: espaço & memória (1994) 5o. Congresso Brasileiro de Geografia p.16,17]