“Movimento o sul é meu país: o discurso separatista e seus efeitos de sentido”. Dissertação apresentada por Stella Aparecida Leite Lima ao Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Católica de Pelotas, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Letras. Área de Concentração: Texto Discurso e Relações Sociais. Orientadora: Profa. Dra. Ercília Ana Cazarin - 01/01/2017 de ( registros)
“Movimento o sul é meu país: o discurso separatista e seus efeitos de sentido”. Dissertação apresentada por Stella Aparecida Leite Lima ao Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Católica de Pelotas, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Letras. Área de Concentração: Texto Discurso e Relações Sociais. Orientadora: Profa. Dra. Ercília Ana Cazarin
É, novamente, visão caolha. Em primeiro lugar, as belas coisas da natureza, que se situam noBrasil ou em qualquer lugar, não são “propriedade”, de ninguém, de nenhum país. Antes,constituem patrimônios da humanidade, evidentemente numa concepção filosófica. Mas aindaassim, se eventualmente alguém tivesse mais direito sobre a paisagem, não seria o país ondeestá, apesar da chamada soberania, e sim, num primeiro plano, o Município respectivo, depoiso Estado-Membro, a Região, o País, o Continente, o Planeta, o Sistema Solar e o Universo.Mas não há uma hierarquia no domínio das coisas da natureza. Tudo não passa de concepçõesdiferentes, sejam político-jurídicas, geográficas ou mesmo cósmicas.Nada irá desaparecer como por “encanto” com o desmembramento político e jurídico. Asbelezas naturais continuarão as mesmas, sem sair do lugar, onde quer que estejam.Continuarão à disposição de todos, como eram antes. Mas tudo isso com uma enormevantagem: as belezas humanas, muitas vezes soterradas na lama da federação, poderãoemergir e com sabedoria e soberania certamente construirão um futuro melhor..RESISTÊNCIAS AO DIREITO DE AUTODETERMINAÇÃOOs povos de todos os lugares e tempos criaram uma sentença que de certa forma foiassimilada pelos filósofos e que até hoje ninguém conseguiu desmanchar: “a história é escritapelos vencedores”.Isso significa que, frequentemente, a história é escrita sob o vício da facciosidade, assentadaem falsas versões, conforme a vontade do vencedor. Não é raridade que a historiografia seiguale à uma mentira. Assim posto, ela pode enganar os que não têm capacidade dediscernimento. E, lamentavelmente, grande parte dos historiadores repetem nos seus livros ouensinamentos as mentiras que foram escritas por outros, que por suas vezes também repetirama história que foi escrita originalmente pelos vencedores. Mas essa postura, nada digna,parece ser uma exigência do mercado. Quem ousar contar a verdadeira história terárepresálias e invencíveis obstáculos na sua divulgação. Melhor é ficar “bem-comportado” erepetir o que os vencedores disseram. Isso é de mais agrado ao “Sistema”…Nessa circunstância, quem não olhar a historiografia com senso crítico e certa dose deceticismo, correrá o risco de consumir inverdades. Todavia, este problema não se restringe ao“local”. É universal.
Um exemplo bem próximo é a Guerra do Paraguai, de 1865. Sob patrocínio dos banqueiros ingleses, formou-se a Tríplice Aliança, composta por forças militares do Uruguai, Argentina e Brasil, este último país-suporte da citada aliança. O Paraguai – que era o único país sulamericano com possibilidade de desenvolvimento próprio – foi devastado quase totalmente. Cerca de 75% da sua população foi dizimada. Desse massacre, no entanto, nasceu um “herói” chamado Duque de Caxias. Esse “herói” brasileiro chegou ao cúmulo de afirmar que para vencer o Paraguai seria indispensável “matar até o último paraguaio no ventre da sua mãe”. E esse cidadão brasileiro é um típico “herói” da sua história. [Página 132 do pdf]