ro para os estribos, etc . Enfim, surgiu a fábrica Dias da Silva . Aos20 e 30 ourives da prata só lhes sucederam os relojoeiros da rua dr. .Braguinha vendendo jóias, e um ou outro ourives do ouro. O último ourives da feira foi Bento de Barros Lima, morador na rua Nova, perto da rua da Margem.
O matadouro, que ficaria bem perto da estação, em 1874 começou a ser mudado para o outro lado do rio, atual rua Pedro JoséSenger que então principiava, partindo da rua São Paulo. Seria construído um rancho provisório na frente ao aterrado do Lava-Pés, como córrego dêste nome passando pelo meio . Essa foi a resolução, porém depois tiraram diretamente um rego de água do Tanque do Buava, do mesmo córrego, e que ficava mais abaixo da atual piscinaQuinzinho de Barros. Só em 1881 foi derrubado o matadouro velho,onde quizeram fazer um mercado, mas não foi possível, resolvendo-seacrescentar o que já servia no largo Santo Antônio.
As praças começaram a ser arborizadas por obséquio de vereadores prestadios, que recebiam as mudas e cercas compradas pelaCâmara. Chegou a ser cercada tôda a atual praça Fajardo, que aindaconserva mangueiras antigas. Da praça Ferreira Braga restou até apouco um coqueiro solitário. A da matriz não foi arborizada, porservir ainda para divertimentos como circos, fogos de artifícios, paradas da Guarda Nacional, etc .A praça frei Baraúna com as ruas Cesário Mota e Artur Martins, foi iniciadas em 1864 em terreno de São Bento. As cavalhadaspassaram a ser naquele logradouro. Acabaram com o cemitério deSão Bento, que em 1863 ainda servira para cadaveres de bexiguentos,mas deixaram uma pracinha e nela uma capelinha onde se faziamfestinhas de Santa Cruz e São João, sem o clero . A que puxava oterço era uma liberta que, no seu tempo de escrava, cortou com aenxada a cabeça de um branco que lhe fizera proposta desonesta .Foi a juri, recebeu poucos anos de prisão, que cumpriu na cadeianova que foi inaugurada em 1863. Mas os jurados, pelo costume dotempo, juntaram a pena diária dos açoites. Era ao anoitecer. Todos fugiam das proximidades da cadeia ao ouvirem os gritos da infeliz açoitada junto às grades . Frei Paulo e Eugênio Pilar, entre outros, me transmitiram esta notícia digna de um drama. Os jornaismencionam as festinhas .Exatamente em 1874, como publicou frei João, foi construidaoutra capelinha de Santa Cruz, "no bairro de Árvore Grande", A ár- [Página 348]
Dona Gertrudes de Almeida Pilar, mãe de Ubaldino do Amaral, tinha um internato para meninas do Paraná, que vinham da Lapa a cavalo, na rua da Penha. Saiu cêrca de 1875 para Piracicaba, onde faleceu seu espôso Francisco das Chagas do Amaral Fontoura e veiu morrer na capital de São Paulo em 1886. Conhecemos-lhe uma aluna, dona Sofia Wirmond. Não havia carteiras, servindo a mesa grande da sala de jantar. [p. 351]
A imagem de São Jorge acamponhava a Câmara em procissãodesde 1818 e morava numa das salas . O cavalo branco em que afaziam montar também era da Câmara e tinha vida folgada no capinzal das ruas — "Lá vai o cavalinho de São Jorge!" — exclamou umavez o menino Francisco Pacheco, vindo da escola do padre Lessaem 1886. Hoje, mais que octogenário, ainda se lembra do episódio.Depois de 1889, a Câmara (Igreja separada do Estado) não acompanhava mais a imagem na procissão de Corpus Christi mas deixouos devotos visitarem-na em sua sala, naquele dia. E a Câmara virava igreja .. . Até que em 1906 um intendente a enviou à capela-deSanta Cruz . Os arreios de São Jorge estão no Museu Sorocabano .A sua espada com uma inscrição patriota foi roubada depois de 1940.O Conde d´Eu, visitando Sorocaba, em 1874, achou muito bonito o prédio da Câmara e Cadeia. Ora, veja só! [p. 354]
Em 9 de novembro de 1886 passaram ainda para o Ipanema osaugustos imperantes . Almoçaram numa sala da estação . Depois tomaram um carro e seguidos de outros (havia muitos carros particulares) foram visitar, corre-correndo: matriz, câmara e cadeia, Gabinete,as 2 cadeiras masculinas e femininas, mercado, hospital, fábricasAdams e Fonseca .O conde d´Eu veiu sózinho em 1874, fazendo a viagem a cavalodesde as pontas dos trilhos, Júlio Ribeiro foi visitá-lo, levando a homenagem da pena à espada, segundo o seu jornal. Depois passoupor Sorocaba com a Princeza Isabel e tôda a família para o Ipanema,onde Bento José Ribeiro lhes forneceu troles e cavalos, inclusive aCamurça que a Princesa cavalgou por êsses campos .Deste 1872 vinham muito os presidentes da Província . O último,foi Rodrigues Alves, em 1889. [p. 356]
Em 1886 Antônio Razzl, filho de Wenceslau, inaugurou sualoja de chapéus numa casa cuja bandeira de ferro tinha as letrasF . A . M., à rua das Flôres, esquina da rua dr . Braguinha. O ricoAssis Machado, falecido havia pouco, aí fizera belas festas, foi depois a Padaria Alemã e, hoje, arranha-céu. [p. 362]
Em 1886, inaugurou-se o primeiro encanamento de água, comtrês chafarizes: praças da Matriz, do Rosário e Santo Antônio, coma água bombeada (bomba hidráulica) do córrego da atual Vila Carvalho e caixa de água com filtro atrás da Matriz. Louvores mereceuo vereador cel . Manuel Nogueira Padilha e os industriais da Sorocabana Speers e Oetterer. [p. 363]