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Publicação de “Pampa sem Fronteira”, instagram.com/realmarcosdopampa
18 de maio de 2023, quinta-feira. Há 1 anos
O primeiro caminho aberto por terra entre o Brasil e o Uruguai foi obra de um Bandeirante, que também foi embrião do tropeirismo. Francisco de Brito Peixoto é seu nome, foi um bandeirante vicentista e nasceu no ano de 1650, em Santos-SP. Filho de Anna da Guerra do Prado e de Domingos de Brito Peixoto.

Seu pai foi filho e neto dos povoadores da Capitania de São Vicente (atual Estado de São Paulo/SP), que partiu do Porto de Santos para desbravar o sul brasileiro no fim do século XVII, junto dos filhos Sebastião de Brito Guerra e o próprio Francisco, mais de 60 homens, com armas, munições, mantimentos e ferramentas, fundaram a Vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna (atual município de Laguna/SC), no ano de 1676, conforme escritos de Francisco.

Francisco como fundador, ficou em Laguna e, mais tarde, entre 1715 e 1718, com recursos próprios explorou, descobriu, tomou posse e iniciou o povoamento dos campos do Rio Grande de São Pedro do Sul (hoje Estado do Rio Grande do Sul) para a coroa portuguesa, e fez a ligação por terra de Laguna a Rio Grande, a Maldonado, à Colônia do Sacramento e a Montevidéu. Francisco aliado aos indígenas minuanos do pampa iniciou os primeiros movimentos pecuários de origem luso-brasileira na região platina.

Numa atitude corajosa ante os castelhanos de Buenos Aires, estabeleceu seu comércio e mandou seus homens para a Colônia de Sacramento, logo a frente, de possessão portuguesa, onde explorou o comércio de gados, mulas, cavalares e couro, a fim de introduzir em São Paulo, inaugurando assim o primeiro caminho entre Sacramento e Laguna e o primeiro movimento de integração da Região do Prata ao Brasil, no caminho que percorria entre Sacramento-Laguna-Paranaguá-Curitiba-Sorocaba-São Paulo.

Pelas notícias dos consecutivos sucessos de suas empreitadas aliados aos indígenas minuanos na condução de gados e muares, novos bandeirantes focaram suas investidas no novo movimento que surgia, a fim de introduzir o muar em São Paulo e na região das Minas. Como Francisco de Souza e Faria, e Cristóvão Pereira de Abreu que desce com uma tropa de bandeirantes, um dos quais tivera contato pessoal com o bandeirante Francisco de Brito Peixoto, que já reunia tropas de mulas e de gados para comércio e condução desde Sacramento.

Passados anos, já em 1726, o bandeirante deixou uma carta para o Rei de Portugal a respeito das terras conquistadas e a relação com os indígenas da região. No ano de 1726, Francisco de Brito Peixoto escreveu para o Rei:

"Mandei no serviço de S.M. que Deus Guarde, para o Rio Grande de São Pedro 31 homens à minha custa, e por capitão deles o meu genro João de Magalhães, a quem ordenei que chegando à paragem do Rio Grande escolhessem algum lugar que fosse mais conveniente para formarem as suas casas em forma de povoação e logo façam canoas de pau, suficientes para serventia de passagens de gado, encomendando-lhes também aquele zelo e diligência de passarem gado para esta parte da nossa campanha para a multiplicação, pois é um grande serviço que se faz a EI-Rei Nosso Senhor, enxotando-o para o meio da campanha para o dito gado tomar posse (...) Também se me oferece dizer a Vmc. que já desta banda do Rio Grande se acham 800 reses de gado vacum que mandei buscar das campanhas à minha custa (...) por entender que nisso fazia serviço a S.M. que Deus Guarde, para a multiplicação na campanha desta parte, e por não haver nela gado algum e ter capacidade para nela estarem milhões de gado, e na diligência de conduzir mais estou sempre (...) Também digo a Vme. que tenho adquirido a boa amizade dos índios minuanos (...) e ser conveniente ao real serviço a amizade destes gentios, por estarem as campanhas francas para delas se tirar quanto gado quiserem."

Com essas notícias a Coroa passou a investir a partir de 1732 em Sesmarias, dando início ao povoamento luso-brasileiro em terras platinas.Nunca se casou oficialmente, mas cm Sevirina Dias, indígena Carijó, teve três filhos: Ana, Maria e Sebastião, todos “de Brito Peixoto”. Com outra índia teve mais quatro filhos (Domingo Leite Peixoto, Victor de Brito, Ana da Guerra e Catarina de Brito). Com Paula Dias do Prado, teve o filho Luis de Brito Peixoto, deixando grande descendência em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Uruguai.Foi preso por ordem do Capitão-Mor Manuel Manso de Avelar, provavelmente por motivação política - já que denunciava os contrabandos na região. Foi liberado em 1º de fevereiro de 1721, quando recebeu do rei João V de Portugal a carta patente de Capitão-Mor das terras de Laguna, da Ilha de Santa Catarina e do Rio Grande de São Pedro, por três anos.Substituindo Bernardo Cavalcanti de Mello, tornou-se Comandante da Ilha de Santa Catarina, para o período de 1721 a 1728, e governou-a de 1º de fevereiro de 1721 a 25 de outubro de 1724. Interinamente, assumiu a administração, Augusto Xavier de Carvalho.Depois do episódio, Francisco prendeu Avelar, remeteu-o para a vila de Santos, onde teve seus bens confiscados após inquérito. Em 1732, solicitou ao Rei de Portugal concessão de campos e terras de Garopaba/SC até o rio Tramandaí/RS, por seu empenho, posses investidas e serviços prestados à coroa, mas recebeu uma Sesmaria de Légua e Meia em Quadro.Faleceu em 31 de outubro de 1735, em Laguna/SC, cidade que fundou. Seus restos mortais estão no altar principal da Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos, construída por ele na freguesia em 1696.Com tais feitos Francisco de Brito Peixoto é considerado um dos maiores bandeirantes de São Paulo, pela iniciativa de tornar a região platina como parte do Império Português, como por ser o precursor dos primeiros movimentos tropeiros do Brasil.Possui estátuas em sua homenagem no Museu Paulista do Ipiranga, e na cidade que fundou(Laguna-SC).Fonte: Paulistânia Tradicional

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