' O Governo de Bernardo José de Lorena na Capitania de São Paulo: aspectos políticos e econômicos (1788-1797). Ronaldo Capel - 01/01/2015 de ( registros) Wildcard SSL Certificates
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O Governo de Bernardo José de Lorena na Capitania de São Paulo: aspectos políticos e econômicos (1788-1797). Ronaldo Capel
2015. Há 9 anos
Consta-se que a Junta da Real Fazenda de São Paulo tinha tomado todas asdiligências possíveis para se cobrar a dívida com o Rio de Janeiro, e não teve êxito algumem seu empenho. Sendo assim, a primeira medida tomada pelo governador Bernardo Joséde Lorena foi a convocação da Junta da Real Fazenda para que se pudessem tomar algumasmedidas urgentes a fim de se a resolver esta questão financeira.Devido à falta de recursos para fazer face às despesas a Junta da Real Fazenda deSão Paulo viu-se obrigada a retirar uma parte dos quintos retidos na Capitania e queaguardavam uma resolução da Coroa; ficando “obrigada a Real Fazenda, pela porção q.efor precizo tirar p.ª ser paga, q.do o adantamento deste Estado algum dia opermitir” 366.Seria esta uma medida que não estaria de acordo com as ordens reais. Entretanto, não hánenhuma oposição da Coroa quanto à utilização dos Quintos para o equilíbrio das contasna Capitania, o que poderia indicar sua aceitação.

Além disso, para o governador um dos itens que poderia aumentar a receita da Capitania consistiria na exploração e produção de ferro e “aço”, encontrados em abundância na região de Sorocaba [7 Cf. “Para Martinho de Mello e Castro”. (02/08/1788). Archivo do Estado de S. Paulo. Publicação Official de Documentos Interessantes para a Historia e Costumes de S. Paulo... Op. cit. (v. 45). p. 10-11.]. Curioso notar que tal “achado” estava descrito no quinto volume da “História Filosófica” de Abade Raynal, e sua leitura impulsionou o governador a questionar sobre a exata localização das jazidas junto ao Capitão Mor de Sorocaba e o Capitão Mor de Itu, homens com posses e interesses nesta exploração.

Bernardo José de Lorena cita o trecho do livro em que o Abade fala sobre São Paulo: “Ony pourro itauss iexploiteravecbeacoup: d’estilitelesabondantes mines de Ferad’etainqui se trouveut entre Les Rivieres, Tieté a Mogyassú dansla Cordiliere de Paranapiacaba, a quatre lieues de Sorocaba”. [“Para Martinho de Mello e Castro”. (02/08/1788). Archivo do Estado de S. Paulo. Publicação Official de Documentos Interessantes para a Historia e Costumes de S. Paulo... Op. cit. (v. 45). p. 10. Tradução:

“Poder-se-ia também explorar, com muita utilidade, as abundantes minas de Ferro e estanho que se encontram entre os rios Tietê e Mogiguaçu, na Serra de Paranapiacaba, a quatro léguas de Sorocaba”. Ver Abade Raynal. O estabelecimento dos portugueses no Brasil. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1998. p. 120. (Edição brasileira parcial da famosa obra de Raynal).] [Página 95]

Tanto o ferro como o “aço” eram importados, e se pagava em média 1$600 Réis pela arroba de ferro e 3$200 Réis pela arroba de “aço”. No entanto, o governador aponta que mesmo se as jazidas fossem encontradas, a falta de indivíduos qualificados na Capitania e a má conservação do caminho que ligava o planalto ao litoral se apresentariam como entraves para execução e a condução desta empresa [idem].

Dado que o caminho entre o planalto e o litoral era um entrave ao desenvolvimento da economia na capitania de São Paulo, Bernardo José de Lorena deu prosseguimento à melhoria da comunicação com o litoral, fato que marcaria seu mandato e garantiu ao governador um lugar de destaque na História de São Paulo com o calçamento do Caminho do Mar, a famosa “Calçada do Lorena”.

3.2.1 – A Calçada do Lorena e o Porto de Santos

As obras ordenadas por Lorena superaram as adversas condições geográficas eclimatológicas. Para tanto, concorreu o trabalho efetuado, sob a orientação do engenheiromilitar João da Costa Ferreira, pelos oficiais do Real Corpo de Engenheiros queconseguiram uma extraordinária façanha, ou seja, estabelecer um traçado sem cruzar, umaúnica vez, curso d’água. Isto se deveu ao levantamento topográfico da área que, pelaprimeira vez, se realizava373.João da Costa Ferreira, matemático formado pela Real Academia Militar, prestounotáveis serviços de engenharia a Coroa de Portugal desde o reinado de D. José I,alcançando vários postos até se tornar capitão374. Atuou na reedificação de Lisboa, com osseguintes projetos: demarcações e abertura de ruas; reconstrução da Praça do Comércio edo Rocio; no Passeio Público; no Palácio da Inquisição e no Hospital Real de São José noColégio de Santo Antônio375. Em Coimbra, trabalhou no projeto de construção do hospital,de um museu e de um laboratório para o estudo da química no Colégio dos Jesuítas; emLeiria, na construção do novo leito do rio da cidade; e em São Martinho, na construção deum cais376. [Página 96]

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