Sistema foi contestado por nações protestantes, como a Inglaterra, que só aceitou o novo calendário em 1752.
Em 15 de outubro de 1582, o papa Gregório XIII instaura um novo calendário nos Estados Pontifícios, Portugal e Espanha, substituindo o então vigente calendário juliano. O novo sistema de contar o tempo passaria a ser conhecido como calendário gregoriano e seria usado até hoje.
Quando os católicos europeus despertaram no dia seguinte, 4 de outubro, na verdade já estavam em 15 de outubro, segundo o novo calendário. Deram um salto adiante de 10 dias no tempo, mas a sequência milenar dos dias da semana foi mantida sem interrupções.
O calendário juliano não estava ajustado ao ano solar, superando-o em 11 minutos e 14 segundos. A distância entre o ano solar e o novo calendário seria reduzida a 25,9 segundos ao ano. Para corrigi-lo, o calendário gregoriano criou o ano bissexto, que a cada quatro anos soma um novo dia para compensar a diferença.
Muito antes do matemático jesuíta Cristóvão Clávio e de Gregório XIII, as distorções do calendário juliano já haviam sido notadas. No século XIII, o franciscano inglês Roger Bacon, da Universidade de Oxford, já havia registrado a diferença de sete para oito dias entre o ano civil e o ano solar. Escreveu ao papa sugerindo que o calendário fosse reformado, mas seu conselho deu em nada. Nos séculos seguintes, matemáticos e astrônomos se interessaram pelo problema, mas assim como Bacon, não foram ouvidos.
Finalmente, em 24 de fevereiro de 1582, o papa Gregório XIII publicou a bula Inter Gravissimas, detalhando a necessidade de reformar o calendário para aproximar o ano civil do ano solar.
A mudança para o calendário gregoriano foi lenta. O sistema foi contestado por nações protestantes, como a Inglaterra, que só aceitou o novo calendário em 1752, ano em que também foi introduzido pelas então colônias inglesas na América do Norte. Cada país, protestante ou não, escolheu um determinado ano, mês e dia para aceitar o calendário, que só se tornou internacional em pleno século XX.