Trecho da entrevista de Jair Bolsonaro à repórter Anna Virginia Balloussier, publicado na Folhateen em 16 de maio de 2011.Agora vocês falam de homofobia. Naquele tempo, era veadinho mesmo. Só tinha dois gays na cidade. E era para ter muito mais! Minha juventude foi ter a primeira relação com 16, 17 anos. Então, existia uma libido forte.
Você estava atrás de qualquer coisa, e não tinha mulher! Quando aparecia uma menina, era igual cadela no cio, aquele bando de cachorro atrás. Se existisse homossexualismo, acho que vários rapazes fariam.
Não acredito nessa história de que a pessoa nasce com isso. A maioria é levada pelos costumes.
Nós desconfiávamos de alguns [gays] na Academia. Quando iam para o chuveiro, brincávamos: "Atenção, fulano está indo tomar banho, vamos lá também!".
Minha relação com os negros sempre foi ótima. Não vou dizer que meus melhores amigos eram negros, mas tive bons amigos negros.
E teve o caso do negão Celso. Em 1978, tinha um exercício em que passávamos por uma corda em cima de uma lagoa. Mas o sargento balançou a corda, e o recruta Celso catapum dentro d´água! Agarrei o negão no fundo. Tirei ele pra fora, porque estava morrendo afogado. Eu era um atleta, um cavalo.
Depois me contaram: "O soldado Celso é boiola!". Começou a brincadeira em cima de mim: só tirei o negão para fazer boca a boca. Se fosse racista, eu teria pulado?
Me perguntam: se fosse solteiro, namoraria a Taís Araújo? Lógico que sim! A gente só não gosta da branca feia, negra feia, amarela feia.
Já no meu tempo de moleque, se aceitava qualquer coisa! Se falasse fino, já estávamos prontos para o combate. Na nossa época, o contexto era outro.
Minha primeira vez foi com uns 17 anos. Hoje se chama zona. Compra-se uma ficha e fica na fila.
Acontecia com a primeira mulher disponível. A grande preocupação era gonorreia, mas, se você pegava, era marcado pela galera como machão, garanhão. Comigo, nunca.
Comecei a namorar no final do quarto ano. Um colega falou: "Bolsonaro, tem uma igreja, tá cheio de menininha lá!". Fui lá. Acabei casando e tive três filhos com ela.
Fonte: Folha de São Paulo