Jornal O Estado (SC) - O número de mendigos aumenta em Sorocaba de modo que desperta a atenção de toda a população, principalmente aos sábados, que é o dia mais aproveitado pelos pedintes.
A caridade publica é inesgotável, e assim todos os necessitados que não podem mais viver do trabalho, consegue recursos para a sua manutenção.
E temos, além disso, várias instituições que abrigam inválidos, concorrendo para a diminuição do total dos pobres que recorrem diretamente ao suor da população.
A caridade não escapa, porém, á exploração de indivíduos sem escrúpulos, avessos á luta pela vida num duelo entre a adversidade e a própria conservação pelo labor honesto, persistente, disposto a vencer.
Esses consideram mais fácil a simulação para ingresso no grupo dos indigentes, ficando por ai como parasitas merecedores de uma ação enérgica, por parte do publico e das autoridades.
Houve tempo em que, conhecedoras das qualidades beneméritas dos sorocabanos, pessoas moradoras em outras localidades ou mesmo em outros países (neste caso graças a informações de amigos e parentes), desembarcam em Sorocaba e saiam por ali pedindo desavergonhadamente, a pretexto de doenças, desastres, fome, etc. tudo imaginário, tudo mentira.
Um desse mendigos, falecido, deixou várias propriedade, inclusive uma chácara. Outro que perambula pela cidade empresta dinheiro a juros.
Veio a reação e os exploradores desapareceram. A matricula de mendigos, na delegacia regional de policia, contribui apreciavelmente para que ficassem dependendo de esmolas somente os verdadeiros necessitados, e a cidade viu-se livre, desde logo, dos vagabundos disfarçados.