Um telefonema anônimo dado à secretaria da Escola Estadual Júlio Prestes de Albuquerque, o Estadão, dixia que uma bomba-relógio estaria no pátio da escola, e o horário da explosão estava marcado para às 21 horas do dia 4 de maio de 1983.
Minutos antes do horário dito no telefonema toda a escola foi evacuada, as aulas suspensas e os alunos foram dispensados quando funcionários verificaram que realmente a bomba estava no local indicado.
Imediatamente a polícia foi comunicada e várias viaturas do Tático Móvel compareceram na escola, isolando toda a área de aproximadamente 200 metros em torno da escola, retirando os alunos curiosos que ainda insistiam em se aproximar para acompanharem os trabalhos policiais.
O fato causou grande preocupação nos meios policiais e os delegados Roberto Luiz Ayres, do município, e Cássio Salerno da Seccional, rumaram para o local onde também estavam vários oficiais da Polícia Militas, entre eles o comandante do 7o. BPM/I, tenente coronel Paulo Fogaça, o comandante da 4a. Cia., capitão Pellegrini e outros.
Quinze minutos antes do horário marcado para a explosão, uma viatura do Corpo de Bombeiros entrou no pátio da escola, e os militares tomavam providências na expectativa de uma possível explosão.
O delegado do munícipio também solicitou ao diretor da Escola Municipal Getúlio Vargas, Carlos Camargo Costa, para que também dispensasse sus alunos, pois se uma possível explosão se concretizasse, eles também correriam risco. Em poucos sgeundos aquela escola também se esvaziou e as atenções se voltaram exclusivamente para a bomba.
Expectativa
Todas as autoridades policiais que compareceram ao local foram verificar a bomba e comentaram: "ela está funcionando, parece ser apenas um artefato, mas se for, ele está muito bem construído".
O delegado Roberto Ayres e os oficiais, porém, preferiam cuidar do caso com a máxima cautela, a espera de que algum perito confirmasse se realmente aquilo era apenas uma perfeita réplica de uma bomba se se ela era de fato explosivo.
A Polícia Técnica esteve no local, mas não podia tomar providências no sentido de verificação do objeto, porque ela não possuia peritos especializados em explosivos. Enquanto isso, as autoridades procuravam alguém na cidade que conhecesse o material, e pudesse desativá-lo.
Durante a procura dessa pessoa, o capitão Pellegrini comentava que a "bomba era falsa, mas muito bem feita, e teria que ser manuseada por alguém especializado".
Desfeito o mistério
Os policiais localizaram o cabo-de-fogo da Prefeitura Municpal, Antônio Elias, que há vinte anos trabalhava com explisos, e o levaram á Escola, onde já estava o major Milton da PM, que também é conhecedor do assunto.
Ambos foram ao local onde estava o objetvo, e o funcionários da Prefeitura, após um rápido, mas cuidadoso exame, sentenciou: "é falsa, pode retirar".
Em seguida o major desfez a bomba, e sob os olhares das autoridades e funcionários da escola, o capitão Pellegrini e outros policiais desmontaram o artefato que era feito de um circuito integrado que mantinha uma luz acesa, alimentada por pilas, um relógio despertador que foi adaptado e estava funcionando normalmente amarrados em três pequenos canos, réplica perfeita de uma bomba verdadeira.
Ao final do caso, a polícia passou a coletar elementos para investigações, pois pretende chegar ao autor da "brincadeira".