' Inventário de Martim Tenório, registrado em ebirapoeira, termo da Vila de São Paulo - 18/06/1612 de ( registros) Wildcard SSL Certificates
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Inventário de Martim Tenório, registrado em ebirapoeira, termo da Vila de São Paulo
18 de junho de 1612, segunda-feira. Há 412 anos
 Fontes (3)
Capitão-mor Martim Rodrigues Tenório de AguilarNascimento: ~ 1560Origem: Castela, EspanhaNasceu por volta de 1560, no reino de Castela, na Espanha.Também chamado de Martim Fernandes Tenório de Aguilar. Martim "foi da governança de São Paulo".Em 1594, foi Procurador do Conselho da vila de São Paulo.Residiu próximo à vila de São Paulo, no local então denominado Ibirapoera.Foi "pessoa de trato, muito rica para seu tempo, possuidora de várias dadas de terra".Era "de nobre ascendência, povoador e célebre conquistador dos sertões no posto de Capitão-mor da tropa".Foi "ativo bandeirante" e foi Capitão-mor de tropa. Participou da bandeira de Domingos Rodrigues.Em 1602, participou da bandeira de Nicolau Barreto ao Guairá.Em 1603, no sertão do Paraná, "na incerteza de seu destino", escreveu seu testamento.Possuía "interesses" em um engenho de ferro construído no Ibirapuera, inaugurado em 16 de Agosto de 1607.Em 1608, foi vereador na vila de São Paulo.Em Agosto de 1608, partiu novamente de São Paulo, comandando uma grande leva de homens, rumo ao sertão de Paraupava dos índios bilreiros ou caiapós. Jamais retornou.Em 1612, chegou a notícia de que Martim e toda sua tropa haviam morrido "nos fundos sertões onde se internara".Em seu testamento, Martim declara:Saibam quantos esta cédula de testamento virem, como no ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo da era de mil seiscentos e três anos, aos doze dias do mês de março do dito ano, neste sertão do Rio Paracatú, [eu] Martim Rodrigues, determinei fazer esta cédula de testamento, estando são e de saúde, e em todo o meu sizo, e juízo perfeito todo e quanto me deu o Senhor Deus, por não saber o que fará Deus de mim, para neste dispor declarações e desencargos de minha consciência e [...] de minha alma.Primeiramente [encomendo a alma]. Segundamente, declaro que sou casado e morador na Vila de São Paulo, com Suzana Rodrigues, e dela tenho quatro filhas: Maria Tenória, Ana da Veiga, Elvira Rodrigues e Suzana, legítimas, as quais são minhas herdeiras.E declaro que tenho mais uma filha bastarda, a qual tenho casada com José Brante, e se chama Joana Rodrigues, e lhe dei certa cópia de fazenda, no que lhe fizemos escriptura à qual me reporto.Declaro que tenho mais dois meninos que os tenho por meus filhos, e são bastardos que os houve no sertão, e um deles tem nome Diogo, e o temos forrado de comunidade com a minha mulher Suzana Rodrigues [...].Peço para ser sepultado no Convento de Nossa Senhora do Carmo da Vila de São Paulo.[Deixa quarenta cruzados de esmola a várias confrarias].Declaro que tomei a Francisco Espinosa, certa cópia de mercadoria, das quais tenho vendido certa parte, e disso me hão feito conhecimentos os devedores, os quais dirão a Francisco de Espinosa que são de seu dinheiro; de minha fazenda lhe pagarão até oitenta cruzados por alguma parte dela que comigo gastei [e] acho dever-lhos.Deixo por curadora e tutora de minhas filhas a minha mulher Suzana Rodrigues enquanto não se casar, e casando-se, deixo a meu genro Clemente Álvares, no qual encomendo [...] bem como nele confio.[O mesmo para os bastardos, e se a mulher não quiser cuidar deles peço a Clemente Álvares que o faça, mandando ensinar a ler e escrever e aprender o ofício com Clemente Álvares].[Caso eu morra no sertão, não quero que minhas peças sejam vendidas, mas entregues e Baltazar Gonçalves para as levar à sua família em São Paulo].[Deixo o resto da terça aos dois filhos bastardos].Em seu inventário, datado de 18 de Junho de 1612, constam: Inventário da "fazenda que se achar ser do dito Martim Rodrigues, defunto por ser ido ao sertão e se dizer ser lá morto". "Disse que tinha uma filha de idade de quinze para dezesseis anos por nome Suzanna".Peças [escravos]: uma negra da nação Guoaya, escrava da entrada de Domingos Rodrigues. 15 índios tememinós e 3 índios tupiaem um moço tememinó, por nome Pedro, que dizem ser filho do defunto Martim RodriguesRoupas, ferramentas, caixas, 3 livros (dois religiosos e "A Crônica do Grão Capitão").70 cabeças de gado, além de cavalos, porcos, roçaEscritura dada por Jerônimo Leitão a Baltazar Rodrigues, que por certidão passada por Belchior da Costa pertence a este inventário (capões entre os rios Jeribatiba e Bohi).Outra escritura do mesmo Baltazar Rodrigues, que ele comprara de Belchior da Costa e foram arrematadas por Martim Rodrigues, por dívida que Baltazar tinha com o órfão Damião Simões.Chãos na vila e que entregou por dívida que tinha com o órfão Damião Simões.Terras no Rio Bohi arriba, dada por Roque Barreto.Idem, no rio Bohi abaixo, dada por Gaspar Conqueiro.Casa que foi de Pedro Grande, arrematada por Martim Rodrigues.Carta de dada por Gaspar Conqueiro a Clemente Álvares, Martim Rodrigues e Damião Simões e que estava em poder de Clemente Álvares.Monte-mor: 180$780 réis.Fazenda entregue à viúva pelo juiz por ela ser mulher capaz de governar sua casa "e casar sua filha por ser já de idade para isso e haver casado já outras duas em ausência de seu marido Martim Rodrigues".Em 2 de Setembro de 1619, durante as partilhas, apuraram-se dívidas que tinham Clemente Álvares e Damião Simões [o filho]. O juiz mandou que se "passasse mandato contra o dito Clemente Álvares e o dito Damião Simões, por serem homens relapsos que tiveram em seu poder o inventário do defunto Damião Simões e o testamento do defunto Martim Rodrigues, sem os quererem entregar depois da morte até agora, e assim uma cousa como outra entregaram por justiça que de outra maneira não quiseram".Em 1º de Agosto de 1624, Cornélio de Arzão, como procurador de sua sogra requer que o juiz João de Brito Cassão intime Clemente Álvares para entregar as escrituras para que se faça partilhas das terras.Em 2 de Agosto de 1624, Pedro Leme, escrivão, foi à cadeia onde estava preso Clemente Álvares e o intimou a entregar as cartas de datas.Em 3 de Agosto de 1624, novo requerimento de Cornélio de Arzão, desta vez para que Clemente Álvares entregasse o gado que tinha em suas terras para partilhas. No mesmo dia Pedro Leme volta à cadeia e notifica o dito Clemente, ao que este respondeu "que não era letrado e que seu procurador responderia por ele".Martim deixou um Livro de Assentos, manuscrito, datado de 1º de janeiro de 1602, organizado em páginas precedidas de um índice, onde constam as pessoas com quem tinha contas. Os primeiros assentamentos de todas as páginas estão escritos em portugues com excelente ortografia. Devem ser os que Martim diz ter copiado de outro livro. Os restantes estão em espanhol. Nele escreveu: "Este livro, hize por quietud de mi memória, para por ele saber na verdad lo que debo e o que me devem".Entre as contas: Deu 10 arretéis de cera a Baltazar Gonçalves, mordomo de Santo Amaro.Em 15 de Agosto de 1601, assentou-se como confrade de Nossa Senhora do Carmo e tomou o batismo. (Nota: este fato tem sido tomado como prova de que Martim seria judeu, tendo recebido o batismo "de pé", isto é, em adulto. No entanto, aqui Martim se refere ao batismo da ordem, quando o novo irmão é recebido como parte da congregação, após os ritos de iniciação).Contas com Clemente Álvares "lhe devo sete cruzados em dinheiro, menos aquilo que no traslado do inventário de seu pai se achar que paguei a Antonio de Siqueira, de o buscar e trasladar".Com Baltazar Gonçalves tinha contas de feitio de sapatos que Baltazar fizera.Contas com José Planta eram freqüentes e as últimas datam de 29 de Maio de 1608. (Dá a impressão que José Planta fazia as vezes de secretário, comprador e pagador de Martim).Com Damião Simões tinha anotado despesas que fizera com educação, vestuário, com carta de emancipação datada de 2 de Maio de 1602, para tratamento de saúde que Damião fez em casa de Pascoal Leite.Com Gaspar Conqueiro tinha tráfego de mercadorias, entregues por Gaspar, para Martim dar à gente de Conqueiro.Neste manuscrito, constam também algumas lembranças:"El engeño de hierro começo a moler quinta fera a 16 de aguosto de mil y quinientos y siete años, al qual engeño pusieram por nombre Nuestra Señora de Aguosto, qués la assuncion bendita y su dia a 15 del dito mes.""Tenho gasto em duas vezes que tenho mandado buscar esta gente que dizem estar em este mato: a primeira vez, 34 dias a 3 negros cada dia, que são perto dos 102; mais outra vez, 46 dias a 3 negros cada dia, que são perto de 148, e juntando-se todas 240 peças às que tenho gastado em esta demanda até hoje, 6 de Junho de 1607 anos, são por todo 207 serviços os que hei gastado em buscar esta gente encantada"."Tenho gasto de vinho desde que cheguei até agora [...] mais 3$800 réis que comprei em a vila de São Paulo, de casa de Rafael de Oliveira, por dois couros [...] e tenho gasto em vinho desde que vim do sertão até agora, primeiro de junho de 1607 anos, 9$800 réis.Mais meia pataca, mais duas patacas, até hoje, 13 de Setembro de 1607 anos, são treze mil réis os que tenho gasto. Casou-se antes de 1589, no Brasil, com Suzana Rodrigues, viúva de Damião Simões.Martim faleceu por volta de 1610, no sertão do rio Pará, na região do Parapuava.Foi pai de cinco filhas:[de seu casamento com Suzana:]1.1. MariaTenório de Aguilar, casada em 1601, com Clemente Álvares, nascido em 1568, em São Paulo, SP, viúvo de Maria Gonçalves (Álvares) (filha de Balthazar Gonçalves, o Velho, e de Maria Álvares (Marques)), filho de Álvaro Rodrigues (Gonçalves) e de Catharina Gonçalves (Rodrigues). Maria Tenório faleceu em 1620, e Clemente casou-se pela terceira vez, com Anna de Freitas. Clemente faleceu em 1641.1.2. Anna da Veiga, casada com Theodósio da Fonseca. Anna faleceu antes de 1612. Anna teve seu dote escriturado pelo pai pouco antes da saída da bandeira de Nicolau Barreto (1602).Documento de quitação de Theodósio da Fonseca do casamento que lhe deram, que o juiz mandou acostar ao testamento do sogro:Darei três escravos (um casal forro e dois meninos, um macho e uma fêmea).Darei uma dúzia de vacas parideiras.Darei com estas vacas um touro.Darei uma potra de dois anos que foi de Clemente Álvares.[mais roças, porcos, criações, casas na roça e na vila, chão na banda de Santo Antonio, metade do estanho que Martim Rodrigues tinha, roupa de mesa, uma mesa, vasquinha e gibão e seu manto "para as festas da vila"].Sou pago de todo o acima declarado, que Martim Rodrigues me prometeu com sua filha em casamento e, por assim ser verdade, me assinei hoje, 7 de março de 1602 anos. Theodosio da Fonseca 1.3. Suzana Rodrigues, a Moça, casada após 1619, o Capitão João Paes, viúvo de Luísa da Gama (falecida em 1615, filha de Francisco da Gama, o Velho, e de [...]), filho de André Fernandes Ramalho e de Maria Paes (Ramalho).1.4. Elvira Rodrigues, casada após 1608, com o flamengo Cornélio de Arzam. Cornélio faleceu em 1638. Elvira faleceu após 1672. Elvira se casou após a partida para o sertão de seu pai, que nunca chegou a conhecer o genro.Cornélio era "homem estimado e de recursos".Em 1609, veio à capitania de São Vicente na companhia de Dom Francisco de Sousa, como mineiro e com a especial missão de edificar os engenhos das minas da Vila de São Paulo, com 200 cruzados de salário.Foi cidadão "muito ativo e empreendedor".Em 1613, introduziu em São Paulo a lavoura do trigo, construindo no Anhangabaú o primeiro moinho.Em 1620, por "pertencer à religião reformada", foi excomungado pelos padres da Companhia de Jesus, tendo todos seus bens confiscados, que eram, para o tempo, elevados.Permaneceu encarcerado pela Inquisição por muitos anos.No entanto, o "rijo flamengo não esmoreceu a todas estas vicissitudes" e, quando faleceu, "deixou outra fortuna, que soube angariar com seu trabalho e sua honestidade".Em 1627, solicitou terras de sesmaria ao Capitão-mor Álvaro Luiz do Valle, que lhe concedeu uma légua em quadra no caminho da Piaçagüera, atento à pobreza em que então se achava.Em 1610, Cornélio reconstruiu a matriz de São Paulo por autorização da câmara da mesma vila.Em 1672, Elvira possuía casa defronte ao convento de São Francisco. [filha natural, fora do casamento:]1.5. Joanna Rodrigues, casada com Jorge Brant. Joanna Rodrigues foi dotada e casada e por seu pai.José foi recrutado para porteiro da Câmara da Vila de São Paulo e, tendo recusado a servir, foi preso. Alegou ser casado e estar "carregado de filhos" o que o isentava de servir a cargos públicos. [filhos naturais, com índias da terra:]1.6. Diogo. Diogo foi alforriado pelo pai e por Suzana Rodrigues antes de 1602. 1.7. Pedro Rodrigues Tenório, nascido por volta de 1601. Pedro foi entregue a Cornélio de Arzam para aprender carpintaria.Em 1628, morava com a irmã Elvira Rodrigues.


m 1612, chegou a notícia de que Martim e toda sua tropa haviam morrido "nos fundos sertões onde se internara".Em seu testamento, Martim declara:Saibam quantos esta cédula de testamento virem, como no ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo da era de mil seiscentos e três anos, aos doze dias do mês de março do dito ano, neste sertão do Rio Paracatú, [eu] Martim Rodrigues, determinei fazer esta cédula de testamento, estando são e de saúde, e em todo o meu sizo, e juízo perfeito todo e quanto me deu o Senhor Deus, por não saber o que fará Deus de mim, para neste dispor declarações e desencargos de minha consciência e [...] de minha alma.Primeiramente [encomendo a alma]. Segundamente, declaro que sou casado e morador na Vila de São Paulo, com Suzana Rodrigues, e dela tenho quatro filhas: Maria Tenória, Ana da Veiga, Elvira Rodrigues e Suzana, legítimas, as quais são minhas herdeiras.E declaro que tenho mais uma filha bastarda, a qual tenho casada com José Brante, e se chama Joana Rodrigues, e lhe dei certa cópia de fazenda, no que lhe fizemos escriptura à qual me reporto.Declaro que tenho mais dois meninos que os tenho por meus filhos, e são bastardos que os houve no sertão, e um deles tem nome Diogo, e o temos forrado de comunidade com a minha mulher Suzana Rodrigues [...].Peço para ser sepultado no Convento de Nossa Senhora do Carmo da Vila de São Paulo.[Deixa quarenta cruzados de esmola a várias confrarias].Declaro que tomei a Francisco Espinosa, certa cópia de mercadoria, das quais tenho vendido certa parte, e disso me hão feito conhecimentos os devedores, os quais dirão a Francisco de Espinosa que são de seu dinheiro; de minha fazenda lhe pagarão até oitenta cruzados por alguma parte dela que comigo gastei [e] acho dever-lhos.Deixo por curadora e tutora de minhas filhas a minha mulher Suzana Rodrigues enquanto não se casar, e casando-se, deixo a meu genro Clemente Álvares, no qual encomendo [...] bem como nele confio.[O mesmo para os bastardos, e se a mulher não quiser cuidar deles peço a Clemente Álvares que o faça, mandando ensinar a ler e escrever e aprender o ofício com Clemente Álvares].[Caso eu morra no sertão, não quero que minhas peças sejam vendidas, mas entregues e Baltazar Gonçalves para as levar à sua família em São Paulo].[Deixo o resto da terça aos dois filhos bastardos].Em seu inventário, datado de 18 de Junho de 1612, constam: Inventário da "fazenda que se achar ser do dito Martim Rodrigues, defunto por ser ido ao sertão e se dizer ser lá morto". "Disse que tinha uma filha de idade de quinze para dezesseis anos por nome Suzanna".Peças [escravos]: uma negra da nação Guoaya, escrava da entrada de Domingos Rodrigues. 15 índios tememinós e 3 índios tupiaem um moço tememinó, por nome Pedro, que dizem ser filho do defunto Martim RodriguesRoupas, ferramentas, caixas, 3 livros (dois religiosos e "A Crônica do Grão Capitão").70 cabeças de gado, além de cavalos, porcos, roçaEscritura dada por Jerônimo Leitão a Baltazar Rodrigues, que por certidão passada por Belchior da Costa pertence a este inventário (capões entre os rios Jeribatiba e Bohi).Outra escritura do mesmo Baltazar Rodrigues, que ele comprara de Belchior da Costa e foram arrematadas por Martim Rodrigues, por dívida que Baltazar tinha com o órfão Damião Simões.Chãos na vila e que entregou por dívida que tinha com o órfão Damião Simões.Terras no Rio Bohi arriba, dada por Roque Barreto.Idem, no rio Bohi abaixo, dada por Gaspar Conqueiro.Casa que foi de Pedro Grande, arrematada por Martim Rodrigues.Carta de dada por Gaspar Conqueiro a Clemente Álvares, Martim Rodrigues e Damião Simões e que estava em poder de Clemente Álvares.Monte-mor: 180$780 réis.Fazenda entregue à viúva pelo juiz por ela ser mulher capaz de governar sua casa "e casar sua filha por ser já de idade para isso e haver casado já outras duas em ausência de seu marido Martim Rodrigues".

1° de 3 fonte(s) [26728]
A fazenda geral dos jesuítas e o monopólio da passagem do Cubatão: 1553-1748, 2008. Francisco Rodrigues Torres
Data: 2008, ver ano (71 registros)

Vejamos uma citação de José Gonçalves Salvador:

Através de documento existente no Arquivo do Tombo, em Lisboa, tomamos conhecimento de uma denúncia ao Santo Ofício, mandada em 24-IX-1615 por Clemente Álvares, concunhado de Arzão. Parece que a incompatibilidade entre ambos surgiu no desenrolar do inventário de seu sogro Martim Rodrigues Tenório, iniciado a 18 de junho de 1612. Clemente Álvares é quem aparece à frente de tudo até 1619, quando o juiz descobriu que a viúva e êste genro tinham ocultado alguns títulos de bens imóveis. É daí em diante que Arzão surge no cenário e reclama a apresentação dêstes documentos...


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2° de 3 fonte(s) [27252]
De que estamos falando? Antigos conceitos e modernos anacronismos – escravidão e mestiçagens, 2015. Eduardo França Paiva, Manuel F. Fernández Chaves e Rafael M. Pérez García (orgs.)
Data: 2015, ver ano (122 registros)

Dessa maneira, no inventário de bens de Martim Rodrigues, de 1612, vê-se uma “negra por nome Guaya digo da nação Guoaya que diz ser escrava da entrada de Domingos Rodrigues de Paraupava com 3 filhos”, todos os quatro, listados no item peças, foram avaliados em 22 mil réis.

Ainda nesse inventário, que contava com 34 índios, estão, imediatamente depois da negra, as peças tememinós, dentre as quais uma “negra por nome Genebra de nação tamoia com uma criança”, de 27 mil réis, e um “rapaz por nome Casao tamoio”, de 20 mil réis. Os outros tememinós eram sem valor, diferente dos tememinós tamoios. Salvo os tamoios e a negra do Guoaya, os demais 27 índios, inclusos entre os tememinós e as peças que se acharam vivas, não receberam avaliação monetária, incluindo um “moço por nome Pedro que disseram ser filho do defunto Martim Rodrigues”, o inventariado.

O escrivão Simão Borges sabia muito bem quem podia ou não ser descrito com valor, como escravo. O filho do senhor não era escravo, como o próprio Martim Rodrigues afirmara em seu testamento de 1603, feito em pleno sertão às margens do rio Paracatu. Ainda que em meio aos perigos do sertão, não estava doente à beira da morte, mas “são e de saúde e em todo o [seu] siso e juízo perfeito”. No entanto, para “desencargo de [sua] consciência”, declarava possuir dois filhos bastardos que os houve no sertão”, um de nome Diogo e o outro, infelizmente, ilegível na fonte, mas muito provavelmente o tal Pedro descrito no inventário.

Sobre o filho Diogo, Martim afirma que ele e sua mulher, Suzana Rodrigues(de pai desconhecido, provavelmente descendente de índio), o forraram “em comunidade”, de comum acordo.

A par do estado da documentação, sabe-se que para Diogo o documento traz referências a “notas do tabelião Antônio Rodrigues”. Teria sido a alforria registrada em cartório? Não sabemos, mas Martim Rodrigues tinha muitapreocupação com os “dois meninos (...) filhos bastardos”, e pediu a sua mulher que ficasse curadora das crianças. Se Suzana não quisesse, ficaria a cargo deseu genro, que também os ensinaria a “ler e escrever”, e “alguns outros ofícios que lhe parecer bem”. Sua terça, depois de cumpridos os legados, deveria ser repartida por “ambos irmãmente de permeio”. De fato, os filhos do senhor nãoeram escravos. Eram parentes, ainda que um deles tenha sido arrolado no inventário do pai, mas não como escravo. Filhos bastardos não necessariamente [*De que estamos falando? Antigos conceitos e modernos anacronismos – escravidão e mestiçagens, 2015. Eduardo França Paiva, Manuel F. Fernández Chaves e Rafael M. Pérez García (orgs.). Páginas 193 e 194]


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3° de 3 fonte(s) [28445]
Povoadores de Santo Amaro/SP no século XVI e XVII: A grande famíl...
Data: 2022



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