Para citar um exemplo concreto desse domínio exercido pelo dono da fábricasobre os operários residentes na vila operária, o mesmo jornal de 12/09/1909, se refere àfábrica Votorantim, que por atrasos nos pagamentos mandou imprimir cartões com omesmo valor dos salários em dinheiro, mas que só eram aceitos em um armazém darespectiva vila operária. Em seguida, é citado o caso da Fábrica Santa Rosália:(...) Não existem lá os afamados cartões, mais engenhoso é o processo! Sóexiste o armazem da fabrica e tem os empregados a faculdade de poderem,aqui na cidade, comprar o que quizerem; mas existindo nas proximidades dafabrica um portão e o respectivo porteiro, os que para lá se dirigemconduzindo generos, têm forçosamente de se entender com o snr. Porteiroque, de accordo com às instrucção (sic) recebidas, nega entrada ás carroçasque levam ás mercadorias (...). (O OPERARIO, 12 set. 1909, p.1)