[2] "Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?" p. 96
Baltazar Fernandes doou as terras que lhe couberam por causa da morte de sua esposa, Isabel de Proença, para o Mosteiro São Bento. Essas terras compreendiam uma área que ia desde o Rio Sorocaba até as divisas com Curitiba. Juntamente com as terras e a igreja, foram doados 12 vacas, um touro, 12 índios para trabalhar na terra, uma índia para cozinhar para os padres e mais um índio para trabalhar na sacristia.
Logo surgiu um conflito entre a Igreja, a Câmara Municipal e descendentes de Baltazar Fernandes, que queriam anular o testamento. Teve de vir à cidade o Padre Provincial, que era o Frei Francisco da Visitação, pertencente à congregação portuguesa. Para tentar apaziguar os ânimos sobre quem era "dono de Sorocaba", o Frei Francisco fez uma nova escritura com a Câmara.
Nessa nova escritura, foram estabelecidos os novos limites das terras do Mosteiro. A Câmara Municipal fez algumas exigências, entre elas, a permanência dos monges em Sorocaba. Se, por acaso, a Ordem Beneditina removesse os monges da cidade, deveria devolver ou doar à Câmara todo o patrimônio do Mosteiro.
O Frei Francisco da Visitação pediu para que as esmolas não entrassem nesse acordo, porque era impossível devolver o dinheiro, mas se prontificou em manter sempre dois ou três monges no Mosteiro, com a obrigação de ensinar a Língua Portuguesa, o Latim e o Canto.