1° de fonte(s) [27693] Coisas do Caminho. Crédito, confiança e informação na economia do comércio de gato entre Viamão e Sorocaba (1780-1810), 2018. Tiago Luís Gil, UnB Data: 2018, ver ano (187 registros)
Salvador era capitão-mor de Itapetininga, vila vizinha, desde 1776. É certo que a Câmara de Sorocaba era mais prestigiosa, e certamente os vereadores tinham razão em argumentar pela importância daquela localidade. Na disputa entre grupos, venceu a parcialidade de Cláudio de Madureira Calheiros, que assumiu o posto em 1783.
Não tenho como verificar as ligações entre os membros da Câmara e Calheiros, mas sei que este último, além de ser um dos mais ricos da comunidade, tinha parentesco com boas famílias da vizinha Itu (de onde muitos sorocabanos provinham), especialmente com o capitão-mor, Vicente da Costa Taques Goes e Aranha (BACELLAR, 2001), o que devia vinculá-lo à nobreza local, de algum modo.
Além de possuírem terras em conjunto em Itapetininga (rota da passagem das tropas), em 1788, os dois capitães-mores, em conjunto, fizeram uma proposta para criar uma fábrica de ferro e aço a partir do minério extraído de um morro em Araçoiaba.
Um documento de 1797 talvez nos ajude a compreender as razões que separavam Calheiros de Oliveira Leme, para além das diferenças de qualidade que poderiam se borrar no fato de o primeiro também negociar fazenda seca (BACELLAR, 2001).
Ambos eram interessados nas arrematações dos registros de passagem de rios e tropas, Paulino, em sua sociedade com José Vaz de Carvalho; Calheiros, juntamente com Francisco Marim Machado.
Ambos os grupos arremataram diversos contratos entre 1780 e 1810.