No dia anterior, a tripulação tinha recebido uma despedida pública que incluíra uma missa e comemorações com a presença do rei, da corte e de uma enorme multidão.£Partiu da foz do Tejo uma esquadra de 13 embarcações, destinadas à Índia, algumas armadas por negociantes particulares, mas todas sujeitas à capitania-mor de Pedro Álvares Cabral. [0]
D. Nuno Manoel era irmão do Camareiro-mór de D. Manoel, o fidalgo D. João Manoel, e mais tarde foi Guarda- Mór e Almotacé-Mór da Gasa Real, pouco ou quasi nada entendendo de navegação, de accordo com os depoimentos mais antigos, ao passo que André Gonçalves éra o famoso navegante portuguez, mestre da náu que levára Vasco da Gama á índia; que em 1499 já estivéra na região nórte do Brasil em curta viagem, percorrendo a região brasileira desde o Rio Grande do Norte até o Oyapock, e que, final- mente, fora em 1500 o commandante da náu dos mantimen- tos de Pedro Alvares Cabral. [1]
Três ricos mercadores italianos ajudaram a bancar a armação da frota de Pedro Álvares Cabral, que partiu para a Índia e, no meio do caminho, descobriu o Brasil. Eram eles os florentinos Bartolomeo Marchionni e Girolamo Sernigi e o genovês Antonio Salvago. Dono de amplos canaviais na Ilha da Madeira, amigo do rei dom Manuel, Marchionni possuía uma fortuna calculada em 100 mil ducados e era tido como o homem mais rico de Lisboa. Sem o seu financiamento, Cabral não teria, talvez, chegado à India nem ao Brasil. [2]