Em 23 de junho de 1996 Paulo César Farias e Suzana Marcolino foram assassinados.
Confira abaixo 5 mistérios sobre a morte de PC Farias e Suzana.
1. O culpado pelo assassinato
Foi enviado a Maceió um grupo de 11 peritos, liderado pelo legista Badan Palhares, da Universidade Estadual de Campinas, que chegou à conclusão de que Suzana teria matado o namorado enquanto ele dormia, e depois se suicidara. Testemunhas admitiram que ouviram o casal discutindo logo depois do jantar.
No entanto, essa hipótese foi questionada pelo professor de Medicina Legal da Universidade Federal de Alagoas, George Sanguinetti.
Estudando e analisando a cena do crime, ele concluiu, pela localização do ferimento, posição do corpo de PC, estatura de Suzana e pelo ângulo do disparo, que “a única forma de ela ter apertado o gatilho era se estivesse levitando”.
O Júri também descartou a possibilidade de homicídio seguida de suicídio.
O laudo de Sanguinetti afirma que não há crime passional com um único disparo, além de que o tiro foi de profissional, "Jamais Suzana Marcolino teria condições de ser a autora do disparo.
Havia uma hemorragia interna com 1 litro de sangue no pulmão esquerdo e meio litro no pulmão direito.", declarou o professor. O culpado não foi identificado até os dias de hoje, e o crime segue sem decisão concreta.
2. A arma arma do crime
Foi descoberto que o revólver usado no assassinato fora comprado por Suzana, uma semana antes do crime, com um cheque assinado por ela.
Ângela Maciel, prima e sócia de Suzana, afirmou em depoimento à Folha que a compra da arma foi feita porque ela estava sendo seguida nos dias que antecederam a sua morte.
"A Suzana contava que tinha muito medo porque estava sendo seguida. Toda vez que ela saía da casa do PC, um carro a acompanhava à distância.
Foi por isso que ela comprou a arma para deixar com a mãe", declarou Ângela.
Em 1996, a empresa Amadeo Rossi confirmou que vendeu o revólver para a Polícia Militar de Alagoas. O primeiro comprador foi o PM José Adolfo da Silva, que pagou R$216 pelo objeto.
Depois, o soldado afirmou à Folha que revendeu a arma por falta de dinheiro, mesmo não podendo fazer isso. Após essa primeira venda, o revólver foi sido revendido várias vezes, até chegar nas mão de Suzana.
3. Ex-seguranças absolvidos
Apesar do julgamento ter definido a causa da morte como homicídio duplo, os quatro réus, que eram ex-seguranças de PC, foram absolvidos pelo júri.
Na opinião do advogado criminalista Antônio Cláudio de Oliveira, não existe contradição na decisão do júri. Ele afirmou que:
“Há casos, não são poucos, em que se reconhece a existência do crime, mas o apontado autor do crime venha a ser absolvido. Estão apenas dizendo: ‘esse réu ou esses réus’ não foram os autores do crime. É a tese que foi acolhida pelos jurados no caso de Maceió”.
Adeildo Costa dos Santos, José Geraldo da Silva, Josemar Faustino dos Santos e Reinaldo Correia de Lima Filho foram acusados pela promotoria geral como omissos, por não terem impedido as mortes, sendo esse o seu trabalho principal como seguranças.
4. Queima de colchão
O jardineiro da casa onde ocorreu o crime foi a primeira testemunha do júri popular dos quatro ex-seguranças acusados.
Leonino Tenório Carvalho confirmou que queimou o colchão onde o patrão e a namorada teriam sido encontrados sem vida, na casa de praia de Gauxuma, litoral norte de Maceió.
"Eu falei com o Flávio (referindo-se ao tenente chefe da segurança de PC Farias) que estava com mau cheiro. Aí eu perguntei ele, disse a ele que estava podre, e ele ligou para não sei quem, e mandou fazer a limpeza e jogar fora. Peguei o colchão e meti fogo. Eu pensei que não ia incomodar", disse ele em depoimento.
Logo em seguida, o garçom de Paulo César, Genival da Silva França, confirmou ter recebido a ordem para destruição das provas, e alegou que a autorização para queima do colchão foi dada pelo primeiro delegado do caso, Cícero Torres (que depois foi afastado das investigações após o laudo usado como base para definir crime passional ter sido contestado).
5. Casa onde ocorreu o crime
Com os anos, a casa de praia que foi palco do crime afastou-se de sua fama mórbida e vem ganhando outros fins. Ela já foi usada para casamentos de amigos e familiares do ex-tesoureiro morto.
Um sobrinho de PC casou no local e a filha dele, Ingrid, também chegou a emprestar a casa para um casal de amigos realizar um casamento.
O cenário, apesar de seus fantasmas, é muito propício para casamentos por conta do local onde fica, dando acesso à uma praia deserta.