' Nascimento de Salvador Oliveira Leme, o “Saru-taiá”, na vila de Itu - 01/01/1721 de ( registros) Wildcard SSL Certificates
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Nascimento de Salvador Oliveira Leme, o “Saru-taiá”, na vila de Itu
1721. Há 303 anos
 Fontes (5)
Filho de João Lourenço Corim e Maria de Jesus Barboza, moradores em Itu - SP. Ele casou com Rita Pires de Godoy, filha de Luiz Nogueira e Maria Pires. Rita nasceu em 1725. Ela faleceu em 1743. [0]

1° de fonte(s) [27675]
Vocabulário Nheengatú, 1936. Afonso A. de Freitas
Data: 1936, ver ano (68 registros)

Saú. Adjetivo. Pelo; sáua, peludo: entra na composição do vocábulo sagui e da frase nheengatú saútuáia, vernacularizada no etimo.

Sarútáiá, de Saú (sáua), peluda, e tuáia, cauda; cauda peluda: é o nome do "Callithrix seicuria", Macaca sáua-tuáia, contraído em Sarutáiá. Saú é o nome aplicado ás espécies do gênero Callithrix que tem cauda peluda.

Sarútáia, que se divulgou em São Paulo com a pronúncia - Sarútáiá - era alcunha pejorativa e deprimente aplicadas, pelos seu contemporâneos, ao ilustre capitão-mór de Sorocaba, Salvador de Oliveira Leme, falecido em 1802, deixando notabilíssima descendência que ainda lhe honra a memória.

Já houve quem tentasse traduzir - Sarútáiá - por Saúí, abreviatura de Salvador, e táiá, espécie de cará nativo: procurando justificativa para sua definição, o improvisado tupinista informava chamar-se o Sarútáiá, Salvador Corrêa, ser muito próximo descendente de aborígenes e ter-lhe vindo a alcunha pela circunstância de haver começado sua vida mercando em Sorocaba, de porta em porta, a raiz da táióba.

Tudo isto, entretanto, não passa de méra fantasia. Nem o sufixo - táiá - (cauda, rabo) tem relação alguma com táiá (túbera da taioba), embora a vernaculização haja estabelecido a mais absoluta identidade de pronuncia, nem o Sarútáiá era o pária social insinuado pois, descendente direto das opulentas famílias patriarcais, Leme e Oliveira, já nascera rico e rico imensamente veio a falecer.

Antigamente e ainda hoje, entre os velhos paulistas, chamavam-se e ainda se chamam, rabudas, ás pessoas excessivamente severas, sempre prontas a punirem com rigor faltas perdoáveis por insignificantes. Rabudo era e ainda é, entre os roceiros de São Paulo, sinônimo de coisa-ruim.

Salvador Leme, sem embargo de suas grandes qualidades, era severíssimo para com seus fâmulos e dependentes. Ainda é de memória popular em Sorocaba, a maneira por que administrou as obras da Igreja do Rosário, por ele erguida em homenagem á santa padroeira de sua segunda mulher, d. Maria do Rosário:

vigiando atentamente, ainda que á distância, o trabalho dos taipeiros, sempre que algum deles diminuía de energia no labor ou por momentos cessava de trabalhar, uma pelotada certeira e contundente desferida pelo bodoque de Salvador Leme, avisava o opetário da presença e fiscalização do senhor.

Fatos de tal ordem é que deram origem á alcunha.


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2° de fonte(s) [27691]
“Sarú-taiá”, 10.1876. Manuel Eufrásio de Azevedo Marques (1825-1878)*
Data: 1 de outubro de 1876, ver ano (55 registros)

Almanach Litterario de São Paulo para o ano de 1877, José Maria Lisboa. 2° anoO Satú-taiá

Amigo e sr. J. M. Lisboa, - Em seu Almanak Litterario Paulista de 1876, deparei com uma notícia sobre o vulto histórico, que também tomei por título deste pequeno artigo.

Ai se diz, em resumo, que o Sarú-taiá descendia mui próximo, e que fora criado entre os aborígenes; que em seus princípios vagava pelas ruas de Sorocaba vendendo taiá, que carregava em burrinho e que apregoava pelas portas, enquanto jaziam enterradas em sua pequena casa, ou sítio, as grandes riquezas que possuía; que vivendo pela metade do século passado, organizara uma número expedição, internando-se pelos sertões do Paraguay, onde cativára muitos nativos, e fora afinal capitão-mór de Sorocaba.

Dá-nos também o artigo a que aludo, notícia de que o nome Sarú-taiá era composto de Sarú (abreviação de Salvador) e taiá, espécie de cará; sendo que o verdadeiro nome do personagem era Salvador Corrêa.

Contestando em sua maior parte as asserções que ficam transcritas, não me anima a intenção de criticar e menos de censurar o escrito assinado por F. M. P.: somente a verdade histórica obriga-me a opor a esse escritor, algumas corrigendas.

O personagem a que a tradição conserva ainda o apelido de Sarú-taiá, não chama-se Salvador Corrêa e sim Salvador de Oliveira Leme: não teve os princípios que o articulista lhe atribui, nem havia sido criado entre os aborígenes, Salvador de Oliveira Leme faleceu em Sorocaba onde residiu, a 5 de julho de 1802, e do seu testamento (ainda existente no 1o. cartório de órfãos da cidade de São Paulo) se vê que foi natural de Ytú, filho legítimo de João Lourenço Curin e de d. Maria de Jesus; neto paterno de Sebastião Sutil de Oliveira e de d. Luzia Curin, todas pessoas consideradas, que tiveram na vila da Parnahyba os seus ascendentes, como nos dá a conhecer a Genealogia das principais famílias de São Paulo, trabalho precioso do paulista Pedro Taques de Almeida Paes Leme, ha poucos anos publicado na Revista do Instituto Histórico do Rio de Janeiro.

Do seu testamento consta mais, que o capitão-mór Salvador de Oliveira Leme foi contratador dos direitos reais no século passado em toda a comarca, que estendia-se desde Sorocaba até além de Curitiba, sendo por isso improvável que organizasse a expedição e com ela devassasse as regiões paraguaias naquele tempo, em que além de ser muito moço, já tinham cessado as excursões dos paulistas em procura de nativos; excursões que tiveram a sua época nos séculos XVI e XVII, e que cessaram inteiramente de 1700 a 1720 com a descoberta das minas de ouro nos territórios de Minas Gerais, Goyaz e Mato-Grosso.

Ainda de seu testamento consta que fora casado duas vezes, a primeira com d. Rita de Godoy, da qual teve somente um filho, que foi o ajudante Francisco Xavier de Oliveira, par de três respeitáveis senhoras, d. Manoela, d. Rita e d. Anna, que fundaram o Recolhimento de Santa Clara em Sorocaba, para o qual o capitão Salvador de Oliveira Leme e sua segunda mulher d. Maria do Rosário deixaram legados em seus testamentos; assim como deixaram legados para o hospital de caridade, que a esse tempo, em 1801 a 1803, estava tratando de fundar o coronel Francisco José de Souza.

Do segundo casamento teve o referido capitão-mór 4 filhos, que foram:

1 - Vicente de Oliveira, casado e falecido em Cuyabá.

2 - Antonio João Ordonho, sargento-mór, casado com d. Hermenegilda Ferreira.

3 - D. Gertrudes do Rosário, casado com o sargento-mór Manoel Joaquim de Castro.

4 - D. Anna Maria, casada com o coronel Paulino Ayres de Aguirra. Destes últimos houve entre outros filhos, d. Gertrudes Eufrozina Ayres, que foi casado com o coronel Antonio Francisco de Aguiar, pai do finado brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar.

A este como bisneto deixou o referido capitão-mór Salvador de Oliveira Leme uma escravizada, por estas palavras de seu testamento: "deixo a meu bisneto Rafael, filho de minha neta Gertrudes, casada com o tenente coronel Antonio Francisco de Aguiar, a escravizada Delfina".

Que o capitão-mór Oliveira Leme possuiu grande riquezas para a sua época, demonstra-o o seu testamento: dele se vê que além de muitas propriedades de raiz, grande escravatura e dinheiro em giro, edificou á sua custa uma capela á Senhora das Dores em sua fazenda de Pirapóra, distrito de Sorocaba, e outra á Senhora do Rosário na então vila de Sorocaba, que ambas dotou com patrimônio.

Do exposto resulta que o Sarú-taiá não foi uma espécie de aventureiro que nos descreve o sr. F. M. P.; foi antes um paulista muito distinto, cuja vida e feitos deixou assinalados para respeito e veneração da posteridade.

São Paulo, outubro de 1876. M. E. A. Marques.


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3° de fonte(s) [5211]
A lenda do ouro do Saru-taiá
Data: 15 de setembro de 1884, ver ano (45 registros)

O Saru-taiá era de raça indígena: seu nome Sarú é a tradução do nome Salvador; ainda hoje os índios usam dessa palavra, cujo significado é incontestável. Taiá, é uma espécie de cará, e figura aqui como uma alcunha vulgar por ser um dos gêneros do seu comércio. O verdadeiro nome era Salvador de Oliveira Leme.

Descendente muito próximo dos aborígenes, criado entre eles, Salvador, apesar de sua riqueza, não pudera, talvez, renunciar a vida simples e trabalhosa e dali viria a crença de sua pretendida avareza.


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4° de fonte(s) [27692]
Os efeitos da urbanização sobre o meio ambiente nos municípios de...
Data: 2015



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5° de fonte(s) [28909]
Biografia de Salvador de Oliveira Leme, o Sarutayá, consultado em...
Data: 15 de abril de 2023



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