Em 1859 Sorocaba tinha uma longa estrada de terra que todos chamavam de "Estrada da Água Vermelha". O nome foi dado por pessoas que um dua acharam, que, quando chovia muito, escorria do lugar um barro avermelhado que sujava as botas, sapatos e até mesmo as roupas.
A estrada nessa data era desabitada. Servia apenas de pasto para animais. No alto da estrada havia um córrego com o mesmo nome. As casinhas que por ali se construíram eram esparsas. Uma delas era a do português José Bauva, padeiro, casado e pai de muitos filhos.
O português José Bauva, certo dia, mandou o filho Alfredinho, de oito anos, entregar pães aos fregueses nos bairros Ipatinga, Cerrado e Vossoroca. A criança era viva, inteligente e cheia de boa vontade como o pai. Fez o que foi mandado e no final da tarefa foi levar o cavalo para pastar lá nos altos da Água Vermelha. Subiu pela rua do Mosteiro São Bento, segui pela rua Césario Motta, onde também havia um cemitério (atual praça Carlos de Campos).
O menino ia montando no animal que o conhecia bem Mas ao chegar entre as antigas ruas Santa Gertrudes e Baraúna distante de um grande buraco o cavalo se assustou e deu um tremendo pinote disparando feito louco, sem rumo, a galope.
O menino perdeu o equilíbrio e ficou preso na sela, sendo arrastado e morto pelo animal ainda em disparada. O animal foi deixando rastro de sangue do garoto por toda parte e correu e correu até o Córrego da Água Vermelha.
O corpo do menino Alfredo foi encontrado muitas horas depois do acidente pelo negro escravo Firmino André que levou o caso para as autoridades locais. A notícia se espalhou pela cidade e curiosos de todos os cantos foram até o local da tragédia para presenciar o ocorrido.
O corpo de Alfredinho ficou desfigurado. Pedaços do corpo dele foram deixados pelo caminho quando o cavalo disparou.
Os pais do menino ficaram em desespero quando identificaram o corpo e o animal que ficara ali por perto. No local foi colocada uma cruz que passou a ser denominada pelos populares de "A crua de Alfredinho".
Quando João de Camargo veio a Soorcaba e soube da existência da Cruz, todos os dias, quando por lá passava, ascendia uma vela no local.
Também tinha o costumo de ficar por ali durante horas refletindo, rezando, sem saber que naquele ponto da cidade, na Água Vermelha uma missão mudaria o seu destino. [Páginas 20, 21 e 22]